Luziânia: Lista de propostas para os eleitores da cidade goiana

A quarta sabatina com os candidatos a prefeito das cidades do Entorno do Distrito Federal, que ocorreu durante o Jornal Local, entrevistou os primeiros postulantes de Luziânia, município que fica a 60km da capital do país. Os jornalistas Lucas Móbille e Samanta Sallum conversaram, ontem, com a Diretora Ana Lúcia (PSDB) e Lee Almeida (PSol), que destacaram suas principais propostas para as demandas da cidade. A sabatina é uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília.

Quem é, de onde veio e qual a sua relação com a política de Luziânia?

Sou professora e fui, durante oito anos, diretora de escola. Sou mãe, tenho três filhos, e sou avó. Moro no distrito de Jardim Ingá desde 1993. Fui vereadora por dois mandatos e, hoje, estou vice-prefeita da cidade. Estamos pleiteando ser prefeita de Luziânia e com muita fé de que vai dar tudo certo.

Luziânia é a 10ª cidade, em todo país, com mais estupros. Qual a sua proposta para tentar mudar essa realidade?

Temos a Guarda Municipal que, hoje, está sem a estrutura necessária para estar, junto à Polícia Militar, fazendo a segurança da nossa cidade. No nosso governo, vamos correr atrás de todos os trâmites possíveis, para que a gente possa dar condições e as habilidades necessárias para serem devidamente armados.

Os professores da rede municipal entraram em greve em abril, pedindo reajuste e falando sobre a defasagem. O que eles podem esperar do seu governo?

Em primeiro lugar, a valorização da titularidade desses professores, que está esquecida. Graduados, mestres e doutores estão no mesmo nível, atualmente. Temos que corrigir isso. Daremos o auxílio alimentação e estaremos corrigindo sempre o piso (salarial), tomando o cuidado para que esses professores não tenham prejuízo financeiro. Vamos reformar as escolas, para que eles tenham melhor estrutura para trabalhar.

A senhora é vice-prefeita, mas está concorrendo contra o atual prefeito. O que aconteceu?

Infelizmente, houve divergência de pensamentos. Planejei um governo em que o prefeito e o vice poderiam trabalhar de mãos dadas, sanando todos os problemas possíveis da cidade. Tínhamos uma amizade muito boa e achei que fosse dar certo. Só que, depois da eleição, as divergências foram aparecendo. Por isso, cada um acabou seguindo o seu caminho. Na política, estou para trazer benefícios para o povo.

Então, fazendo parte da gestão, a senhora não conseguiu implementar aquilo que está prometendo agora?

Quando me candidatei a vice-prefeita, tinha projetos maravilhosos, que foram colocados no programa da época. Só que, infelizmente, quando ganhamos, cada um foi para o seu caminho e o meu projeto foi deixado de lado.

Luziânia tem tarifa zero. Como está a integração com o GDF e ANTT, em relação ao transporte público?

O tarifa zero não era para acontecer da forma que está, atualmente. Os ônibus estão sucateados e as pessoas não precisavam utilizar um cartão. O projeto veio de uma forma aleatória, sem uma programação. Ele está funcionando, mas tem muito a melhorar, como entrar em todos os bairros. Se eleita, vamos aprimorar o tarifa zero.

Como é possível administrar Luziânia e Jardim Ingá ao mesmo tempo?

Luziânia é uma cidade histórica e tradicional, ‘mãe’ do Jardim Ingá e temos que respeitar isso. Mas temos que ter a consciência de que a cidade cresceu bastante e teve uma miscigenação muito forte. Atualmente, 70% das pessoas que moram em Luziânia, vieram de fora. Por isso, hoje, não dá para dizer que Luziânia é tradicionalista, é um município com um povo que veio de todos os lados.

O que os alunos podem esperar das escolas públicas municipais?

Vamos criar o cartão escolar, em que o aluno terá direito de ir em uma papelaria para comprar seu material, por meio de convênios com todas as lojas interessadas. Além disso, vamos disponibilizar uniforme e tênis para todas as crianças.

Quais suas propostas para a saúde, principalmente a da mulher?

A primeira coisa que vamos fazer, é colocar o Hospital do Jardim Ingá para funcionar. Hoje, ele funciona das 8h às 17h e não atende emergência. Vamos fazer com que ele passe a funcionar 24h, com todos os tipos de emergências. Também vamos transformar o Cais (Centro de Atendimento Integral à Saúde) de Luziânia em Hospital Cais, atendendo todos os tipos de ocorrências, para desafogar as UPAs. Para a mulher, vamos abrir a maternidade de Luziânia. Hoje, não existe um lugar para realizar os partos, temos que recorrer ao DF.

Considerações finais

Nunca fui de me vender, ficar contra o povo e a favor do sistema, pelo contrário. São 12 anos de política e, hoje, ao falar em um carro de som, disse que se eu não ganhar, quem vai perder é o povo, pois a população vai perder uma mulher que sempre lutou pela cidade de Luziânia.

Quem é, de onde veio e qual a sua relação com a política de Luziânia?

Sou paraense e cheguei em Luziânia há pouco tempo, após conseguir minha casa própria na cidade. Hoje sou servidor público em Cristalina (GO), como agente de combate a endemias, e estou acompanhando a política, tendo essa oportunidade de sair candidato a prefeito. Agradeço a Deus, a minha família e ao executivo estadual do partido, que me deu a oportunidade.

Luziânia é a 10ª cidade, em todo país, com mais estupros. Qual a sua proposta para tentar mudar essa realidade?

Vamos dar um reforço na Guarda Municipal, que é ostensiva, mas precisa de um foco mais específico. Além disso, é preciso criar um lugar onde as mulheres que passam por esse tipo de violência possam ser acolhidas, recebendo a segurança que elas precisam, e não passem por uma gravidez vinda de um estupro. Infelizmente, Luziânia está nesse ranking e temos que ter políticas públicas para mulheres.

Os professores da rede municipal entraram em greve em abril, pedindo reajuste e falando sobre a defasagem. O que eles podem esperar do seu governo?

A realidade, não só dos professores mas de todos os servidores públicos, é complicada. Existe sim essa dificuldade sobre a questão salarial, sempre com a justificativa de que não há recursos. Só que todos afirmam que existe a verba, falta apenas gestão. Vamos buscar isso, trabalhando o orçamento para que possamos atender as demandas da categoria.

O senhor é do PSol. Acredita que existe espaço para esquerda em Luziânia?

