A marca britânica de luxo Burberry alertou que as condições em alguns de seus mercados, incluindo a China, pioraram no segundo trimestre fiscal, ofuscando um crescimento de 14% nas vendas do grupo no primeiro semestre.
As ações da companhia de moda com 158 anos de história chegaram a cair até 6% nesta terça-feira (14) depois que a Burberry disse que “o ambiente externo está se tornando mais difícil”.
A companhia disse que isso deve acarretar leve pressão sobre sua margem de lucro no varejo/atacado.
O setor de luxo também sofreu nesta terça-feira o impacto do terceiro alerta de lucro deste ano da concorrente de menor porte Mulberry.
A indústria global de luxo está enfrentando um momento desafiador, com a crise na Ucrânia atingindo a demanda na Rússia e manifestações pró-democracia em Hong Kong se somando a preocupações sobre uma desaceleração na China, onde a investida do governo contra corrupção envolvendo presentes impactou as vendas de artigos de luxo.
A vice-presidente financeira da Burberry, Carol Fairweather, disse que a empresa está ciente destas questões como também sobre a guerra no Oriente Médio e o impacto do vírus Ebola sobre viagens, mas que estava confiante de que teria desempenho melhor que rivais.
“No segundo trimestre ainda vimos crescimento de um dígito alto [em vendas] na Ásia e dos chineses, tanto na China quanto quando estavam em viagens”, disse Carol.
“Ainda vimos bom crescimento com os chineses. Apenas não foi de dois dígitos como nos trimestres anteriores. Acreditamos que provavelmente teremos um desempenho melhor ante nossos rivais.”
Em seu primeiro semestre fiscal encerrado em setembro, a receita da Burberry somou 1,1 bilhão de libras (US$ 1,76 bilhão). As vendas no varejo no período cresceram 15%, a 748 milhões de libras, enquanto as vendas no atacado subiram 5%, excluindo beleza, a 317 milhões de libras.