Os donos de pets que gastam com comida ‘de gente’ para seus bichos

Wednesday é uma cadela mestiça de pastor-alemão e husky siberiano.

Quando a adotou, sua tutora Amy Barkham já estava decidida a alimentar Wednesday (“Quarta-Feira”, em inglês) com ração de cachorro de primeira qualidade.

Ela pesquisou na internet, leu rótulos e saiu em busca de análises para selecionar marcas de ração britânicas que fossem nutricionalmente equilibradas, livres de cereais e oferecessem os benefícios de ingredientes de primeira linha, incluindo frangos criados ao ar livre e “legumes e aromas vegetais iguais à alimentação dos ancestrais do seu cachorro”.

Barkham tem 22 anos. Ela descreve Wednesday como “a maior reserva de energia que já conheci”.

Mas a cadela não demonstrou interesse pela ração livre de cereais que sua tutora comprou. Na verdade, ela preferia brincar com sua abóbora de pelúcia.

Depois de um mês, Wednesday começou a recusar por completo a comida. Sua greve de fome acabou fazendo com que ela perdesse muito peso.

Barkham não sabia o que fazer. Ela já estava pagando mais de 50 libras (cerca de R$ 313) por saco de 15 kg de ração seca das marcas que ela escolheu, a cada cinco semanas, mais ou menos.

O que mais a sua cachorra poderia querer? Será que iria custar ainda mais caro?

A resposta: Wednesday queria ração de cachorro de grau humano.

O preço desse tipo de ração pode fazer seus tutores chegarem às lágrimas. Mas, com o aumento das ofertas disponíveis no mercado, a ração de grau humano vem despertando cada vez mais interesse dos donos de cães e gatos.

“Grau humano” não é uma expressão nova. Mas sua definição, no início, era imprecisa.

Para alguns consumidores, “grau humano” era simplesmente sinônimo de melhor qualidade – ou indicava a noção de que, se é boa para os seres humanos, deve ser boa para os animais.

Mas, nos últimos dois anos, foram estabelecidos novos padrões nos EUA, no Reino Unido e na União Europeia. E esses padrões trouxeram regulamentações mais rigorosas.

“Grau humano” é a ração animal produzida de forma consistente com as normas em vigor para produtos alimentícios para consumo imediato por seres humanos.

Barkham descobriu esta opção em 2022, durante uma exposição de cães em Londres. Ela conheceu o alimento para cães fresco e suavemente cozido da marca britânica Tuggs, que inclui vegetais visualmente reconhecíveis como brócolis e cenouras, além de proteínas de bacalhau, porco, carne bovina, galinha – e até de insetos.

Ela aprovou tanto os benefícios nutricionais anunciados quanto o seu compromisso com a sustentabilidade. E, mesmo tendo dificuldade em imaginar sua cadela aceitando um alimento com proteína de insetos depois de rejeitar a ração premium, Barkham decidiu arriscar.

Wednesday adorou.

Produzida fresca e rapidamente congelada, a ração da cadela agora chega congelada em sacos plásticos e embalagens externas com isolamento térmico.

Barkham agora reserva 150 libras (cerca de R$ 939) por mês para o débito automático da entrega da comida e dos petiscos de Wednesday – só a comida custa cerca de 90 libras (cerca de R$ 563) a cada quatro semanas.

O aumento do gasto é significativo. Mas, para Barkham, abrir espaço no orçamento para um alimento de alta qualidade que satisfaça todas as necessidades da sua cachorra – e dela própria – vale a pena. Mesmo se causar “alguns pequenos sacrifícios, como pedir comida para entrega em casa menos vezes por mês”.

O maior problema é que “como moramos em um apartamento pequeno, com uma pequena geladeira, agora só temos uma gaveta para a comida humana”.

Muitos tutores de cães e gatos têm observado marcas de todo o mundo anunciarem ração para pets rica em nutrientes que não parece tão diferente de pratos para humanos. Alguns exemplos são as marcas Perfect Bowl, Smalls, The Farmer’s Dog e Elmut.

Cada vez mais tutores de animais domésticos estão encomendando esses produtos, muitos deles produzidos por startups de comércio eletrônico em forma de assinatura. Assim, eles cedem ao impulso irresistível de oferecer aos seus amados pets os alimentos mais completos e nutritivos que eles podem comprar – mesmo ignorando toda a lógica financeira.

Chefs para os pets

A Associação Norte-Americana de Produtos para Pets estima que os americanos gastaram US$ 58,1 bilhões (cerca de R$ 289 bilhões) em alimentos e petiscos para animais de estimação em 2022.

No Reino Unido, a organização UK Pet Food avaliou os gastos dos britânicos em 2023 em 3,8 bilhões de libras (cerca de R$ 23,8 bilhões).

Mas a indústria moderna das rações para pets, apesar do seu imenso tamanho atual, é relativamente nova – que dirá o setor das rações premium.

“Por grande parte do século 20, os animais de estimação foram alimentados com restos de cozinha, como sobras de carne e ossos, que eram disponíveis mais facilmente e com baixo custo”, afirma a pesquisadora em grau de PhD Natalia Ciecierska-Holmes. Ela estuda dietas alternativas para cães e seres humanos na Universidade de Adelaide, na Austrália, e na Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

A pesquisadora conta que um alimento popular para cães nos anos 1920 era carne de cavalo em lata. E as empresas fabricantes de ração para animais de estimação só foram fundadas nos anos 1950, vendendo ração seca derivada da extrusão de ingredientes secos e úmidos para formar um produto não perecível.

Ciecierska-Holmes relembra um momento marcante, que fez com que as pessoas começassem a procurar alimentos alternativos para pets: um recall global de ração comercial ocorrido em 2007.

Naquele ano, a Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) encontrou glúten de trigo contaminado com melamina e ácido cianúrico na cadeia de fornecimento, o que causou a morte de 14 gatos e um cachorro.

“Esse recall gerou desconfiança no sistema de ração comercial para pets [e gerou] o desejo de maior controle sobre a origem desses ingredientes”, explica a pesquisadora.