Há espaço para todos, o que não podemos é polarizar. Fazendo isso, vamos perder grandes nomes na política, pois vão ficar apenas dois grandes blocos. Eu passo por isso, por exemplo. Temos candidato com padrinho X, outro com padrinho Y e, quem não tem padrinho, fica sem vitrine.

Quais são suas propostas para o transporte público, tanto interno quanto para quem precisa vir até o DF?

Existe um projeto do VLT, que não foi viabilizado. Por quê? Se faltam parcerias, temos que dialogar para viabilizá-las. Geralmente, o político tem uma vida boa, com bons salários e não precisa do serviço público. Eu estive dentro de um ônibus. Quando se vem até o DF, é preciso acordar às 4h30, para chegar no Plano Piloto. Temos que ter essa mobilização para que as coisas aconteçam mais rapidamente.

Em relação à inclusão e desigualdade social, como a prefeitura pode ser mais atuante nesses setores?

Temos que criar projetos. A área do estádio é enorme, no meio de Luziânia, que poderia ser aproveitada para eventos, como feiras gastronômicas, de empreendedorismo, reforçando o contato entre as pessoas. O sonho é que, um dia, Luziânia deixe de ser uma cidade dormitório para muita gente.

É possível manter o tarifa zero em Luziânia? Quais projetos são os mais viáveis para o transporte público?

O tarifa zero é muito bom, mas é preciso saber quanto ele custa para o município. Podemos criar um bilhete para aquela pessoa que não tem condições, sem generalizar. Às vezes, tem gente que usa o tarifa zero, ocupando o lugar de alguém que realmente necessita. Também é possível ampliar o programa para locais mais distantes. Temos que trabalhar para que o projeto seja mais democrático.

Quais suas propostas para a saúde, caso seja eleito?

Não vamos somente contratar mais médicos. Temos que ser específicos com qual é o déficit de especialidades em Luziânia. Além disso, temos um hospital e UPAs que não funcionam de maneira adequada.

Como será a integração com o Jardim Ingá, caso seja eleito?

É um distrito com áreas muito afastadas, onde o serviço público precisa chegar. Por que muita gente quer a separação do Jardim Ingá, pois não há um orçamento participativo para toda a região. A gente tem que trabalhar para trazer, de fato, o saneamento para o local. Só asfaltar a rua, não é saneamento. Luziânia, de forma geral, está somente com 50% de saneamento e vamos trabalhar para melhorar isso.

Considerações finais

Convido os eleitores a ver minhas propostas, meu plano de governo e verificar se está sendo a mais propositiva para a cidade. Meu compromisso é fazer com que a população seja mais participativa com as políticas públicas de Luziânia, pois é como eu digo na minha propaganda: “temos que fazer mais e melhor”.

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IGH-DF realiza sarau para relembrar a história de Juscelino Kubitschek

12 de setembro de 1902. Diamantina, Minas Gerais. Nascia o ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek. Desde então, a data nunca mais deixou de ser celebrada, mesmo após o falecimento de JK. O legado deixado pelo fundador de Brasília vem sendo enaltecido e multiplicado a cada ano. Hoje, o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF) vai realizar um sarau em homenagem a Juscelino. O evento, que será gratuito e aberto ao público, será a partir das 19h na sede do instituto, na 703/903 Sul, e vai contar com a presença de autoridades e artistas. Estão confirmadas as presenças dos ex-governadores do DF, Cristovam Buarque e Maria de Lourdes Abadia.

“Este será o primeiro evento que realizaremos nesse formato. A ideia de fazer um sarau surgiu porque nós queríamos realizar uma homenagem tão alegre quanto era Juscelino. Vamos ter orquestra tocando e recital de poesias”, disse o presidente do IHG-DF, Paulo Castelo Branco. JK é fundador e patrono do instituto, que conta com um museu onde é reproduzida a residência de Juscelino em sua cidade natal, Diamantina.

A criação do IHG-DF aconteceu em 8 de dezembro de 1960, oito meses após a fundação da capital. Entre as finalidades do instituto está o desenvolvimento de estudos sobre História e Geografia em geral, principalmente com ênfase em Brasília; a comemoração de datas que tenham referência a grandes fatos históricos brasilienses e nacionais; preservação da memória das tradições nacionais e o culto à memória dos grandes vultos da história do Brasil e de sua capital.

A neta de JK, Ana Cristina Kubitschek, anunciou ao Correio que hoje será dado o pontapé inicial para um projeto que será lançado em 2025 e levará aos alunos do Ensino Médio um conteúdo mais aprofundado sobre Brasília, que ajudará os jovens de 15 a 18 anos a entenderem melhor a origem da capital. O projeto é uma parceria do Memorial JK com a Secretaria de Educação do DF. “A ideia é inserir na base curricular do Ensino Médio do DF cartilhas e livros combinadas com visitas ao memorial para que os jovens possam entender melhor o surgimento da cidade e se orgulhar de onde vieram”, explicou a neta de JK.

Artigo

*Por Silvestre Gorgulho, jornalista e ex-secretário de Comunicação e de Cultura de Brasília

“Tive o privilégio de viver os Anos Dourados. Tínhamos que correr atrás do Brasil. O presidente JK, com sua energia e sua ousadia, conseguiu substituir o hábito do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima” lembra, sempre, o cineasta Cacá Diegues. Verdade absoluta! E hoje, quando o Presidente faria 122anos, uma de suas obras mais icônicas faz homenagem especial para lembrar a data de seu nascimento: o Instituto Histórico e Geográfico de Brasília. O advogado e escritor Paulo Castelo Branco preparou com esmero uma tarde cultural para lembrar JK. Além de pronunciamentos de acadêmicos, acontece na sede do IHG-DF um sarau com serestas e recital de poemas.

Apenas para lembrar, o Instituto Histórico e Geográfico do DF foi um presente de JK ao Brasil. Criado em 8 de dezembro de 1960, caminha para fazer 64 anos. A ata da criação do IHGDF foi assinada pelo presidente JK, pelos ex-prefeitos de Brasília Israel Pinheiro, Paulo de Tarso Santos, Sette Câmara e ainda por Lucio Costa, Gilberto Freire, André Malraux e até pelo vice-presidente João Goulart. O primeiro presidente foi o ex-ministro do Trabalho, Júlio Barata.

JK justificou assim a criação do instituto: “Foi escolhida a data de hoje consagrada no Brasil ao culto da Justiça – Dia da Justiça – por entenderem os signatários do presente documento que há estreitas ligações entre o juiz e o historiador, entre a Justiça e a história, pois em seu ofício, historiadores e juízes formulam a síntese dos documentos e prestigiam em tese a tradição em que encontram as raízes da Balança de Themis e a Túnica de Clio”.

