O Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações, o segundo maior acionista da Oi, busca potenciais parceiros para investir US$ 2 bilhões depois que a empresa brasileira de telefonia emergir do processo de recuperação judicial, segundo uma pessoa próxima à situação.
Os executivos do Société Mondiale estão buscando reuniões em Nova York nesta semana com a PointState Capital, a quarta maior acionista da Oi, com 4,2 por cento de participação, e outros fundos de investimento como Solus Alternative Asset Management, Discovery Capital e Centerbridge Partners, disse a pessoa, que pediu anonimato por falar sobre discussões privadas.
O Société Mondiale, a PointState e a Discovery preferiram não comentar, enquanto a Centerbridge e a Solus não responderam imediatamente aos pedidos de comentário. O Société Mondiale, que detém 6,3 por cento do capital da Oi, é liderado por Nelson Tanure, que adquiriu ações da operadora de telefonia no ano passado e fechou um acordo para colocar representantes no conselho da Oi.
A injeção de capital seria realizada se o plano de reestruturação de US$ 19 bilhões em dívidas da Oi fosse aprovado pelos credores e acionistas e se a nova Lei de Telecomunicações, que muda a regulação sobre as operadoras de telefonia, obtiver aprovação final do Senado e sanção presidencial, disse a pessoa. Mais investimentos podem ocorrer na sequência, acrescentou.
São condições relevantes. Os acionistas e detentores de dívidas da Oi estão em um impasse em relação ao plano da companhia para deixar a situação de recuperação judicial. A nova Lei de Telecomunicações, que libera empresas como a Oi de realizar alguns investimentos em equipamentos de telefonia fixa e abre o caminho para a venda de outros ativos, está em um limbo legal desde que foi aprovada por uma comissão especial do Senado, em dezembro.
Após alguma resistência no começo, a Oi reconheceu na sexta-feira que está aberta a uma injeção de capital como parte da reestruturação. A operadora está nos estágios iniciais de discussão em relação ao tamanho e às condições de qualquer eventual injeção de capital, informou a companhia em um comunicado, sem revelar quais poderiam ser seus possíveis parceiros. Qualquer capital novo seria usado para investimentos, e não para pagar a dívida da companhia, disse o presidente da empresa, Marco Schroeder, no comunicado.
Um grupo de detentores de títulos da Oi assessorado pelo Moelis & Co. informou na sexta-feira que se sentia encorajado pelos planos da operadora de telefonia de buscar investimentos de fora. Uma das maiores queixas dos detentores de dívidas era que o plano de reestruturação da Oi não contava com um necessário capital novo.
Mas as relações entre o grupo liderado pelo Moelis e a Oi continuam tensas. Os detentores de dívidas enviaram uma carta na segunda-feira ao presidente do conselho da Oi, José Mauro Cunha, pedindo mais informações a respeito das afirmações da empresa de telefonia de que está negociando com os credores, segundo uma cópia do documento obtido pela Bloomberg News. A Oi e a Moelis preferiram não fazer comentários sobre a carta.
Fonte: Bloomberg