Atualmente, muitos fabricantes de ração para pets anunciam ingredientes especializados e oferecem misturas para dietas especiais. Muitos oferecem carnes de animais exóticos, “como veado, coelho e canguru, consideradas mais sustentáveis” nos países onde são vendidas, explica Ciecierska-Holmes.

Uma das primeiras tendências premium deste segmento de mercado foi a “alimentação crua”. “A alimentação crua se originou como dieta feita em casa, com os tutores buscando seus próprios ingredientes”, segundo a pesquisadora.

Esta prática foi comercializada e, hoje, “os consumidores podem escolher a conveniência do alimento cru já preparado por marcas especializadas de ração crua para pets e por quantidades cada vez maiores de ‘açougueiros de pets’.”

O que há de melhor para o melhor amigo do homem

A forma como as pessoas compram e priorizam certos produtos no imenso mercado de rações para pets, segundo Ciecierska-Holmes, é definida pelas mudanças das perspectivas socioculturais sobre como os seres humanos veem os animais.

O economista e professor de nutrição global Sean B. Cash, da Escola Friedman de Política e Ciência da Nutrição da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, é da mesma opinião.

Essencialmente, segundo ele, a preocupação cada vez maior dos tutores sobre como alimentar seus animais de estimação se resume ao crescente antropomorfismo ou “humanização” dos seus companheiros animais.

Cash e seus colegas pesquisaram quais os fatores que determinam as decisões de compra de ração para pets. Eles descobriram o que chamaram de “disparidade de priorização de saúde”.

Resumidamente, quase a metade dos tutores de pets pesquisados priorizam a compra de alimentos saudáveis para seus animais, em detrimento de si próprios.

Agora, além de tocar os corações dos dedicados tutores que só querem o melhor para os seus companheiros, as marcas de rações de luxo também procuram anunciar exatamente os mesmos benefícios que eles próprios iriam querer na sua alimentação.

Elas rotulam seus produtos com expressões como “grau humano”, “natural”, “livre de cereais” e “holístico”, mas muitas dessas denominações não são regulamentadas, segundo Ciecierska-Holmes.

Na busca pela diferenciação, as marcas apresentam propostas de venda exclusivas. Elas variam das propostas criativas e embasadas pelas pesquisas – como a preparação fresca, proteínas alternativas e cadeias de suprimento transparentes – até os nichos de mercado, como ração sem glúten, ração kosher para a Páscoa judaica e ração com peru, espinafre e cranberry.

Como diz Cash, elas oferecem “não apenas o peru, mas todo o banquete de Ação de Graças”.

Harry Bremner é o fundador da Tuggs, a marca adotada por Amy Barkham para a ração de Wednesday. Para ele, o sucesso de vendas da ração para pets “grau humano” reflete a tendência de promover o bem-estar nas indústrias humanas.

Bremner conta que alguns consumidores estão interessados em marcas que priorizem a sustentabilidade como reflexo das suas preocupações com seu próprio estilo de vida.

Os consumidores sabem que os animais de estimação “têm uma pegada de carbono similar à deles próprios… e isso [os] está levando a comprar produtos mais sustentáveis”, explica ele.

Hora do jantar

Os consumidores que encomendam ração para pets selecionada por verdadeiros chefs e entregue nas suas portas toda semana podem se sentir bem com suas decisões de compra, especialmente quando seus cães e gatos comem com gosto.

Isso é importante para a paz de espírito das pessoas, mas especialistas destacam que essa tendência pode ser mais para bem-estar do humano do que para o seu melhor amigo animal. Muitos deles acreditam que uma dieta especializada mais cara nem sempre garante melhor nutrição.

Algumas tendências do mercado de rações, como os alimentos inteiros, são baseadas em pesquisas veterinárias.

“Foram documentados benefícios à saúde [do sistema imunológico] dos alimentos inteiros para cães, em comparação com alimentos processados, como a ração”, explica o veterinário Patrick Mahaney, da Califórnia, nos Estados Unidos. Ele faz referência a um teste clínico publicado em 2022.

Mas não é tão simples saber ao certo se a ração para pets de grau humano realmente está promovendo a nutrição dos animais de forma que outros alimentos não conseguem, ou mesmo criando menos emissões de carbono no seu caminho até a tigela.

Ainda assim, as vendas cada vez maiores e o surgimento de novos concorrentes no mercado demonstram a crescente demanda dos consumidores.

Para Amy Barkham, a transição foi a escolha correta, apesar do alto preço. Ver sua mascote manter o peso, com seu pelo brilhante e fezes saudáveis – e, principalmente, sua alegria – vale a pena.

“Toda noite, às sete horas, Wednesday começa a cantar a música do seu povo para nos lembrar que é hora do jantar”, ela conta.

*Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Worklife.

Os donos de pets que gastam com comida ‘de gente’ para seus bichos

Wednesday é uma cadela mestiça de pastor-alemão e husky siberiano.

Quando a adotou, sua tutora Amy Barkham já estava decidida a alimentar Wednesday (“Quarta-Feira”, em inglês) com ração de cachorro de primeira qualidade.

Ela pesquisou na internet, leu rótulos e saiu em busca de análises para selecionar marcas de ração britânicas que fossem nutricionalmente equilibradas, livres de cereais e oferecessem os benefícios de ingredientes de primeira linha, incluindo frangos criados ao ar livre e “legumes e aromas vegetais iguais à alimentação dos ancestrais do seu cachorro”.

Barkham tem 22 anos. Ela descreve Wednesday como “a maior reserva de energia que já conheci”.

Mas a cadela não demonstrou interesse pela ração livre de cereais que sua tutora comprou. Na verdade, ela preferia brincar com sua abóbora de pelúcia.

Depois de um mês, Wednesday começou a recusar por completo a comida. Sua greve de fome acabou fazendo com que ela perdesse muito peso.

Barkham não sabia o que fazer. Ela já estava pagando mais de 50 libras (cerca de R$ 313) por saco de 15 kg de ração seca das marcas que ela escolheu, a cada cinco semanas, mais ou menos.

O que mais a sua cachorra poderia querer? Será que iria custar ainda mais caro?

A resposta: Wednesday queria ração de cachorro de grau humano.