Há 122 anos nascia Juscelino Kubitschek, em Diamantina. Há 68 anos, em 31 de janeiro de 1956, o médico-tenente da Polícia Militar de Minas Gerais, ex-prefeito, deputado e governador de Minas Gerais, tomava posse como o 21º Presidente da República do Brasil. E cumpria sua primeira promessa de campanha quando, em 18 de abril, assinava a “Mensagem de Anápolis”, enviando ao Congresso o projeto de lei, prometendo mudar, em 21 de abril de 1960, a capital federal do litoral para o Planalto Central.

Há 68 anos, JK iniciava a construção da nova capital. Em 21 de abril de 1960, depois de 1.112 dias de obras, inaugurava Brasília.

Abraçadas nas comemorações dos 122 anos de JK, Diamantina e Brasília entram no túnel do tempo para bendizer e celebrar a história de um governante que mexeu com as entranhas geopolíticas e culturais do Brasil.

De Diamantina, o menino Juscelino enfrentou todas as dificuldades para estudar. Ele pegou estradas, saltou montanhas, cruzou fronteiras, ganhou o mundo, sorriu e chorou para, enfim, repousar sua história de vida e de maior estadista brasileiro em um Memorial no Eixo Monumental de Brasília.

Uma história rica em brasilidade e pioneirismo. Em coragem e magnanimidade.

O ex-presidente JK foi um construtor de sonhos. No poder, JK foi exemplo de empreendedorismo e de generosidade. Fora do poder, foi exemplo de luta pela Democracia. E, no exílio, foi um brasileiro que só pensava em Brasil, usando seu prestígio internacional para exaltar e trazer investimentos para seu país.

A construção de Brasília fez o Brasil colher um novo País do Centro-Oeste, do Cerrado e da Amazônia. Nos tempos de JK, o Brasil colheu efervescência cultural. O Brasil colheu a primeira Copa do Mundo, colheu Bossa Nova e colheu alegria. O povo brasileiro colheu o sentimento de que é capaz de construir o que parece impossível.

Mas nem tudo foram flores na vida de JK. Sofreu muitas injustiças. A verdade é que sua grande popularidade e sua pretensão de voltar à presidência em 1965 (JK 65) impuseram-lhe uma perseguição implacável do regime militar. Os anos passaram. JK virou unanimidade. Como bem lembra o historiador e jornalista Élio Gáspari, “Hoje, todos os políticos brasileiros querem ser um JK quando crescerem. Um dia, talvez, algum consiga. Desde que aprenda uma lição: JK jamais disse uma má palavra dos brasileiros ou do Brasil. Foi um visionário que acreditou em ambos”.

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Mineira de 17 anos pode ser primeira mulher a ganhar “Nobel do Estudante”

A jovem cientista de Juiz de Fora (MG) Millena Xavier Martins, 17 anos, está entre os dez finalistas do prêmio Chegg.org Global Student Prize 2024, também conhecido como o “Nobel do Estudante”. Dos 10, ela é a única brasileira.

Millena foi selecionada dentre mais de 11 mil indicações e inscrições de 176 países. Ela, que é a mais jovem a entrar na lista Forbes under 30 na categoria Ciência e educação, pode se tornar a primeira mulher a vencer a premiação.

O prêmio destaca jovens que, por meio de projetos, tenham contribuído significantemente no aprendizado, na vida dos colegas e na sociedade como um todo.

O vencedor ganha U$ 100 mil (mais de R$ 560 mil) e deve ser convidado a Nova York, nos Estados Unidos, para discursar durante a semana da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), prevista ainda para setembro.

Quando tinha 14 anos, Millena fundou a Prep Olimpíadas, um projeto que incentiva e prepara estudantes para participarem da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

Desde 2020, a estudante, junto de mais de 300 voluntários, leva a Prep Olimpíadas para alunos em vulnerabilidade social. Ela realizou palestras em escolas e desenvolveu o Prep AI, uma ferramenta gratuita de inteligência artificial que, assim como o Prep Olimpíadas, ajuda alunos a se prepararem para as Olimpíadas.

Millena também organizou a Olimpíada Brasileira de Afrodiversidade (Obafro), que contou com a parceira de 46 escolas, conscientizando sobre questões de raça e narrativas afro-brasileiras.

Com mais de 20 iniciativas, ela pode alcançar mais de 100 mil estudantes. 87 mil jovens participaram das Olimpíadas e conseguiram menções honrosas ou receberam medalhas graças aos esforços de Millena.

“(As olimpíadas científicas) abrem portas para além do nosso imaginário. Se hoje sou a primeira brasileira a ser finalista do prêmio nobel estudantil, devo bastante às experiências que tive além da sala de aula”, compartilhou Millena em um post nas redes sociais.

Aos 15, ela se mudou, sozinha, para uma escola a 216 km de casa, onde criou o Autinosis, uma ferramenta de IA para triagem de autismo. A ferramenta surgiu em inspiração a um amigo que apresentava sinais característicos de autismo, porém não tinha acesso ao diagnóstico.

O trabalho de pesquisa científica de Millena rendeu um convite para se juntar ao Conselho da Olimpíada Internacional de Pesquisa (IRO, em inglês), tornando-a a mais jovem e única latina no comitê.

“Estou muito feliz em parabenizar Millena por se tornar uma das 10 finalistas. Esta honra não só reflete suas realizações extraordinárias, mas também serve como um testemunho do futuro mais brilhante que você está moldando ativamente para todos nós, dia a dia”, disse Heather Hatlo Porter, Diretora de Comunicações do prêmio.

O refugiado sudanês Nhial Deng, 24, foi o vencedor da edição de 2023 do Chegg.org Global Student Prize ao capacitar mais de 20 mil refugiados no campo de refugiados de Kakuma, no Quênia, por meio de programas de construção da paz, educação e empreendedorismo, além de criar um espaço seguro para os jovens se curarem de seus traumas.

Em 2022, o adolescente ucraniano Igor Klymenko foi o premiado. Ele se mudou para o interior no início da invasão russa para terminar o último ano do ensino médio. Abrigado no porão de casa, o jovem concluiu com sucesso os estudos enquanto refinava o drone detector de minas em que esteve trabalhando durante oito anos.

