Prisão de Esteves expõe risco do BTG Pactual se apoiar em homem-chave

A dependência do BTG Pactual do seu sócio-fundador veio à tona de forma dramática nesta quarta-feira.    A prisão de André Esteves, presidente-executivo e controlador da instituição financeira, fez as ações do BTG Pactual despencarem até 39 por cento durante o pregão na Bovespa.

Além disso, levou o Banco Central a emitir um comunicado dizendo que o BTG Pactual “apresenta robustos indicadores de solidez financeira e continua atuando normalmente no mercado”, mas afirmando também que a autoridade monetária monitora o impacto dos acontecimentos para o banco.

A agência de classificação de crédito Moody’s alertou que o rating do maior banco de investimentos independente da América Latina pode estar em risco se a ausência Esteves do comando do grupo for prolongada.

O preço dos bônus perpétuos do BTG Pactual no exterior caiu de forma significativa.

Esteves foi preso em sua casa no Rio de Janeiro, por suspeita de obstruir a operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras. A prisão temporária de cinco dias pode ser estendida pelo mesmo prazo.

O advogado de Esteves, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse a repórteres que o banqueiro “certamente” não agiu para obstruir a investigação.

Mas o fato de o banqueiro ter sido alcançado pela Lava Jato já atingiu a imagem do banco.

O Conselho de Administração do grupo agiu rápido e nomeou Persio Arida, ex-presidente do BC e sócio do BTG Pactual, para substituir Esteves interinamente. O banco também anunciou uma recompra de até 10 por cento das ações em circulação no mercado, o que atenuou as perdas vistas mais cedo, embora as units ainda tenham terminado o dia em baixa de 21,01 por cento na Bovespa.

Fonte: Reuters


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