O preço desse tipo de ração pode fazer seus tutores chegarem às lágrimas. Mas, com o aumento das ofertas disponíveis no mercado, a ração de grau humano vem despertando cada vez mais interesse dos donos de cães e gatos.

“Grau humano” não é uma expressão nova. Mas sua definição, no início, era imprecisa.

Para alguns consumidores, “grau humano” era simplesmente sinônimo de melhor qualidade – ou indicava a noção de que, se é boa para os seres humanos, deve ser boa para os animais.

Mas, nos últimos dois anos, foram estabelecidos novos padrões nos EUA, no Reino Unido e na União Europeia. E esses padrões trouxeram regulamentações mais rigorosas.

“Grau humano” é a ração animal produzida de forma consistente com as normas em vigor para produtos alimentícios para consumo imediato por seres humanos.

Barkham descobriu esta opção em 2022, durante uma exposição de cães em Londres. Ela conheceu o alimento para cães fresco e suavemente cozido da marca britânica Tuggs, que inclui vegetais visualmente reconhecíveis como brócolis e cenouras, além de proteínas de bacalhau, porco, carne bovina, galinha – e até de insetos.

Ela aprovou tanto os benefícios nutricionais anunciados quanto o seu compromisso com a sustentabilidade. E, mesmo tendo dificuldade em imaginar sua cadela aceitando um alimento com proteína de insetos depois de rejeitar a ração premium, Barkham decidiu arriscar.

Wednesday adorou.

Produzida fresca e rapidamente congelada, a ração da cadela agora chega congelada em sacos plásticos e embalagens externas com isolamento térmico.

Barkham agora reserva 150 libras (cerca de R$ 939) por mês para o débito automático da entrega da comida e dos petiscos de Wednesday – só a comida custa cerca de 90 libras (cerca de R$ 563) a cada quatro semanas.

O aumento do gasto é significativo. Mas, para Barkham, abrir espaço no orçamento para um alimento de alta qualidade que satisfaça todas as necessidades da sua cachorra – e dela própria – vale a pena. Mesmo se causar “alguns pequenos sacrifícios, como pedir comida para entrega em casa menos vezes por mês”.

O maior problema é que “como moramos em um apartamento pequeno, com uma pequena geladeira, agora só temos uma gaveta para a comida humana”.

Muitos tutores de cães e gatos têm observado marcas de todo o mundo anunciarem ração para pets rica em nutrientes que não parece tão diferente de pratos para humanos. Alguns exemplos são as marcas Perfect Bowl, Smalls, The Farmer’s Dog e Elmut.

Cada vez mais tutores de animais domésticos estão encomendando esses produtos, muitos deles produzidos por startups de comércio eletrônico em forma de assinatura. Assim, eles cedem ao impulso irresistível de oferecer aos seus amados pets os alimentos mais completos e nutritivos que eles podem comprar – mesmo ignorando toda a lógica financeira.

Chefs para os pets

A Associação Norte-Americana de Produtos para Pets estima que os americanos gastaram US$ 58,1 bilhões (cerca de R$ 289 bilhões) em alimentos e petiscos para animais de estimação em 2022.

No Reino Unido, a organização UK Pet Food avaliou os gastos dos britânicos em 2023 em 3,8 bilhões de libras (cerca de R$ 23,8 bilhões).

Mas a indústria moderna das rações para pets, apesar do seu imenso tamanho atual, é relativamente nova – que dirá o setor das rações premium.

“Por grande parte do século 20, os animais de estimação foram alimentados com restos de cozinha, como sobras de carne e ossos, que eram disponíveis mais facilmente e com baixo custo”, afirma a pesquisadora em grau de PhD Natalia Ciecierska-Holmes. Ela estuda dietas alternativas para cães e seres humanos na Universidade de Adelaide, na Austrália, e na Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

A pesquisadora conta que um alimento popular para cães nos anos 1920 era carne de cavalo em lata. E as empresas fabricantes de ração para animais de estimação só foram fundadas nos anos 1950, vendendo ração seca derivada da extrusão de ingredientes secos e úmidos para formar um produto não perecível.

Ciecierska-Holmes relembra um momento marcante, que fez com que as pessoas começassem a procurar alimentos alternativos para pets: um recall global de ração comercial ocorrido em 2007.

Naquele ano, a Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) encontrou glúten de trigo contaminado com melamina e ácido cianúrico na cadeia de fornecimento, o que causou a morte de 14 gatos e um cachorro.

“Esse recall gerou desconfiança no sistema de ração comercial para pets [e gerou] o desejo de maior controle sobre a origem desses ingredientes”, explica a pesquisadora.

Atualmente, muitos fabricantes de ração para pets anunciam ingredientes especializados e oferecem misturas para dietas especiais. Muitos oferecem carnes de animais exóticos, “como veado, coelho e canguru, consideradas mais sustentáveis” nos países onde são vendidas, explica Ciecierska-Holmes.

Uma das primeiras tendências premium deste segmento de mercado foi a “alimentação crua”. “A alimentação crua se originou como dieta feita em casa, com os tutores buscando seus próprios ingredientes”, segundo a pesquisadora.

Esta prática foi comercializada e, hoje, “os consumidores podem escolher a conveniência do alimento cru já preparado por marcas especializadas de ração crua para pets e por quantidades cada vez maiores de ‘açougueiros de pets’.”

O que há de melhor para o melhor amigo do homem

A forma como as pessoas compram e priorizam certos produtos no imenso mercado de rações para pets, segundo Ciecierska-Holmes, é definida pelas mudanças das perspectivas socioculturais sobre como os seres humanos veem os animais.

O economista e professor de nutrição global Sean B. Cash, da Escola Friedman de Política e Ciência da Nutrição da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, é da mesma opinião.

Essencialmente, segundo ele, a preocupação cada vez maior dos tutores sobre como alimentar seus animais de estimação se resume ao crescente antropomorfismo ou “humanização” dos seus companheiros animais.

Cash e seus colegas pesquisaram quais os fatores que determinam as decisões de compra de ração para pets. Eles descobriram o que chamaram de “disparidade de priorização de saúde”.

Resumidamente, quase a metade dos tutores de pets pesquisados priorizam a compra de alimentos saudáveis para seus animais, em detrimento de si próprios.