*Estagiária sob supervisão de Talita de Souza

Confira o que fazer no Rock in Rio além dos shows: festival tem brinquedos, espetáculos, feiras e outras atividades

O Rock in Rio vai acontecer nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro de 2024, com 700 mil pessoas na Cidade do Rock. Além dos shows memoráveis, o festival oferece uma série de atrações para garantir que a experiência na Cidade do Rock seja inesquecível. Este ano, o público vai poder curtir desde a famosa tirolesa até o novíssimo Rock in Rio Journey. Confira algumas das atividades que vão ter este ano e prometem criar momentos únicos para os visitantes:

Rock in Rio 2024: Veja quem vai cantar, como chegar e quanto custa o ingresso Mais shows: Rock in Rio anuncia nomes de artistas emergentes que se apresentarão no palco Supernova

Roda gigante e tirolesa: os clássicos que continuam em alta

A icônica roda gigante oferece uma vista panorâmica de tirar o fôlego, ideal para capturar fotos incríveis da Cidade do Rock. Já a tirolesa, uma das preferidas do público, permite que você um voo sobre a multidão, criando uma memória inesquecível de atravessar o céu durante o festival e, quem sabe, durante um show. Estas atrações são imperdíveis para quem busca emoção e vistas espetaculares.

Mega Download e montanha-russa: aventura e adrenalina

Se você é fã de adrenalina, o Mega Download e a montanha-russa são paradas obrigatórias. O mega drop, conhecido como Mega Download, é a maior torre de queda livre transportável no Brasil. Já a montanha-russa traz a trilha sonora do seu artista favorito para acompanhar cada loop e subida.

Montanha-russa no Rock in Rio 2019 — Foto: Brenno Carvalho

Rock in Rio Journey: uma viagem pelos 40 anos de história

Uma das grandes novidades desta edição é o Rock in Rio Journey, uma experiência imersiva que leva o público a uma jornada pelos momentos mais icônicos dos 40 anos do festival. A viagem começa com uma apresentação holográfica de Roberto Medina, fundador do Rock in Rio, seguida por um simulador que transporta os visitantes no tempo. Depois, um quiz interativo testa seus conhecimentos sobre a história do festival.

Musical ‘Sonhos, mama e rock and roll’: a celebração de aniversário continua

Este ano, o Rock in Rio também celebra sua trajetória com o musical “Sonhos, lama e rock and roll”, que conta a história de Roberto Medina e o nascimento do festival. Com um elenco de mais de 40 artistas, o espetáculo promete emocionar o público com uma viagem pela criação do evento e seus desafios ao longo de quatro décadas.

Gourmet Square: comida e conforto

O Rock in Rio também é um prato cheio para os amantes da gastronomia. A Gourmet Square, em parceria com o iFood e a chef Heaven Delhaye, traz um cardápio que homenageia os sabores do Rio de Janeiro, desde petiscos de boteco até pizzas e sobremesas.

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Veja fotos dos artistas que se apresentam no Rock in Rio 2024

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O rapper Travis Scott nas redes sociais — Foto: Reprodução/Instagram

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O rapper 21 savage nas redes sociais — Foto: Reprodução/Instagram

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Ludmilla no Rock in Rio em 2022 — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

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Show de Matuê em Copacabana — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

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Show do Imagine Dragons no Rock in Rio 2019 — Foto: Márcio Alves / Agência O Globo

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A banda Onerepublic — Foto: Reprodução

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A cantora Zara Larsson — Foto: Reprodução

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Lulu Santos — Foto: Leo Martins

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A banda Avenged Sevenfold no Rock in Rio de 2013 — Foto: Pablo Jacob

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Show do Evanescence no Riocentro em 2007 — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

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A banda Journey — Foto: Reprodução

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Os Paralamas do Sucesso abrem a programação do Sesc Verão 2024 em Rio das Ostras — Foto: Divulgação

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O cantor Ed Sheeran — Foto: Barbara Lopes

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Charlie Puth no Rock in Rio 2019 — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

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Joss Stone no The Town em 2023 — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

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Jão — Foto: reprodução/ instagram

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Rock in Rio 2015, Katy Perry no palco mundo. — Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

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Karol G em São Paulo em 2019 — Foto: Edilson Dantas / Agencia O Globo

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Mariah Carey e Cyndi Lauper — Foto: Reprodução/ Instagram

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Ivete Sangalo usando roupas com a cor da vez: vermelho cereja — Foto: Reprodução

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O vocalista Toni Garrido é o convidado especial da Orquestra Sinfônica no concerto desta quinta-feira — Foto: Divulgação/

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Chitãozinho e Xororó em 2023 — Foto: Reprodução / Redes Sociais

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Gaby Amarantos mostra figurino para show no Rio — Foto: Rodolfo Magalhães

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MC Cabelinho — Foto: Instagram/reprodução

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Shawn Mendes no Rock in Rio de 2017 — Foto: Antonio Scorza/Agência O Globo

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O cantor Akon — Foto: Reprodução/Instagram

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O cantor Ne-Yo No The Town — Foto: Edilson Dantas / O Globo

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Luisa Sonza — Foto: Agência O Globo

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Edição especial comemora 40 anos de existência do festival

Global Village: viagem pelo mundo

A nova área, que deve ocupar 7.500 m2 da Cidade do Rock, também vai proporcionar uma experiência imersiva totalmente inédita no festival, contando com uma robusta cenografia inspirada em ícones arquitetônicos de todo o mundo — onde as pessoas poderão andar por uma longa via, entrar em lojas e experimentar as riquezas gastronômicas de diversos países.

Rota 85: de volta ao início

A localização estratégica da Rota 85, ao lado da Babilônia Feira Hype, oferece uma vista panorâmica da Cidade do Rock, tornando o festival um pano de fundo deslumbrante para fotos inesquecíveis. A cenografia deste espaço é inspirada na Route 66, uma das estradas mais lendárias e famosas dos Estados Unidos, e é uma das mais fotogênicas do festival, com seu charme vintage e elementos retrô que capturam toda a magia do Rock in Rio.

A Rota 85, no Rock in Rio — Foto: Ariel Martini/divulgação

Babilônia Feira Hype: moda e cultura no festival

Outro destaque desta edição é a Babilônia Feira Hype, que traz cerca de 50 marcas com produtos de moda, upcycling, acessórios e design. Localizada perto da Rota 85, a feira estará aberta ao público geral, com uma variedade de produtos que exaltam a criatividade e o empreendedorismo do Rio de Janeiro.

Escalada Prudential Rock: desafio para chegar ao topo

A Escalada Prudential Rock é uma parede de nove metros de altura, com três vias de subida que desafiam os participantes com diferentes níveis de dificuldade. Quem chegar ao topo pode aproveitar uma divertida descida por um poste até uma piscina de bolas. Ao final, os escaladores ganham uma bolsa inflável que se transforma em almofada, perfeita para descansar entre os shows.

