O twitter BovespaBrokers, um dos mais conceituados do mercado financeiro, com mais de 16 mil seguidores altamente qualificados, postou o seguinte comentário no fim da tarde da última sexta-feira:
“Se nos EUA existe Carl Icahn para brigar e proteger os interesses dos minoritários aqui no Brasil existe Nelson Tanure. Um viva para ele!”
Para quem não conhece o agressivo acionista minoritário americano, a conceituada revista Forbes lembrou recentemente que Icahn teve em suas mãos quase todas as grandes histórias corporativas dos Estados Unidos ao longo de 2013. Ele lutou com Michael Dell, ajudou a empurrar Aubrey McClendon da Chesapeake Energy, fez um estrago na ineficiente gestão do Netflix, lutou com William Ackman na Herbalife, e em voz alta e ativa fez muita pressão para a Apple recomprar mais suas ações. Dono de uma fortuna avaliada em US$ 25 bilhões, as ações da Icahn Enterprises subiram mais de 50%.
O empresário Nelson Tanure virou um especialista em comprar empresas em dificuldades e transformá-las em algo valioso para os acionistas minoritários. Depois de sanear a Intelig, uma nova empresa de longa distância do competitivo mercado de telecomunicações, vendeu o negócio para a TIM, no fim de 2009. Tanure preferiu receber ações da operadora italiana, pois a apostava na valorização do papel, em vez de dinheiro, o que não seria algo inferior a R$ 1 bilhão. Desde que passou a ter assento no conselho de administração da companhia, as ações dobraram de valor _ estavam cotadas a menos de R$ 6 e chegaram a ultrapassar os R$ 12 em 2014.
Em 2013, Tanure abocanhou 35% do complicado GPC, da área química, recheado de dívidas e de prejuízos que se acumulam pela péssima gestão da família Peixoto de Castro, especializada em sangrar o negócio, conforme atestam números dos balanços dos últimos nove anos. Desde que comprou as ações da holding GPC, os papéis subiram mais de 200%. O acionista minoritário sabe que o ingresso de Tanure vai representar uma boa gestão. Ele é o verdadeiro angel investor, o grande protetor das empresas mal administradas e um criador de novos negócios.
Na petroleira HRT, o empresário assumiu oficialmente o comando no dia 19 de março ao apoiar a chapa do conselho de administração indicada pela administração da empresa. Os papéis já tiveram uma valorização de 70% desde fins do ano passado, quando Tanure anunciou a entrada na companhia por meio da JG Petrochem. Definitivamente, Tanure é o novo Carl Icahn, como vaticinou o BovespaBrokers. É o grande investidor anjo do mercado brasileiro.
Renato Fonseca.