Agora, além de tocar os corações dos dedicados tutores que só querem o melhor para os seus companheiros, as marcas de rações de luxo também procuram anunciar exatamente os mesmos benefícios que eles próprios iriam querer na sua alimentação.

Elas rotulam seus produtos com expressões como “grau humano”, “natural”, “livre de cereais” e “holístico”, mas muitas dessas denominações não são regulamentadas, segundo Ciecierska-Holmes.

Na busca pela diferenciação, as marcas apresentam propostas de venda exclusivas. Elas variam das propostas criativas e embasadas pelas pesquisas – como a preparação fresca, proteínas alternativas e cadeias de suprimento transparentes – até os nichos de mercado, como ração sem glúten, ração kosher para a Páscoa judaica e ração com peru, espinafre e cranberry.

Como diz Cash, elas oferecem “não apenas o peru, mas todo o banquete de Ação de Graças”.

Harry Bremner é o fundador da Tuggs, a marca adotada por Amy Barkham para a ração de Wednesday. Para ele, o sucesso de vendas da ração para pets “grau humano” reflete a tendência de promover o bem-estar nas indústrias humanas.

Bremner conta que alguns consumidores estão interessados em marcas que priorizem a sustentabilidade como reflexo das suas preocupações com seu próprio estilo de vida.

Os consumidores sabem que os animais de estimação “têm uma pegada de carbono similar à deles próprios… e isso [os] está levando a comprar produtos mais sustentáveis”, explica ele.

Hora do jantar

Os consumidores que encomendam ração para pets selecionada por verdadeiros chefs e entregue nas suas portas toda semana podem se sentir bem com suas decisões de compra, especialmente quando seus cães e gatos comem com gosto.

Isso é importante para a paz de espírito das pessoas, mas especialistas destacam que essa tendência pode ser mais para bem-estar do humano do que para o seu melhor amigo animal. Muitos deles acreditam que uma dieta especializada mais cara nem sempre garante melhor nutrição.

Algumas tendências do mercado de rações, como os alimentos inteiros, são baseadas em pesquisas veterinárias.

“Foram documentados benefícios à saúde [do sistema imunológico] dos alimentos inteiros para cães, em comparação com alimentos processados, como a ração”, explica o veterinário Patrick Mahaney, da Califórnia, nos Estados Unidos. Ele faz referência a um teste clínico publicado em 2022.

Mas não é tão simples saber ao certo se a ração para pets de grau humano realmente está promovendo a nutrição dos animais de forma que outros alimentos não conseguem, ou mesmo criando menos emissões de carbono no seu caminho até a tigela.

Ainda assim, as vendas cada vez maiores e o surgimento de novos concorrentes no mercado demonstram a crescente demanda dos consumidores.

Para Amy Barkham, a transição foi a escolha correta, apesar do alto preço. Ver sua mascote manter o peso, com seu pelo brilhante e fezes saudáveis – e, principalmente, sua alegria – vale a pena.

“Toda noite, às sete horas, Wednesday começa a cantar a música do seu povo para nos lembrar que é hora do jantar”, ela conta.

*Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Worklife.

Os donos de pets que gastam com comida ‘de gente’ para seus bichos

Wednesday é uma cadela mestiça de pastor-alemão e husky siberiano.

Quando a adotou, sua tutora Amy Barkham já estava decidida a alimentar Wednesday (“Quarta-Feira”, em inglês) com ração de cachorro de primeira qualidade.

Ela pesquisou na internet, leu rótulos e saiu em busca de análises para selecionar marcas de ração britânicas que fossem nutricionalmente equilibradas, livres de cereais e oferecessem os benefícios de ingredientes de primeira linha, incluindo frangos criados ao ar livre e “legumes e aromas vegetais iguais à alimentação dos ancestrais do seu cachorro”.

Barkham tem 22 anos. Ela descreve Wednesday como “a maior reserva de energia que já conheci”.

Mas a cadela não demonstrou interesse pela ração livre de cereais que sua tutora comprou. Na verdade, ela preferia brincar com sua abóbora de pelúcia.

Depois de um mês, Wednesday começou a recusar por completo a comida. Sua greve de fome acabou fazendo com que ela perdesse muito peso.

Barkham não sabia o que fazer. Ela já estava pagando mais de 50 libras (cerca de R$ 313) por saco de 15 kg de ração seca das marcas que ela escolheu, a cada cinco semanas, mais ou menos.

O que mais a sua cachorra poderia querer? Será que iria custar ainda mais caro?

A resposta: Wednesday queria ração de cachorro de grau humano.

O preço desse tipo de ração pode fazer seus tutores chegarem às lágrimas. Mas, com o aumento das ofertas disponíveis no mercado, a ração de grau humano vem despertando cada vez mais interesse dos donos de cães e gatos.

“Grau humano” não é uma expressão nova. Mas sua definição, no início, era imprecisa.

Para alguns consumidores, “grau humano” era simplesmente sinônimo de melhor qualidade – ou indicava a noção de que, se é boa para os seres humanos, deve ser boa para os animais.

Mas, nos últimos dois anos, foram estabelecidos novos padrões nos EUA, no Reino Unido e na União Europeia. E esses padrões trouxeram regulamentações mais rigorosas.

“Grau humano” é a ração animal produzida de forma consistente com as normas em vigor para produtos alimentícios para consumo imediato por seres humanos.

Barkham descobriu esta opção em 2022, durante uma exposição de cães em Londres. Ela conheceu o alimento para cães fresco e suavemente cozido da marca britânica Tuggs, que inclui vegetais visualmente reconhecíveis como brócolis e cenouras, além de proteínas de bacalhau, porco, carne bovina, galinha – e até de insetos.

Ela aprovou tanto os benefícios nutricionais anunciados quanto o seu compromisso com a sustentabilidade. E, mesmo tendo dificuldade em imaginar sua cadela aceitando um alimento com proteína de insetos depois de rejeitar a ração premium, Barkham decidiu arriscar.

Wednesday adorou.

Produzida fresca e rapidamente congelada, a ração da cadela agora chega congelada em sacos plásticos e embalagens externas com isolamento térmico.