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Mercado do Fã: kits exclusivos e até ingressos VIP

No estande do iFood, localizado ao lado da entrada da área VIP, será possível participar da dinâmica do Mercado do Fã. Os jogadores competirão em uma experiência digital interativa para encontrar produtos das listas de itens escolhidos por artistas como Luísa Sonza, Jão e Mc Cabelinho, em até 30 segundos, com a chance de ganhar kits exclusivos ou até ingressos VIP.

Paparazzi gratuito: ser famoso por um dia

O TikTok vai oferecer a chance de viver o sonho de ser um famoso por um dia, com sessões de paparazzi gratuitas durante todos os dias do festival. Por até 30 minutos, das 14h30 às 18h15, os participantes poderão registrar seus momentos especiais no Rock in Rio com a ajuda de um fotógrafo profissional. As inscrições são feitas por meio do site idolostiktok.com.br. É necessário ter uma conta ativa no TikTok e mais de 18 anos. Limite de um agendamento por CPF.

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Gramado: 1° dia de Connection Experience mostra a conexão entre turismo e produtos de origem

Gramado: 1° dia de Connection Experience mostra a conexão entre turismo e produtos de origem ((Foto: divulgação))

Connection Experience – O evento que está acontecendo em Gramado, no Rio Grande do Sul, esta semana, teve em sua manhã de conteúdos apresentações de destinos que possuem produtos de origem e destinos turísticos que entendem a importância dos pequenos produtores e da humanização da experiência turística.

Hulda Oliveira Giesbrecht, Coordenadora de Negócios de Base tecnológica do Sebrae Nacional explicou que a importância das indicações geográficas ficam alocadas na área de inovação do Sebrae e que entende a Indicação Geográfica como um ativo de propriedade intelectual pois acessa mercados de forma competitiva. Neste sentido, o Sebrae oferece a plataforma Sebrae Origens, que tem o objetivo de transformar os pequenos negócios da agricultura familiar.

Hulda Oliveira Giesbrecht é uma referência no tema de Indicações Geográficas (Foto: Uai Turismo)

Já Higor Freitas, Gerente Executivo da Associação de Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan), apresentou o processo histórico do queijo na região da Serra da Canastra. O trabalho de reconhecimento do queijo e da profissionalização do processo produtivo foi uma alternativa para minimizar o êxodo rural na região. A cidade de São Roque, por exemplo, chegou a ter uma redução de aproximadamente 40% da população entre a década de 60 e a década de 90. Esse investimento e estudo no produto de origem queijo da Serra da Canastra, culminou na fundação de uma Associação de produtores em 2005, a Aprocan, no reconhecimento como patrimônio pelo IPHAN pelo seu modo de produção, no lançamento e registro da marca e daí os prêmios e medalhas já conhecidos e reconhecidos do grande público. Com produção não tão grande, Higor entende que o queijo não é apenas um commoditie da região e precisa ser trabalhado também como valor agregado, e é aí que entra o turismo.

A manhã de conteúdos ainda contou com palestras de Rogério Ruschel, publicitário, Professor Universitário, escritor e especialista em marketing e comunicação, Giovana Ulian, Engenheira Civil e doutora em urbanismo, CEO da Biossplena Regeneração Urbana; Bernardo Ibargoyen, Empreendedor, Fundador da PMPRS – Plataforma que valoriza produtores com escala limitada de alta qualidade, Idealizador do Projeto Produtores Gaúchos Unidos RS e Marcos Livi, Graduado em Gastronomia pela renomada Castelli, é formado Chef de Cozinha pelo Senac, levou a cultura gaúcha para São Paulo, com o Veríssimo, Quintana, Brique, Napoli, Central e FFBurguer. Na sua cidade natal, São Francisco de Paula – Serra Gaúcha, revitalizou um dos mais antigos hotéis da Região – o Parador Hampel, onde proporciona uma “viagem gastronômica” através do Restaurante Ana Terra e do icônico A Ferro e Fogo, onde a brasa é usada com ciência para preparar sabores incríveis.

Abertura Connection Experience

A cerimônia de abertura aconteceu na noite desta quarta-feira (28) no Palácio dos Festivais, em Gramado e contou com diversas autoridades da agricultura, do turismo e do empreendedorismo, mostrando a importância da união desses setores.

Eduardo Zorzanello, CEO do evento, celebrou o aumento da participação de produtores este ano (em 2023 foram 27 IGs presentes e agora serão 51) e ressaltou a importância do tema.

“A gente passou a ficar apaixonado por tudo o que o tema representa, por tudo o que impacta, por tudo o que transforma. As IGs transformam vidas, transformam comunidades. Quando falamos sobre IGs é falar sobre arte, é falar sobre cultura, é falar sobre saberes, o fazer humano. Essa mistura entre os elementos naturais e a mão humana, que é algo único. Então nós hoje estamos muito, podem ter certeza disso, muito felizes em estarmos lidando com um evento completo, único, e que realmente tem um potencial gigantesco de crescimento”, celebrou.

A realização do evento, que se dá em um ano de dificuldades para todo o estado após as enchentes de maio no Rio Grande do Sul, foi celebrada como um ato de resistência e otimismo.“Nós nunca desistimos, não é verdade? Essa palavra não existe. A gente não desiste. A gente tem força. A gente é resiliente. O nosso olhar é sempre pro futuro. E aqui, hoje, a partir de hoje, no coração de Gramado, estamos unindo o Brasil de ponta a ponta”, disse Marta Rossi, CEO do evento, que é um dos primeiros eventos do setor a ser realizado depois da tragédia climática.

Marta Rossi e Eduardo Zorzanello lideram o evento que está em sua 2ª edição (Foto: divulgação)

O Secretário de Turismo Gramado, Ricardo Bertolucci reforçou que a “Rossi e Zorzanelo teve todos os motivos para desistir e recuar, mas não desistiram”, sobre as chuvas que comprometeram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. Ele ainda citou a importância do turismo para cidade, uma vez que 86% da economia de Gramado vem do turismo, no município de 40 mil habitantes.

Claudia Mara, secretária de turismo do estado do RS declarou que “os nossos saberes e fazeres são a nossa potência. O casamento do agro com o turismo é a transformação do setor e movimentação da economia no estado”.

