Os chefes da Porsche estão maravilhados com as margens de lucro da montadora, permitindo que ela desenvolva um negócio de consultoria com uma lista crescente de clientes de destaque, sedentos para descobrir como isso aconteceu.
A British Airways, a desenvolvedora alemã de softwares SAP, a empresa do setor de saúde Fresenius Medical Care e o banco suíço UBS estão entre os que buscaram à Porsche nos últimos anos por aconselhamento sobre administração.
Numa indústria em geral criticada por saber mais sobre teoria do que prática, a equipe de mais de 360 pessoas da Porsche Consulting pode tirar proveito da experiência da montadora de ter se recuperado da beira da insolvência duas décadas atrás e virado o motor de lucro de 2,6 bilhões de euros (US$ 3,3 bilhões) da controladora Volkswagen.
Com um fardo de estoques altos e espaço de chão de fábrica desperdiçado, a Porsche teve prejuízo líquido de 122 milhões de euros e vendas de apenas 14 mil modelos 911 quando Wendelin Weideking assumiu o comando em 1993.
Duas décadas e uma aposta em utilitários esportivos (SUVs) depois, as vendas da Porsche aumentaram mais de dez vezes, para 162 mil carros no ano passado, e sua margem operacional é de 17%, em comparação às rivais de luxo BMW e Audi, da VW, que têm retorno sobre vendas por torno de 10%.
A Porsche Consulting ainda é apenas um projeto lateral para a marca de carros de luxo. O negócio gerou 83,5 milhões de euros em receitas em 2013, ante vendas totais da marca de 14,3 bilhões de euros. Seu presidente-executivo, Eberhard Weiblen, mantém cautela no mercado altamente competitivo de consultoria dominado por gigantes como PwC, Deloitte, KPMG, Accenture e McKinsey.
“Os clientes têm demandas maiores e o número de concorrentes está crescendo”, disse Weiblen. “O negócio de consultoria está se tornando cada vez mais difícil”.
Fonte: iG