Barkham agora reserva 150 libras (cerca de R$ 939) por mês para o débito automático da entrega da comida e dos petiscos de Wednesday – só a comida custa cerca de 90 libras (cerca de R$ 563) a cada quatro semanas.

O aumento do gasto é significativo. Mas, para Barkham, abrir espaço no orçamento para um alimento de alta qualidade que satisfaça todas as necessidades da sua cachorra – e dela própria – vale a pena. Mesmo se causar “alguns pequenos sacrifícios, como pedir comida para entrega em casa menos vezes por mês”.

O maior problema é que “como moramos em um apartamento pequeno, com uma pequena geladeira, agora só temos uma gaveta para a comida humana”.

Muitos tutores de cães e gatos têm observado marcas de todo o mundo anunciarem ração para pets rica em nutrientes que não parece tão diferente de pratos para humanos. Alguns exemplos são as marcas Perfect Bowl, Smalls, The Farmer’s Dog e Elmut.

Cada vez mais tutores de animais domésticos estão encomendando esses produtos, muitos deles produzidos por startups de comércio eletrônico em forma de assinatura. Assim, eles cedem ao impulso irresistível de oferecer aos seus amados pets os alimentos mais completos e nutritivos que eles podem comprar – mesmo ignorando toda a lógica financeira.

Chefs para os pets

A Associação Norte-Americana de Produtos para Pets estima que os americanos gastaram US$ 58,1 bilhões (cerca de R$ 289 bilhões) em alimentos e petiscos para animais de estimação em 2022.

No Reino Unido, a organização UK Pet Food avaliou os gastos dos britânicos em 2023 em 3,8 bilhões de libras (cerca de R$ 23,8 bilhões).

Mas a indústria moderna das rações para pets, apesar do seu imenso tamanho atual, é relativamente nova – que dirá o setor das rações premium.

“Por grande parte do século 20, os animais de estimação foram alimentados com restos de cozinha, como sobras de carne e ossos, que eram disponíveis mais facilmente e com baixo custo”, afirma a pesquisadora em grau de PhD Natalia Ciecierska-Holmes. Ela estuda dietas alternativas para cães e seres humanos na Universidade de Adelaide, na Austrália, e na Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

A pesquisadora conta que um alimento popular para cães nos anos 1920 era carne de cavalo em lata. E as empresas fabricantes de ração para animais de estimação só foram fundadas nos anos 1950, vendendo ração seca derivada da extrusão de ingredientes secos e úmidos para formar um produto não perecível.

Ciecierska-Holmes relembra um momento marcante, que fez com que as pessoas começassem a procurar alimentos alternativos para pets: um recall global de ração comercial ocorrido em 2007.

Naquele ano, a Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) encontrou glúten de trigo contaminado com melamina e ácido cianúrico na cadeia de fornecimento, o que causou a morte de 14 gatos e um cachorro.

“Esse recall gerou desconfiança no sistema de ração comercial para pets [e gerou] o desejo de maior controle sobre a origem desses ingredientes”, explica a pesquisadora.

Atualmente, muitos fabricantes de ração para pets anunciam ingredientes especializados e oferecem misturas para dietas especiais. Muitos oferecem carnes de animais exóticos, “como veado, coelho e canguru, consideradas mais sustentáveis” nos países onde são vendidas, explica Ciecierska-Holmes.

Uma das primeiras tendências premium deste segmento de mercado foi a “alimentação crua”. “A alimentação crua se originou como dieta feita em casa, com os tutores buscando seus próprios ingredientes”, segundo a pesquisadora.

Esta prática foi comercializada e, hoje, “os consumidores podem escolher a conveniência do alimento cru já preparado por marcas especializadas de ração crua para pets e por quantidades cada vez maiores de ‘açougueiros de pets’.”

O que há de melhor para o melhor amigo do homem

A forma como as pessoas compram e priorizam certos produtos no imenso mercado de rações para pets, segundo Ciecierska-Holmes, é definida pelas mudanças das perspectivas socioculturais sobre como os seres humanos veem os animais.

O economista e professor de nutrição global Sean B. Cash, da Escola Friedman de Política e Ciência da Nutrição da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, é da mesma opinião.

Essencialmente, segundo ele, a preocupação cada vez maior dos tutores sobre como alimentar seus animais de estimação se resume ao crescente antropomorfismo ou “humanização” dos seus companheiros animais.

Cash e seus colegas pesquisaram quais os fatores que determinam as decisões de compra de ração para pets. Eles descobriram o que chamaram de “disparidade de priorização de saúde”.

Resumidamente, quase a metade dos tutores de pets pesquisados priorizam a compra de alimentos saudáveis para seus animais, em detrimento de si próprios.

Agora, além de tocar os corações dos dedicados tutores que só querem o melhor para os seus companheiros, as marcas de rações de luxo também procuram anunciar exatamente os mesmos benefícios que eles próprios iriam querer na sua alimentação.

Elas rotulam seus produtos com expressões como “grau humano”, “natural”, “livre de cereais” e “holístico”, mas muitas dessas denominações não são regulamentadas, segundo Ciecierska-Holmes.

Na busca pela diferenciação, as marcas apresentam propostas de venda exclusivas. Elas variam das propostas criativas e embasadas pelas pesquisas – como a preparação fresca, proteínas alternativas e cadeias de suprimento transparentes – até os nichos de mercado, como ração sem glúten, ração kosher para a Páscoa judaica e ração com peru, espinafre e cranberry.

Como diz Cash, elas oferecem “não apenas o peru, mas todo o banquete de Ação de Graças”.

Harry Bremner é o fundador da Tuggs, a marca adotada por Amy Barkham para a ração de Wednesday. Para ele, o sucesso de vendas da ração para pets “grau humano” reflete a tendência de promover o bem-estar nas indústrias humanas.

Bremner conta que alguns consumidores estão interessados em marcas que priorizem a sustentabilidade como reflexo das suas preocupações com seu próprio estilo de vida.

Os consumidores sabem que os animais de estimação “têm uma pegada de carbono similar à deles próprios… e isso [os] está levando a comprar produtos mais sustentáveis”, explica ele.