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WeWork soma ao menos 12 pedidos de despejo no país

Entre 30 de julho e 4 de setembro, ao menos doze processos de despejo foram abertos contra a WeWork por atraso no pagamento de alugueis. As empresas exigem que a companhia de coworking, que aluga espaços de trabalho compartilhados, desocupe os imóveis.

Além disso, existem outras quatro ações extrajudiciais de cobrança de dívidas, nas quais as empresas lesadas podem manter o contrato de aluguel e a posse do espaço com o locatário, explica o advogado empresarial Gabriel Britto.

Em outro caso, a empresa proprietária contatou diretamente os clientes da WeWork para garantir o recebimento dos próximos pagamentos.

Atualmente, segundo o site da empresa, a WeWork mantém espaços de trabalho — incluindo salas, locais para eventos e andares inteiros — em 25 endereços espalhados pelo país, entre São Paulo (19), Rio de Janeiro (3), Belo Horizonte (2) e Porto Alegre (1).

São Paulo concentra a grande maioria dos processos encontrados. Somente dois processos correm em outros estados, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, pedindo que a empresa deixe os imóveis alugados.

Procurada, a WeWork afirmou não ter sido notificada sobre qualquer pedido de despejo. Em nota, a empresa disse que as negociações em andamento já estão resultando em acordos com os locadores.

Nota publicada ontem pela coluna Capital, do GLOBO, mostra que a WeWork pagou três aluguéis atrasados em seu principal endereço no Rio, a Torre Almirante, edifício de alto padrão no Centro da cidade.

Segundo Britto, os casos de inadimplência, especialmente em áreas nobres, podem sinalizar que não há fluxo de caixa. Nesta semana, duas proprietárias de imóveis localizados em centros financeiros de São Paulo entraram com pedidos de despejo contra a WeWork.

A gestora de ativos imobiliários HBR Realty informou que a empresa de escritórios compartilhados teria uma dívida de R$ 6,9 milhões, referente ao contrato de aluguel do 1º ao 11º andares do Edifício Lead Corporate Faria Lima, na avenida de mesmo nome.

Já o Fundo de Investimentos Imobiliários JK D, administrado pelo Banco Genial, também protocolou ação onde consta dívida de R$ 2,4 milhões ligada ao Condomínio Wtorre JK, localizado na Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck.

De acordo com Britto, o mercado de locação de espaços por curtos intervalos de tempo enfrenta um momento ruim depois da pandemia, tendência que não deve se reverter no curto prazo.

Além disso, o advogado lembra que a WeWork contratou recentemente a consultoria Alvarez & Marsal, conhecida por sua atuação em casos de reestruturações empresariais, para negociar com os donos dos imóveis.

O envolvimento do escritório, segundo Britto, poderia indicar uma possível aproximação de um pedido de recuperação judicial ou extrajudicial.

Em anonimato, uma fonte disse que investidores temem que a WeWork entre em um processo de insolvência, na medida em que seus clientes já começam a buscar contato direto com os proprietários dos imóveis e negociam com outras empresas de coworking.

Pandemia trouxe problemas

De acordo com Roberto Kanter, economista e professor da FGV, a WeWork aluga e transforma espaços em ambientes de trabalho modernos e com a identidade da marca, investindo em imóveis que não são dela, o que implica em gastos elevados.

Além disso, esse modelo foi duramente impactado pela pandemia. Depois da crise, enquanto empresas tradicionais voltaram aos seus escritórios, as companhias mais modernas, como startups, adotaram de vez o trabalho remoto ou semipresencial.

— A pandemia impactou diretamente, por conta do trabalho remoto. Empresas grandes e tradicionais, como a Petrobras, retornaram a prédios próprios — resume Kanter.

Kanter também lembra que a maior parte das operações da WeWork está concentrada nos Estados Unidos, onde enfrenta uma situação financeira complicada. Ano passado, a empresa entrou com um pedido de Chapter 11 na Justiça americana.

Esse mecanismo é equivalente ao processo de recuperação judicial no Brasil e permite que a empresa possa captar recursos e fazer uma reestruturação financeira enquanto preserva sua operação.

“Entender as regiões de Minas e atrair voos para o estado é parte da estratégia”, diz Leandro Andrade, Diretor da Invest Minas

“Entender as regiões de Minas e atrair voos para o estado é parte da estratégia”, diz Leandro Andrade, Diretor da Invest Minas (Minas hoje tem um olhar de negócios para o setor do turismo (Foto: Uai Turismo))

Leandro Andrade, Diretor de Atração de Investimentos da Invest Minas, foi o convidado deste episódio do podcast Uai Turismo. Leandro é graduado em administração de empresas, com MBA em gestão de negócios pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e especialista em Gerenciamento de projetos pela UC Berkeley – California e possui um extenso currículo. No podcast ele explicou como é a atuação da Invest Minas e quais são seus objetivos para o estado.

Andrade reforçou a importância das parcerias que vem sendo construídas para o desenvolvimento de Minas Gerais e detalhou como o turismo é articulado como um importante setor econômico no estado. Falou ainda sobre a chegada do grupo Vila Galé no estado, os voos internacionais e a plataforma Invest Minas Tur, que facilita a vida de quem quer investir e fazer negócios em turismo em Minas Gerais. Ele ressaltou que a atuação da agência de atração de investimentos para o estado (antigo INDI – Instituto de Desenvolvimento Integrado de MG), atua como todos os tamanhos de negócios no estado, entendendo principalmente que a cadeia do turismo é movimentada essencialmente pelos pequenos e médios investidores.

No bate-papo, Leandro Andrade ainda reforçou a importância de se entender e ter um olhar específico para as regiões de Minas, afinal são 853 municípios com realidades culturais e econômicas diversas. Confira o episódio completo:

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Distribuição de Dividendos: Aspectos Societários

Por Júlia Bandeira de Melo Campos* e Thalita Vani* — No contexto empresarial, a distribuição de dividendos é discutida sob vários aspectos. A forma de distribuição de dividendos pode até implicar uma mudança no tipo societário de uma sociedade/companhia. É direito essencial do sócio/acionista participar dos lucros sociais, conforme o Código Civil (C.C) e a Lei 6.404/76 (“LSA”). Ou seja, há vedação legal para suprimir o direito do sócio/acionista de participar dos lucros sociais, ainda que mediante deliberação unânime.

Condição para a Distribuição de Dividendos

A distribuição de dividendos é um direito econômico conferido ao sócio/acionista e inerente à finalidade de toda e qualquer sociedade empresária, considerando que o seu objetivo está atrelado à obtenção de lucro e à partilha deste entre os seus sócios.

