Semana delas: Empoderamento feminino toma conta do roteiro cultural de Washington, DC (A cidade também é sede do primeiro e único museu do mundo dedicado exclusivamente a defender as mulheres através das artes, o Museu Nacional das Mulheres nas Artes (NMWA). (Foto: Divulgação))
O Dia Internacional das Mulheres é único, mas não no calendário de Washington, DC. Durante o ano todo, e não apenas no dia 8 de março, o empoderamento feminino é lembrado em museus, exposições e eventos protagonizados ou inspirados em mulheres influenciadoras e empreendedoras, que ganharam relevância ao longo da história e na atualidade.
Washington, DC é reconhecida por apoiar causas sociais e humanitárias e não ficou indiferente na luta pelos direitos civis e políticos das mulheres – do primeiro movimento sufragista, em 1913, à Marcha das Mulheres que em 2017 trouxe à tona questões ambientais, trabalhistas, das desigualdades raciais e de gênero. A cidade também é sede do primeiro e único museu do mundo dedicado exclusivamente a defender as mulheres através das artes. Reaberto recentemente após renovação, o Museu Nacional das Mulheres nas Artes (NMWA) tem uma coleção com mais de 6.000 obras que datam do século XVI aos dias atuais.
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Um bom número de museus da cidade aborda a temática em diferentes momentos da história. No Museu e Arquivo das Filhas da Revolução Americana (DAR) é possível encontrar biografias, correspondências e fotografias de mais de 40 ativistas americanas. O acervo também pode ser conhecido em tours virtuais. O National Portrait Gallery, mais conhecido por retratar os presidentes americanos, tem uma sessão dedicada a algumas das mulheres mais icônicas da América, como a ex-primeira-dama Michelle Obama; no terceiro andar há uma exposição permanente denominada Bravo! Que retrata lendas das artes cênicas como Ginger Rogers e Alla Nazimova.
Ketanji Brown Jackson Mural (Foto: Divulgação)
Exposições em cartaz
Fora as atrações permanentes, Washington, DC tem em cartaz neste momento algumas exposições, peças de teatro e outras programações que destacam as realizações, a arte e a história de mulheres americanas:
Tem em andamento uma exposição em homenagem, às mulheres inventoras que foram negligenciadas ou subvalorizadas na sociedade norte-americana.
Apresenta até o dia 31 de março uma exposição com cerca de 100 imagens captadas pelas lentes de Dorothea Lange, um ícone da fotografia mundial que retratou a história de camponeses e imigrantes durante a Grande Depressão, em 1929.
É possível ver obras da pintora Alma Thomas. Esse museu possui a maior coleção pública da arte de Thomas e até o dia 2 de junho oferecerá uma visão íntima de sua evolução criativa de 1959 a 1978 por meio de peças coloridas exclusivas.
Retrata até o dia 17 de março a força feminista negra personificada na professora Anna Julia Cooper que lutou pela equidade e legitimidade educacional na virada do século XX.
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Em Washington, DC também é possível conferir mais exemplos do empoderamento feminino em um tour de 48 horas que propõe visitas ao Monumento Nacional da Igualdade Feminina de Belmont-Paul; Museu Nacional de História Americana Smithsonian; ao Memorial das Mulheres do Vietnã – uma exibição dedicada às mulheres que arriscaram suas vidas para servir ao país durante a Guerra do Vietnã como enfermeiras, médicas, controladores de tráfego aéreo, especialistas em comunicação e oficiais de inteligência; ao Cemitério Nacional de Arlington que abriga o único memorial nacional em homenagem aos três milhões de mulheres que defenderam a nação desde a Revolução até os dias de hoje; à Casa do Conselho de Mary McLeod Bethune, uma educadora e líder inspiradora reconhecida como a primeira mulher negra a servir como presidente de faculdade e chefiar uma agência federal.
