IGH-DF realiza sarau para relembrar a história de Juscelino Kubitschek

12 de setembro de 1902. Diamantina, Minas Gerais. Nascia o ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek. Desde então, a data nunca mais deixou de ser celebrada, mesmo após o falecimento de JK. O legado deixado pelo fundador de Brasília vem sendo enaltecido e multiplicado a cada ano. Hoje, o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF) vai realizar um sarau em homenagem a Juscelino. O evento, que será gratuito e aberto ao público, será a partir das 19h na sede do instituto, na 703/903 Sul, e vai contar com a presença de autoridades e artistas. Estão confirmadas as presenças dos ex-governadores do DF, Cristovam Buarque e Maria de Lourdes Abadia.

“Este será o primeiro evento que realizaremos nesse formato. A ideia de fazer um sarau surgiu porque nós queríamos realizar uma homenagem tão alegre quanto era Juscelino. Vamos ter orquestra tocando e recital de poesias”, disse o presidente do IHG-DF, Paulo Castelo Branco. JK é fundador e patrono do instituto, que conta com um museu onde é reproduzida a residência de Juscelino em sua cidade natal, Diamantina.

A criação do IHG-DF aconteceu em 8 de dezembro de 1960, oito meses após a fundação da capital. Entre as finalidades do instituto está o desenvolvimento de estudos sobre História e Geografia em geral, principalmente com ênfase em Brasília; a comemoração de datas que tenham referência a grandes fatos históricos brasilienses e nacionais; preservação da memória das tradições nacionais e o culto à memória dos grandes vultos da história do Brasil e de sua capital.

A neta de JK, Ana Cristina Kubitschek, anunciou ao Correio que hoje será dado o pontapé inicial para um projeto que será lançado em 2025 e levará aos alunos do Ensino Médio um conteúdo mais aprofundado sobre Brasília, que ajudará os jovens de 15 a 18 anos a entenderem melhor a origem da capital. O projeto é uma parceria do Memorial JK com a Secretaria de Educação do DF. “A ideia é inserir na base curricular do Ensino Médio do DF cartilhas e livros combinadas com visitas ao memorial para que os jovens possam entender melhor o surgimento da cidade e se orgulhar de onde vieram”, explicou a neta de JK.

Artigo

*Por Silvestre Gorgulho, jornalista e ex-secretário de Comunicação e de Cultura de Brasília

“Tive o privilégio de viver os Anos Dourados. Tínhamos que correr atrás do Brasil. O presidente JK, com sua energia e sua ousadia, conseguiu substituir o hábito do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima” lembra, sempre, o cineasta Cacá Diegues. Verdade absoluta! E hoje, quando o Presidente faria 122anos, uma de suas obras mais icônicas faz homenagem especial para lembrar a data de seu nascimento: o Instituto Histórico e Geográfico de Brasília. O advogado e escritor Paulo Castelo Branco preparou com esmero uma tarde cultural para lembrar JK. Além de pronunciamentos de acadêmicos, acontece na sede do IHG-DF um sarau com serestas e recital de poemas.

Apenas para lembrar, o Instituto Histórico e Geográfico do DF foi um presente de JK ao Brasil. Criado em 8 de dezembro de 1960, caminha para fazer 64 anos. A ata da criação do IHGDF foi assinada pelo presidente JK, pelos ex-prefeitos de Brasília Israel Pinheiro, Paulo de Tarso Santos, Sette Câmara e ainda por Lucio Costa, Gilberto Freire, André Malraux e até pelo vice-presidente João Goulart. O primeiro presidente foi o ex-ministro do Trabalho, Júlio Barata.

JK justificou assim a criação do instituto: “Foi escolhida a data de hoje consagrada no Brasil ao culto da Justiça – Dia da Justiça – por entenderem os signatários do presente documento que há estreitas ligações entre o juiz e o historiador, entre a Justiça e a história, pois em seu ofício, historiadores e juízes formulam a síntese dos documentos e prestigiam em tese a tradição em que encontram as raízes da Balança de Themis e a Túnica de Clio”.

Há 122 anos nascia Juscelino Kubitschek, em Diamantina. Há 68 anos, em 31 de janeiro de 1956, o médico-tenente da Polícia Militar de Minas Gerais, ex-prefeito, deputado e governador de Minas Gerais, tomava posse como o 21º Presidente da República do Brasil. E cumpria sua primeira promessa de campanha quando, em 18 de abril, assinava a “Mensagem de Anápolis”, enviando ao Congresso o projeto de lei, prometendo mudar, em 21 de abril de 1960, a capital federal do litoral para o Planalto Central.

Há 68 anos, JK iniciava a construção da nova capital. Em 21 de abril de 1960, depois de 1.112 dias de obras, inaugurava Brasília.

Abraçadas nas comemorações dos 122 anos de JK, Diamantina e Brasília entram no túnel do tempo para bendizer e celebrar a história de um governante que mexeu com as entranhas geopolíticas e culturais do Brasil.

De Diamantina, o menino Juscelino enfrentou todas as dificuldades para estudar. Ele pegou estradas, saltou montanhas, cruzou fronteiras, ganhou o mundo, sorriu e chorou para, enfim, repousar sua história de vida e de maior estadista brasileiro em um Memorial no Eixo Monumental de Brasília.

Uma história rica em brasilidade e pioneirismo. Em coragem e magnanimidade.

O ex-presidente JK foi um construtor de sonhos. No poder, JK foi exemplo de empreendedorismo e de generosidade. Fora do poder, foi exemplo de luta pela Democracia. E, no exílio, foi um brasileiro que só pensava em Brasil, usando seu prestígio internacional para exaltar e trazer investimentos para seu país.

A construção de Brasília fez o Brasil colher um novo País do Centro-Oeste, do Cerrado e da Amazônia. Nos tempos de JK, o Brasil colheu efervescência cultural. O Brasil colheu a primeira Copa do Mundo, colheu Bossa Nova e colheu alegria. O povo brasileiro colheu o sentimento de que é capaz de construir o que parece impossível.

Mas nem tudo foram flores na vida de JK. Sofreu muitas injustiças. A verdade é que sua grande popularidade e sua pretensão de voltar à presidência em 1965 (JK 65) impuseram-lhe uma perseguição implacável do regime militar. Os anos passaram. JK virou unanimidade. Como bem lembra o historiador e jornalista Élio Gáspari, “Hoje, todos os políticos brasileiros querem ser um JK quando crescerem. Um dia, talvez, algum consiga. Desde que aprenda uma lição: JK jamais disse uma má palavra dos brasileiros ou do Brasil. Foi um visionário que acreditou em ambos”.

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