Empresários brasileiros e espanhóis querem ampliar parcerias para investir em mercados terceiros. Levantamento feito pelos governos dos dois países mapeou oportunidades de negócios na América Latina, África, Ásia e até mesmo na Europa Oriental e Central.
Apesar dos setores de maior prospecção se concentrarem, principalmente, em infraestrutura e energia, e terem maior possibilidade de ser impulsionados por grandes companhias, pequenas e médias também podem participar desse mercado.
“Os grandes projetos não são apenas para as grandes empresas. As pequenas e médias podem encontrar possibilidades sozinhas ou como fornecedoras, sendo contratadas pelas grandes. Isso pode ocorrer, principalmente, em mercados com oportunidades em alimentação, turismo e serviços, como a Indonésia, Marrocos e Argélia”, exemplifica o conselheiro-chefe econômico e comercial da Embaixada da Espanha em Brasília, Fernando Salazar, em debate na Cámara Española de Comercio em Brasil ontem.
“Já infraestrutura e energia são setores em que as companhias brasileiras e espanholas são fortes, complementares e estão habituadas a trabalharem juntas”, diz Salazar sobre o perfil das parcerias hispano-brasileiras.
Os terceiros mercados com potencial de investimento foram selecionados por um grupo de trabalho formado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil e Ministério da Economia e Competitividade da Espanha, no início de 2014.
Na pesquisa, foram escolhidos quinze países: Chile, Peru, Colômbia, Panamá, Uruguai, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Marrocos, Argélia, Indonésia, Filipinas, Polônia e Romênia.
Parcerias de negócios hispano-brasileiras em terceiros mercados já foram feitas no Peru, na construção do Porto de Pisco e de um gasoduto e no Uruguai, com a obra do Porto de Montevideo.
Além disso, no Panamá as construtoras FCC e Odebrecht foram parceiras na construção da primeira linha de metrô da América Central, finalizada no início desse ano.
“Acredito que, nesse momento, temos mais possibilidades de expandir mercado para Angola e Moçambique. Além disso, todo mundo está olhando para o Peru, Colômbia, Chile e Uruguai. Nesses países já temos uma forte presença, portanto é mais provável ocorrerem parcerias nessas regiões”, diz Salazar.
Ao apresentar as oportunidades dos diversos países, o representante informa que a Colômbia espera investir, até 2020, cerca de US$ 107,0 bilhões em infraestrutura, energia, ferrovia e habitação.
Já o Ministério dos Transportes e Telecomunicações do Chile espera investir US$ 4 bilhões por ano em transporte ferroviário e na construção de um novo porto.
No mercado africano, é Moçambique que tem chamado mais atenção dos investidores. Com expressivo crescimento econômico, em 8,1% no ano passado e expectativa de 8,6% nesse ano, o país apresenta oportunidades em parcerias públicos-privadas na área da energia, portos, aeroportos, rodovias e telecomunicações.
O diretor de Relações Institucionais da empresa brasileira Tuccuman Engenharia e Empreendimentos, Guilherne Otto Silba Michaelis diz que a parceria com companhias espanholas tem facilitado a internacionalização. A Tuccuman participou da construção do Porto de Pisco no Peru. “Essas parcerias nos projetam no mercado internacional”, diz.
Fonte: DCI