Embora seja um direito do sócio, a distribuição de dividendos depende da existência de lucro distribuível, sob pena de sua descaracterização. Caso contrário, pode haver responsabilização civil e criminal dos administradores (se houver dolo). A LSA prevê que os acionistas que tenham agido de má-fé devem, obrigatoriamente, restituir os dividendos, presumindo-se a má-fé caso não tenha sido levantado o balanço do exercício ou os dividendos tenham sido distribuídos em desacordo com as demonstrações financeiras. A distribuição de dividendos sem lucros contábeis pode acarretar, ainda, implicações tributárias.

Forma de Distribuição de Dividendos

Destacamos que, de forma geral, os dividendos devem ser pagos em dinheiro, embora haja discussões a respeito da possibilidade de distribuí-los “in natura”. Neste último caso, será considerada uma dação em pagamento, dependendo, portanto, da concordância expressa do acionista-credor.

A Distribuição Obrigatória de Dividendos

A LSA prevê que os acionistas têm direito de receber dividendos obrigatórios de acordo com o previsto no estatuto social da companhia ou, se omisso, o valor determinado conforme as regras lá estabelecidas.

Há duas hipóteses em que é possível distribuir dividendos abaixo dos limites mínimos obrigatórios: (i) pelas companhias abertas, quando esta é feita exclusivamente para captar recursos via debêntures não conversíveis em ações; e (ii) pelas companhias fechadas que não sejam controladas por companhias abertas que não se enquadrem na primeira hipótese. Além disso, se a situação financeira da companhia não permitir, a distribuição de dividendos deixa de ser obrigatória.

No entanto, os dividendos obrigatórios devem sempre respeitar e não podem prejudicar o direito dos preferencialistas de receberem os dividendos a que tenham prioridade, inclusive os atrasados.

Companhias Fechadas com Receita Bruta Anual de até R$78 milhões

O Marco Legal das Startups (“ML das Startups”) estabeleceu que as companhias fechadas que tiverem receita bruta anual de até R$78 milhões, na hipótese de omissão do estatuto social quanto à distribuição de dividendos, ficam dispensadas de distribuir os dividendos obrigatórios. No entanto, foram mantidos os direitos dos preferencialistas em receber os dividendos fixos ou mínimos a que tenham preferência ou prioridade, conforme aplicável.

Princípio da Proporcionalidade

De forma geral, a distribuição de dividendos ocorre de forma proporcional à participação de cada sócio no capital social (sociedades limitadas) ou ao número de ações detido por cada acionista (sociedades por ações). A ideia é que “o sócio que mais contribuiu para a formação do capital social será, na mesma proporção, mais recompensado no momento da repartição dos lucros gerados pelas atividades da pessoa jurídica.”

No entanto, no caso das sociedades limitadas, os lucros podem ser distribuídos desproporcionalmente, se previsto no contrato social e aprovado pelos sócios, sendo recomendável que a deliberação seja unânime para evitar questionamentos futuros. Nas sociedades por ações, a distribuição desproporcional não é permitida entre acionistas da mesma classe. Vale destaque, no entanto, para a possibilidade de emissão de ações preferenciais, cujas preferências podem consistir em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo.

Há que se ponderar que, após a promulgação do ML das Startups, muito se discutiu sobre a (im)possibilidade de se realizar a distribuição de lucros desproporcional nas sociedades por ações. Isto porque a LSA foi modificada para que, em caso de omissão do estatuto quanto à distribuição de dividendos, estes serão estabelecidos livremente pela assembleia geral, hipótese em que não se aplicará o disposto no art. 202 da LSA.

Para alguns, a inclusão da expressão “estabelecidos livremente pela assembleia geral” deu margem à interpretação no sentido de se passou a permitir que, no caso das companhias fechadas com faturamento bruto anual inferior a R$ 78 milhões, os lucros sejam distribuídos da maneira como for deliberado pelos acionistas, inclusive desproporcionalmente.

Entretanto, interpretando a nova redação, bem como o seu contexto, verifica-se que o legislador fez alusão, na verdade, à não necessidade de distribuição obrigatória de dividendos em tais companhias. Isto porque tal lei tinha como objetivo incentivar o crescimento de startups e, portanto, fazia-se necessário que eventuais lucros apurados nas companhias em estágio inicial não fossem obrigatoriamente distribuídos, mas sim reinvestidos, permitindo o seu crescimento. Tendo em vista que o ML das Startups é uma lei nova, não houve ainda entendimento jurisprudencial sobre o tema.

Por fim, muito ainda se discutirá sobre o tema da distribuição desproporcional de dividendos, considerando que está sendo um dos temas da Reforma Tributária e que, em 13.08.2024, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do Projeto de Lei Complementar nº 108/2024, prevendo, dentre outras mudanças, a incidência do ITCMD sobre a distribuição desproporcional de dividendos, na hipótese de ato societário praticado por liberalidade e sem justificativa passível de comprovação.

*Júlia é advogada sênior associada do VBD Advogados

*Thalita é sócia do VBD Advogados. Atua em proteção da propriedade intelectual

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Reforma tributária: o complexo e o Simples

Ao contrário do que muitos acreditam, o Simples não é uma renúncia ou benefício fiscal, mas um modelo simplificado de recolhimento de tributos. A Receita Federal, de forma equivocada, inclui sua receita nas contas de renúncia fiscal, ignorando que se trata de um tratamento diferenciado consagrado na Constituição.

Outro equívoco comum é pensar que extinguir ou inviabilizar o Simples aumentaria a arrecadação de tributos. Esquece-se que sua criação permitiu a formalização de milhões de empresas e o surgimento de muitas outras, além de estimular o empreendedorismo, especialmente entre mulheres, jovens e na área tecnológica, ao reduzir o custo da inovação.

Essa visão distorcida tem gerado propostas para reduzir a abrangência do Simples com o intuito de arrecadar mais, dificultando, ainda, a correção de problemas enfrentados pelas empresas —especialmente a não correção, há muito tempo, de seus limites, e a criação de um mecanismo gradativo de saída do sistema.

No momento, discute-se no Senado a proposta de reforma tributária, já aprovada na Câmara, que prejudica as empresas que utilizam o Simples, pois reduz sua competitividade. Isto porque, ficando no Simples, ela não aproveita o crédito do IVA pago nas fases anteriores, tendo que absorver esses custos, que aumentarão com a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado. Transferirão créditos apenas sobre o percentual efetivamente recolhido, o que reduz duplamente sua capacidade de competir. Perde, também, em relação aos produtos que têm isenção ou redução de alíquotas, como cesta básica e outros, o que afeta fortemente suas condições para competir no mercado desses produtos.