Hora do jantar

Os consumidores que encomendam ração para pets selecionada por verdadeiros chefs e entregue nas suas portas toda semana podem se sentir bem com suas decisões de compra, especialmente quando seus cães e gatos comem com gosto.

Isso é importante para a paz de espírito das pessoas, mas especialistas destacam que essa tendência pode ser mais para bem-estar do humano do que para o seu melhor amigo animal. Muitos deles acreditam que uma dieta especializada mais cara nem sempre garante melhor nutrição.

Algumas tendências do mercado de rações, como os alimentos inteiros, são baseadas em pesquisas veterinárias.

“Foram documentados benefícios à saúde [do sistema imunológico] dos alimentos inteiros para cães, em comparação com alimentos processados, como a ração”, explica o veterinário Patrick Mahaney, da Califórnia, nos Estados Unidos. Ele faz referência a um teste clínico publicado em 2022.

Mas não é tão simples saber ao certo se a ração para pets de grau humano realmente está promovendo a nutrição dos animais de forma que outros alimentos não conseguem, ou mesmo criando menos emissões de carbono no seu caminho até a tigela.

Ainda assim, as vendas cada vez maiores e o surgimento de novos concorrentes no mercado demonstram a crescente demanda dos consumidores.

Para Amy Barkham, a transição foi a escolha correta, apesar do alto preço. Ver sua mascote manter o peso, com seu pelo brilhante e fezes saudáveis – e, principalmente, sua alegria – vale a pena.

“Toda noite, às sete horas, Wednesday começa a cantar a música do seu povo para nos lembrar que é hora do jantar”, ela conta.

*Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Worklife.

Startup20: No AP, lançamento de editais para negócios da Amazônia somam cerca R$ 500 mil

O Startup 20 começa nesta sexta-feira (23) em Macapá. Durante o evento, que reúne as 20 maiores economias do mundo, cerca de R$ 500 mil em editais de fomento a negócios inovadores da Amazônia devem ser lançados. (Veja detalhes nesta reportagem).

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Veja os detalhes de cada edital:

Tec nova 3:

O pré-lançamento deste edital ocorre na noite desta sexta-feira (23). O Tec Nova 3 promete auxiliar empresas amapaenses no desenvolvimento de produtos ou processos inovadores em diferentes setores.

Serão dez empresas selecionadas com investimentos de aproximadamente R$ 400 mil para cada uma.

Segundo Marcelo Camargo, superintendente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a 3ª fase do programa é uma forma de aceleração para esses negócios.

“Esses recursos são uma forma de acelerar, desenvolver e internacionalizar essas empresas. Esse é o passo mais importante, fazer com que o mundo conheça as startups da Amazônia”, afirmou Marcelo.

“Esses recursos são uma forma de acelerar, desenvolver e internacionalizar essas empresas. Esse é o passo mais importante, fazer com que o mundo conheça as startups da Amazônia”, afirmou Marcelo.

O edital é fruto de uma parceria entre o Governo do Estado do Amapá, a Finep e o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Doutor empreendedor

Dentro das Universidades e Institutos, diferentes projetos são criados, sejam eles no ramo científico ou tecnológico. Pensando nisso, o Doutor empreendedor deve ser lançado durante a programação do Startup 20 deste sábado (25).

Poderão participar deste certame pessoas ou instituições que tenham projetos com potencial de inovação. O edital é um incentivo à pesquisa na área da Amazônia.

Serão selecionados cinco modelos de negócios, os quais devem receber incentivo financeiro, educacional e tecnológico.

O edital deve ser publicado no site fapeap.ap.gov.br neste sábado.

Startup Indústria

No setor industrial, serão ofertadas dez vagas para negócios do ramo. O investimento fica por conta do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Os escolhidos devem receber mentorias e concorrer a prêmios em dinheiro para auxiliar no custeio do projeto. Não foi divulgada a data de abertura do processo.

Conexão Distrito #4

Desenvolvido por uma empresa de Manaus, no Amazonas, este processo deve selecionar 3 startups para solucionar os desafios propostos por uma multinacional de origem taiwanesa.

Cada uma deve receber o incentivo de R$ 100 mil reais para desenvolver soluções eletrônicas para notebooks, tablets e smartphones.

O lançamento ocorre nesta sexta-feira (23) em um coworking no Centro de Macapá. Interessados devem se inscrever neste link.

A chamada conta com recursos oriundos da Lei de Informática, via Programa Prioritário de Indústria 4.0 (PPI4.0), coordenado pelo Centro Internacional de Tecnologia de Software (CITS).

Durante a programação do Startup 20, também deve haver a assinatura de uma Carta de Compromisso entre o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e o Governo do Estado, para o investimento em recursos que possam viabilizar a criação do Hub de Inovação do Amapá.

A Hub é um espaço que consiste em ambientes físicos ou on-line para desenvolvimento de soluções inovadoras.

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Projeto oferece aulas de afroempreendedorismo para jovens no DF

O projeto Igualando Oportunidade tem como foco a população jovem, negra e empreendedora e procura capacitar esse público para transformar projetos em realidade ou iniciar suas próprias startups. A duração do projeto, iniciado em janeiro, é de seis meses e as inscrições poderão ser realizadas até dia 15 de março. As aulas on-line têm vagas ilimitadas e as presenciais ocorrem todas as terças-feiras, às 19h, no Planetário de Brasília.

A iniciativa, que conta com apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), é do Instituto Multiplicidades, com execução do Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis (Ibrahics) e o fomento vem do Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal e Territórios (MPTDFT).

Cristiane Pereira, diretora presidente do Instituto Multiplicidades explica: “O projeto nasce em 2018 com o objetivo de inserir o jovem negro no mercado de trabalho”. E em 2024, a abordagem foca no desenvolvimento do plano de negócio inovador desses alunos por meio da tecnologia da informação. As aulas de capacitação e mentorias são ministradas por especialistas renomados e os participantes receberão as ferramentas necessárias para aprimorar os negócios.