Vietnam Women’s Memorial (Foto: Divulgação)
Não deixe a cidade sem conhecer o Ben’s Chili Bowl, um ícone da gastronomia local mais casual que há 60 anos é comandado por Virgínia Ali. Se tiver sorte, pode ter a oportunidade de experimentar uma das especialidades feitas pela própria Virgínia, outro símbolo do empreendedorismo feminino mais genuíno em Washington, DC.
Mulheres no comando
Washington, DC está repleta de negócios prósperos que foram fundados e até hoje são comandados por mulheres:
Laurie Gillman é a proprietária que transformou o espaço em ponto de encontro da comunidade, onde reúne autores locais e independentes e promove clubes do livro. A livraria também oferece uma seleção de itens para presente, incluindo kits especiais anti-racismo, com a curadoria de Keian Mayfield, uma pesquisadora especialista no tema.
Virgínia Blanca Arrisueño começou como incubadora pop-up para designers e marcas independentes. O conceito voltado para a comunidade derivou da educação latina de Arrisueño, do sucesso empresarial da família, dos interesses de sua mãe e de seu pai e de sua própria experiência como designer de moda. A mesma missão se aplica no The Yards, que oferece presentes exclusivos de uma variedade de fabricantes, incluindo velas, livros, joias, utensílios domésticos e itens artesanais.
A consultora empresarial comunitária Stacy Price, defensora dos artesãos locais, juntou-se a Michael Babin, do Neighborhood Restaurant Group, para lançar o conceito Shop Made in DC, que agora conta com vários locais em que se pode comprar de tudo, de cidra a obras de arte originais, joias, produtos para casa e souvenirs.
Shop Made in DC (Foto: Divulgação)
Alexes Haggins dá continuidade ao legado de seu pai, Bernard Haggins que começou como entregador e tornou-se proprietário da floricultura que já soma décadas de história familiar.
Quando Toni Tomlin sentiu os efeitos da pandemia, ela se voltou para sua fé e o poder dos cristais. Assim começou a espalhar seu conhecimento e experiência online, depois por meio de pop-ups locais e agora em sua loja em National Harbor.
Uma livraria boutique móvel que se descreve como “feita por e para pessoas de cor”. A proprietária, Angela Maria Spring, é poetisa, editora, jornalista latina e livreira há quase duas décadas. Suas lojas oferecem uma seleção com curadoria dos melhores livros novos para adultos e crianças em inglês e espanhol.
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Quando trabalhava na Casa Branca, Cameron Hardesty ansiava por uma saída criativa e começou a se voluntariar na floricultura. Quando estava noiva, descobriu que uma cadeia de suprimentos desatualizada e ineficiente fazia com que os florais de eventos fossem superfaturados. Foi quando criou a startup floral. O mercado online conecta clientes a flores com preços justos.
O diferencial de Jessica Shea é vender caixas de presente produzidas com itens de empresas locais ou de propriedade majoritariamente feminina.
O que começou há 30 anos como uma loja de chapéus na Union Station agora se tornou uma sensação em DC. Anna Fuhrman’s Topper Adequado oferece caixas de presente com curadoria, itens infantis, presentes inspirados em DC e, claro, muitos chapéus. A loja oferece uma vasta gama de produtos de moda, alimentação e acessórios criativos.
Quando começou sua empresa, Irene Barbieri queria criar um conceito novo para a compra de joias e idealizou a Mia Gemma. O mercado on-line traz uma variedade de peças únicas e inéditas desenhadas por artistas locais.
Suas raízes remontam a 1976 na cidade de Nova York, onde a jovem Sunyatta Amen aprendeu o valor medicinal de chás, alimentos e temperos de todo o mundo enquanto trabalhava na loja de produtos naturais e no bar de sucos dos pais. Hoje tem um negócio próprio que oferece 100 misturas de chá e café, tônicos aromáticos e guloseimas veganas e café com atendimento online.
Para saber mais sobre Washington, DC acesse o site.
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