O “split payment” (“pagamento parcelado”) também pressionará o capital de giro das empresas do Simples, que atualmente recolhem tributos no mês seguinte à venda, sem contar a burocracia dele resultante. Outra desvantagem é que as empresas do Simples gerarão menor “cashback” para o consumidor, impactando negativamente o varejo de menor porte.

A solução proposta é simples: basta essas empresas saírem do Simples e adotarem o regime comum. Contudo, o mecanismo criado para o IVA é burocrático e oneroso, acessível apenas às grandes empresas. Os custos em termos de pessoal, tecnologia e financeiros para aderir ao novo sistema são extremamente elevados para as empresas menores. A alegação de que o fisco cuidará da parte burocrática parece frágil, pois, mesmo com uma plataforma pública para notas fiscais, as empresas precisam de controles internos robustos.

A reforma tributária não considera que o sistema simplificado é um dispositivo constitucional, que deveria ser aprimorado e não inviabilizado. A questão central é saber se a sociedade quer manter o Simples ou aceita sua extinção em nome de um sistema que afetará menos de 5% das empresas, mas que provocará maior concentração econômica.

As consequências da inviabilização do Simples seriam graves: muitas empresas voltariam à informalidade, outras reduziriam suas atividades ou fechariam, impactando diretamente o emprego formal e a arrecadação. A perda seria ainda maior pelo desestímulo ao empreendedorismo, com reflexos negativos na inovação, na complementaridade econômica e na função social desse segmento da classe média.

Será essa a reforma que os empresários e a sociedade tanto esperam? Será para isso que o governo pretende criar quatro fundos com valores extremamente elevados, que, certamente, serão financiados por todos os contribuintes brasileiros?

TENDÊNCIAS / DEBATES

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Festivais, circuitos, movimentos, estrelas, prêmios: o que está acontecendo com a gastronomia brasileira?

Festivais, circuitos, movimentos, estrelas, prêmios: o que está acontecendo com a gastronomia brasileira? (Raízes Germânicas foi o tema do Festival Gastronômico de Pomerode/SC (Foto: Thiago Paes @paespelomundo))

As empresas querem estar onde as pessoas estão. Foi com essa máxima que as marcas entraram firmemente com seus perfis nas redes sociais, afinal é nas redes que as pessoas estão interagindo, espiando o que o outro está fazendo, para onde está indo, o que está comendo. Essa curadoria espontânea dos amigos das redes tem feito surgir o nome de festivais, circuitos, movimentos, prêmios que revelam diferentes nomes da gastronomia local. Embora não seja uma novidade, parece que a era dos festivais gastronômicos (e regionais) está só começando.

É preciso um pouco de perspicácia e de foco no que busca para entender o que revela cada prêmio. Os 100 melhores do Brasil, melhor restaurante do sul, melhores sorveterias da cidade, chef revelação, trabalhos sustentáveis, circuito café com pão, pão com bolinho e por aí vai. Fato é que todo esse movimento de associações e empresas da área está mudando a cara da gastronomia brasileira, revelando nomes, espaços, modos de fazer.

Abrasel/PR lança circuito pelas cafeterias da cidade (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

Prêmios pelo Brasil

Em Curitiba, por exemplo, tem surgido uma infinidade de festivais, circuitos, prêmios. Desde “pão com bolinho” – uma tradição dos botecos da cidade, seguido por “circuito café com pão”, “festival do pastel”, “carne de onça”, até prêmios mais tradicionais como o Festival BomGourmet, com uma seleção diversa de categorias que vão da região metropolitana ao interior do estado, passando pelos melhores restaurantes da cidade, chefs, tem crescido. O sucesso no Paraná levou o Festival BomGourmet a Florianópolis, o que pretende agitar a gastronomia local.

Festival Bomgourmet vai de Curitiba a Florianópolis (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

Em Pomerode, Santa Catarina, o Festival Gastronômico da cidade completou mais de uma década e continua a atrair locais e turistas para uma das regiões mais interessantes do Vale Europeu. A cultura alemã enraizada na cidade destaca uma culinária de imigração interessante e a certeza de que o evento é sempre um sucesso de público e de empreendedorismo.

Há décadas festival gastronômico de Pomerode atrai turistas para o Vale europeu em SC (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

De Prazeres a Michelin

Em Tiradentes, o Festival Arte e Cultura pedia por mais turistas neste que é o ano da comida mineira. Chefs como Fernanda Fonseca, turismóloga e especialista em turismo gastronômico levaram um pouco da sua experiência para o evento que já entrou no calendário da cidade. É a democratização da gastronomia que vai contando novas histórias no turismo.

Em São Paulo, prêmios como o Prazeres da Mesa revelam nomes que se destacam nas cozinhas do Brasil. Sem falar nas estrelas Michelin espalhadas pela cidade, entre uma e duas estrelas são 15 restaurantes, atraindo curiosos, especialistas, turistas. E ainda, as listas alternativas como os melhores e piores sorvetes da região. E se tudo isso mexe com a gastronomia local, acredito que outra máxima serve aqui “falem mal, mas falem de mim”.

O Prêmio de melhor costela da região metropolitana de Curitiba, por exemplo, transformou o negócio da “Chácara das Vaquinhas”, de exclusivamente corporativo para aberto ao público (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

De Butiás à Tapioca

Fato é que há uma efervescência de curadorias gastronômicas pelo Brasil. De Alagoas a Porto Alegre, de Belém a São Paulo. E falar de gastronomia brasileira não é uma tarefa fácil. É preciso traçar uma linha entre os tucupis do norte com os pequis do cerrado; um encontro entre os butiás do sul com o dendê da Bahia. Os peixes, as ostras, as carnes, a forte influência da imigração.

O que os festivais têm feito é difundir, mostrar para todos nós, apaixonados pela cultura brasileira e por meio da gastronomia, o que já existe. Um Brasil repleto de cores, jeitos, influências e vontade de aparecer para si e para o mundo. Portanto, quando sua cidade fizer um festival seja você o primeiro a apoiar, a participar do circuito, a pedir aquele prato premiado do cardápio. Qual festival gastronômico sua cidade está promovendo? A pluralidade da gastronomia brasileira, esta que precisa ser revelada, agradece. Pense nisso!

Thiago Paes é colunista de viagem e gastronomia. Apresentador no canal de tv Travel Box Brazil. Está no instagram como @paespelomundo. Press contato@paespelomundo.com.br

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