As atividades são realizadas de forma híbrida ou presencial no Planetário de Brasília. As mentorias ocorrem conforme a disponibilidade dos participantes e palestrantes. Os alunos têm acesso ao conteúdo teórico virtualmente e podem assistir às palestras pelo canal do Igualando Oportunidades no YouTube. As inscrições podem ser feitas neste link: https://l1nk.dev/ADQlU

Acesse o site do Projeto Igualando Oportunidades

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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‘Delas – Mulher de Negócios’: Evento que incentiva o empreendedorismo feminino acontece em Goiânia; veja programação

O futuro é delas e, para reforçar isso, o jornal O Popular e o Sebrae Goiás promovem um evento de empreendedorismo para mulheres que já são empreendedoras e para aquelas que pretendem começar um negócio. “Delas – Mulher de negócios” será realizado entre os dias 1º e 3 de março, no Shopping Cerrado, em Goiânia, com o tema “#ofuturoédelas”.

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O evento vai proporcionar um espaço para fazer conexões e fortalecer negócios, com uma programação com oficinas, workshops, palestras, feiras e exposições. As palestras contam com as comunicadoras Cíntia Chagas e Isa Quartarolli, e a psicóloga e sexóloga Laura Muller. (Confira a programação completa ao final da matéria).

A programação começa às 13 horas e segue até as 22 horas. Além de palestras, mesas de conversa com convidadas serão realizadas três vezes ao dia com temas diferentes, e alguns deles são: “Turismo e artesanato”; “Desafios da mulher no agro em Goiás”; “Mulheres que são plenas”; “Mulheres, grana e poder”; e “Mulheres na moda”.

Para se inscrever, basta acessar o site www.jaimecamaraeventos.com.br. A entrada será solidária, por isso, o inscrito deve levar um pacote de absorvente para doação.

Programação completa

Sexta-feira – 1 de março

Sexta-feira – 1 de março

13h: Recepção – Credenciamento no Evento;

14h: Talk: Mulheres no Turismo e Artesanato – Convidadas: Ynaê Siqueira Curado – Espaço Hípico e Cachoeiras Bonsucesso; Mestre Artesã Fatinha – Olhos D’Agua; Patrícia Mercês – Colombina Cervejaria

15h: Momento Sebrae + Parceiros – Macetando a Inovação: Gerência Soluções com Victor, Athos e Ivana

16h: Cerimônia de Abertura

16h50: Palestra: Meu Desafio Empreendedor com Cíntia Chagas

18h: Talk: Empreendedorismo Feminino e Social com a Primeira Dama do Estado de Goiás, Dna. Gracinha Caiado; Ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Dra. Delaíde Arantes; Diretora de Administração e Finanças Sebrae – Sra Margarete de Castro Coelho

19h: Talk: Desafios da Mulher no Agro em Goiás com Fabíola Magalhães – Coord. Comissão de Mulheres da Comigo e Credi Rural; Eliene Ferreira da Silva, diretora da Faeg Mulher GO; Yula Cristina Gomes Cadette – Gestora de Propriedades Rurais nos Estados de MS, GO, SP e TO.

20h: Encerramento – Atividade Cultural

Sábado – 2 de março

Sábado – 2 de março

13h: Recepção – Credenciamento no Evento

14h: Talk: Mulheres que Inspiram com Janete Vaz – Grupo Sabin; Márcia Queirós – Fast Escova; Nires Luzia da Silva Soares – Cultura Itaberaí; Patrícia Kompier – Grupo Kompier

15h: Momento Sebrae + Parceiros: Cinthia Faleiros – Apex e OAB Mulher

16h: Palestra: Se Reinventando Depois dos 60 com Virgínia Suassuna

17h: Talk: Mulheres que Transformam Realidades com Milena Curado – Cabocla; Elisangela Sheila Feitosa – JJ Borrachas; Elaine Moura – Chef de cozinha

18h: Momento Sebrae + Parceiros com ALI– Agente Local de Inovação: Nayara Santos; Gestora do Projeto ALI Sebrae GO; Ouvidoria da Câmara dos Vereadores

18h30: Palestra: Explorando a Essência doo SER + Talk: Mulheres que são Plenas com Laura Müller – Psicóloga, sexóloga, escritora, palestrante e jornalista e Erika Mendes – Biomédica esteta e palestrante

20h: Encerramento – Atividade Cultural

Domingo – 3 de março

Domingo – 3 de março

13h: Recepção – Credenciamento no Evento

14h: Talk: Mulheres na Tecnologia com : Lorena Gonçalves – Hub Goiás; Loryane Lanne – Mulheres GO; Ravena Darling – Mulheres GO ; Liana Araújo – Hub Goiás

15h: Momento Sebrae + Parceiros com Gleice Simplício e Patrícia Santiago

16h: Talk: Mulheres, Grana e Poder com Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

17h: Apresentação dos Pits – Grupo Startup Weekend Woman

18h30: Ouvidoria da Câmara dos Vereadores + Projeto Boutique Solidário

19h: Palestra: Liderança não é Cargo +Talk: Mulheres na Moda com Elenízia da Mata – vereadora da Cidade de Goiás; Isa Quartarolli; Irma Fernandes – presidente do Sindimaco

20h: Encerramento – Atividade Cultural

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VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

Sonhos, objetivos e autoconhecimento: veja as frases de sucesso do empresário Abilio Diniz

O empresário Abilio Diniz morreu neste domingo em São Paulo, aos 87 anos de idade. Conhecido por ter transformado o Grupo Pão de Açúcar na maior rede varejista do país, Diniz estava internado no hospital Albert Einstein, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Um dos empresários mais importantes e influentes do Brasil nas últimas quatro décadas, ele escreveu três livros sobre empreendedorismo e autocuidado, além de liderar programas na televisão, onde compartilhou seus aprendizados.

Atualmente, ele era o 31º brasileiro mais rico do mundo, com patrimônio estimado em US$ 2 bilhões (R$ 9,9 bilhões, na cotação atual), de acordo com o ranking em tempo real pela Forbes. Nas redes sociais, tinha 1,3 milhão de seguidores no Facebook e 845 mil no Instagram, onde mostrava seu dia a dia.

O empresário também foi autor de três livros: “Novos caminhos, novas escolhas”, “Reflexão, equilíbrio e paz” e o primeiro deles, “Caminhos e escolhas: O Equilíbrio Para Uma Vida Mais Feliz”. Nas obras, lançadas entre 2004 e 2016, Diniz aborda os desafios de uma vida empreendedora, desde os passos que percorreu para o sucesso, até os caminhos para o equilíbrio na saúde e vida pessoal.

