Empresários lucram vendendo produtos por meio das redes sociais

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No momento em que o Orkut dá adeus ao mundo virtual, as redes sociais se tornam uma aposta para pequenos negócios. Embora não tivesse tanto espaço para ganhar dinheiro, no seu auge chegou a ter 43 milhões de usuários brasileiros e, quando anunciado o seu fim, no início do ano, eram cerca de 6 milhões. Amanhã, ele fecha definitivamente suas portas. Mas, apesar de ser um exemplo do quanto o serviço na internet pode ser efêmero, muitos são os empresários que, atualmente, jogam suas fichas nas redes sociais como uma oportunidade de alavancar seus negócios. E, se por um lado, alguns apostam alto e investem no Facebook, outros obtêm retorno financeiro postando fotos dos seus produtos nos próprios perfis ou em páginas criadas para a divulgação.

Apesar de parecer promissor, divulgar o próprio negócio nesse espaço tem dois lados. “As redes sociais são voláteis. Elas têm o seu tempo, mas para os pequenos empresários podem ser um ambiente de divulgação que, se feita corretamente, pode dar certo”, avalia Daniela Toccafondo, responsável pelo atendimento digital do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG). “Para quem está começando e não tem grana para investir em publicidade, o caminho das redes sociais pode valer a pena”, comenta Daniela.

A especialista faz um alerta: o empreendedor que cria a sua página no Facebook e Instagram tem que estar disposto a se relacionar com os seus clientes. “As redes são um ambiente, inicialmente, emocional. Tem que ter uma relação com quem segue a sua página. Um recado de aniversário é uma das dicas. E não basta ter somente curtidas, é preciso engajamentos, ou seja, o cliente tem que curtir, compartilhar e comentar e, por isso, o empresário tem que criar algo atrativo para isso. Assim, vai conseguindo se projetar no meio. Além disso, tem que ter qualidade nas suas publicações e um olhar profissional sobre a página”, comenta. 

A administradora Luciana Moraes fez isso e acabou trocando sua loja virtual pelas redes sociais. Vendendo bijuterias e semijoias, ela conta que criou a página Merci Bijoux no Facebook e no Instagram para divulgar seu negócio e, aos poucos, foi atraindo clientela. “As vendas que consigo com esses espaços correspondem a 30% do meu faturamento, não sei viver sem eles. Posto fotos e marco amigos, e isso vai gerando mais clientes”, ensina. Mesmo com a opção de alavancar seu comércio pagando ao Facebook pela divulgação, ela faz ponderações. “É uma forma cara e acho que, desse jeito, fica parecendo, para o consumidor, que a mercadoria não é de confiança”, diz. 

A crítica de Luciana é uma polêmica no ambiente social virtual. Isso porque uma das formas de conseguir que a sua página tenha mais curtidas é pagando por isso. “Atualmente, 2% a 4% dos seguidores de uma página visualizam a publicação”, explica o consultor em redes sociais Wesley Figueiredo. “Atualmente, você tem no Facebook as curtidas orgânicas, que são aquelas espontâneas, e as pagas, que são por meio dos links patrocinados”, explica. 

O gestor do salão Marcus Martinelli, Hélcio Júnior, conta que a empresa entrou nas redes sociais em novembro e já percebe que aumentou em 20% o movimento no salão. Mas, mesmo com ações pagas no Facebook, percebe que o Instagram está valendo mais a pena. “Postamos no Instagram fotos em tempo real, de pessoas normais em salões de beleza. Isso tem um retorno muito grande. Se essas redes acabarem, sei que entrarão outras mais estruturadas no lugar”, diz.

A estratégia é de envolvimento e interação. É isso que, segundo Daniela Toccafondo, pode se converter em lucro. Segundo ela, por mais que uma página seja visualizada e curtida por muitos, se ela não tiver uma estratégia de engajamento não gera o retorno esperado.


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