Rio – O Brasil aguarda uma definição da União Europeia sobre sua proposta para um acordo bilateral entre os europeus e o Mercosul. Na avaliação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Mauro Borges, esta é a prioridade do governo, que defende uma estratégia multilateral de comércio. Entretanto, ele admitiu a possibilidade de acelerar no País a implementação do acordo em relação aos demais países latinos.
“A proposta brasileira está inteiramente pronta, convidamos os parceiros do Mercosul para integrar o track. Não sendo possível, já podemos acelerar o nosso track, mas é uma questão vital da estratégia comercial brasileira que seja multilateral”, afirmou.
A diferença de velocidades é permitida pelos acordos de livre comércio dos países do Mercosul, e já há casos semelhantes em vigor. “Já tem precedentes no âmbito da América Latina. Já operamos no ‘fast track’ em relação ao processo de integração comercial com países do Pacífico. Por isso não descartamos a possibilidade de acelerar o acordo com a UE, mas esse não é o caminho preferencial”, reforçou o ministro. Borges ressaltou a prioridade na implantação comum entre todos os quatro países-membros (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai).
Segundo o ministro, uma mudança de velocidade para o Brasil em detrimento dos parceiros seria uma “opção pior para todo mundo”. “Estamos buscando um acordo na mesma velocidade dos quatro países com a União Europeia. Do
ponto de vista do Mercosul é possível, nós já construímos a oferta. Estamos aguardando uma sinalização por parte da Europa de consulta aos países”, disse o ministro após realizar uma palestra no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex). “Nosso dever de casa, que é construir uma oferta comum, foi feito. Estamos esperando a Europa”, reforçou.
Fonte: Redação Folha Vitória