A nova gestão da petroleira HRT vai agradar até o acionista minoritário mais agressivo, aquele que mandar reduzir o consumo de papel, de clipes e apaga todas as luzes depois do fim do expediente. A proposta enviada pela administração para a assembleia do dia 30 é uma prova da tesourada imposta pelo empresário Nelson Tanure. Se em 2013 os 11 integrantes do conselho de administração tiveram um ganho de R$ 4,6 milhões, agora a remuneração será de R$ 330 mil em 2014. Mesmo com a redução para sete conselheiros, a média de remuneração é reveladora da gestão demolidora de custos e de mordomias.
No passado, o conselho de administração da HRT chegou a fazer reuniões na longínqua Namíbia em vez de usar a sua sede social, em Copacabana, no Rio. Em 2013, a média mensal foi de R$ 35 mil; neste ano, será de modestos R$ 4 mil. A redução vem em boa hora. O BNDES, por exemplo, o maior banco de fomento do mundo, com um financiamento superior a US$ 70 bilhões, paga R$ 6,5 mil a cada conselheiro, que toma decisões estratégicas para o país com grande impacto no setor público e nas empresas privadas. Os diretores executivos da HRT, da mesma forma, conviverão com salários menores, compatíveis com a realidade de uma empresa que precisa gerar riqueza para os seus acionistas. Tanure avisou para os administradores: não há mais espaço para ganhos elevados ou gastos supérfluos na nova HRT.
Por: Paulo Roberto Cunha
Fonte: Blog Ouro Negro