A aversão a ativos de maior risco no exterior, somada à realização de lucros mais recentes no Brasil, fez o Ibovespa cair mais de 3% na última sexta-feira. O mercado repercutiu o jogo eleitoral, após as pesquisas mostrarem empate técnico entre o candidato Aécio Neves (PSDB) e a candidata Dilma Rousseff (PT) no segundo turno.
Na semana passada, porém, a Bolsa de Valores sustentou ganhos (1,42%), em função do impacto positivo da ida do tucano para o segundo turno. O Ibovespa terminou a última sexta-feira com perda de 3,42%, aos 55.311,59 pontos, na mínima. Na máxima, atingiu 57.266 pontos (estável). No mês, acumula ganho de 2,21%. No ano, a Bolsa sobe 7,39%. O giro financeiro totalizou R$ 7,385 bilhões.
Na noite da última quinta-feira, tanto o Ibope quanto o Datafolha mostraram empate técnico entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, com o tucano numericamente à frente (51% a 49% dos votos válidos). A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Os profissionais citavam que o mercado teve na sexta-feira um pouco de realização e um pouco de decepção. Tudo porque, apesar de Aécio aparecer numericamente à frente de Dilma nas duas pesquisas, o mercado esperava que ele tivesse maior vantagem ante Dilma, e não situação de empate técnico.
A novela eleitoral pressionou as ações das estatais para baixo, além de papéis de bancos e da BM&FBovespa, justamente as que subiram anteriormente na expectativa dos números das pesquisas do Ibope e Datafolha. Vale e siderúrgicas também recuaram.
Petrobras ON caiu 5,46%, PN, -5,57%, BB ON, -4,43%, Eletrobras ON, -4,80%, Eletrobras PNB, -5,12%, Bradesco PN, -4,82%, Itaú Unibanco PN, -3,92%. O desempenho do Ibovespa piorou na tarde da última sexta-feira, acompanhando a deterioração das bolsas norte-americanas.
No mercado de câmbio, o dólar encerrou a última sexta-feira, em alta consistente, influenciado pela aversão ao risco vinda do exterior, sendo que as especulações em torno da corrida eleitoral também continuaram a permear os negócios com moedas.
No acumulado da semana passada, porém, o dólar recuou ante o real. O dólar à vista negociado no balcão fechou em alta de 1,30%, aos R$ 2,4180, tendo acelerado a queda na reta final em função do exterior.
Na semana passada, houve queda de 2,22% na cotação à vista. No mercado futuro, o dólar para novembro subia 0,87% para R$ 2,4330.