Veja as frases famosas de Abilio Diniz:

“Uns sonham o sucesso, nós acordamos cedo e trabalhamos duro para consegui-lo.”

“Quando você administra uma empresa é preciso focar na sua própria aprendizagem.”

“Quanto mais você puder fazer o simples, melhor. Não faça reuniões. As empresas fazem reunião quando não sabem o que fazer ou quando querem dividir uma responsabilidade.”

“Ser criativo é inovar e se reinventar para criar o futuro.”

“Não existe fórmula secreta. Somente a organização e a disciplina permitem que uma pessoa desempenhe todos os seus papéis e dê conta de todas as suas atividades de forma equilibrada e harmoniosa”.

“É importante separar o sonho da ilusão”

“Ser objetivo é saber onde está e aonde se quer chegar focando em resultados.”

“À medida que você for se conhecendo mais, melhor será o seu relacionamento com as outras pessoas.”

“Tire aprendizados tanto nas suas vitórias, quanto nas suas derrotas.”

“As pessoas podem copiar tudo o que a gente faz, mas não o que a gente é.”

Trajetória nos negócios

A história do varejo brasileiro e do empresário Abilio dos Santos Diniz estão entrelaçadas. Tanto que há alguns anos o jornal britânico Financial Times escreveu que Diniz era um ‘heroi’ para os consumidores brasileiros dada sua perseverança à frente do negócio fundado por seu pai, o português Valentim dos Santos Diniz.

A rede de supermercados Pão de Açúcar, que nasceu em 1948 como uma doceria, ganhou este nome pelo amor que o imigrante criou pelo Pão de Açúcar assim que chegou de navio ao Rio de Janeiro, em 1929, e avistou a beleza da paisagem. A doceria transformou-se num império e Diniz num dos mais icônicos empreendedores brasileiros.

Críticos apontavam seu temperamento forte e a obsessão pelo poder como seus principais defeitos. Mas, no mercado, essas duas características sempre foram vistas como essenciais para seu sucesso no varejo nacional. Dono de uma fortuna estimada em US$ 2,4 bilhões pela revista Forbes, ele ocupava em agosto de 2023, a posição 1.272 no ranking global de pessoas mais ricas do mundo.

Entre os brasileiros, Diniz não era só o “pop star” do varejo admirado por sua riqueza e obstinação pelo trabalho: ele ganhou notoriedade como um homem apaixonado por esportes — e torcedor fervoroso do São Paulo Futebol Clube, cidadão religioso e que buscava sempre uma vida saudável. Escreveu livros contando sobre suas crises pessoais e profissionais e, mais recentemente, tornou-se apresentador de televisão num programa de entrevistas.

Indígena do Pará receberá prêmio internacional por preservar a Amazônia

A indígena Katia Silene Tonkyre, primeira mulher cacique da aldeia Akratikatejé, localizada no Pará, será agraciada com o prêmio “A Alma da Ruralidade” por empreender e, ao mesmo tempo, conscientizar sobre a importância da conservação da maior floresta tropical do mundo: a Amazônia. A premiação será concedida pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que reconhece “líderes da ruralidade das Américas”. O prêmio deverá ser entregue em abril, em evento na Costa Rica, sede do IICA.

Cerca de 3.500 indígenas vivem na reserva indígena Mãe Maria, que possui quase 63 mil hectares de extensão. Katia Silene, de 54 anos, lidera uma das 27 aldeias que a reserva abriga, na qual vivem 85 indígenas de 23 famílias da etnia Gavião da Montanha. O grupo dedica-se principalmente à coleta, produção e venda de castanhas e de pescado, mel e frutas.

Katia é filha do cacique Payaré, um reconhecido defensor dos direitos dos indígenas já falecido que implementou o conceito de empreendedorismo na aldeia e de produção sem agredir a natureza. O método do finado líder indígena favoreceu a comunidade com a organização, a coleta e a produção de castanhas, maracujá, açaí, cacau, cupuaçu e outras frutas amazônicas, além de mel, animais e criação de peixes — o que gera empregos e receitas. Katia manteve vivo o legado do pai.

“Eu não concordo quando alguém diz que é necessário destruir a floresta para criar gado ou investir em soja. Nós queremos alcançar um projeto sustentável e queremos crescer, mas não destruindo à natureza. Nós valorizamos os nossos produtos. Não é necessário destruir. É possível conciliar as duas coisas, fazer o projeto e manter a floresta em pé, utilizá-la. A floresta nos dá uma farmácia verde e rica, temos os nossos animais e temos a nossa floresta”, afirma a indígena.

Os indígenas da aldeia montaram uma fábrica e uma cooperativa para processar e comercializar a castanha do Pará. A cacique está buscando auxílio público e do setor privado para melhorar o abastecimento de energia elétrica (de monofásica para trifásica) para a aldeia, para que seja possível operar máquinas que permitam consolidar uma produção de 20 toneladas por colheita.

“O nosso caminho é produzir de forma sustentável. E cumprir o sonho de meu pai, o cacique Payaré, de um povo Akratikatejé autônomo, com a floresta de pé. Somos fortes. Na região, não há indígenas vivendo na rua, nem querendo sair da aldeia, pois a nossa terra é rica. Temos frutas, área para plantar e trabalhar com a agricultura. Temos mel em quantidade e copaíba. Somos um povo abençoado, muito rico, e a nossa riqueza é a floresta de pé. Não há necessidade de nenhum indígena ir embora. Temos uma matéria sustentável e muita riqueza em nossa floresta”, destaca Katia Silene.

Katia frisa que os povos indígenas se veem interligados com a natureza. Se a floresta é devastada, eles são impactados diretamente também. “Tudo o que fazemos é caminhar para um futuro melhor, saudável e com uma boa vida. Queremos que os jovens valorizem o território e a nossa floresta, que não precisamos derrubar, tirar madeira ou ouro, pois temos outras riquezas. Eu aprendi com o meu pai a cuidar do futuro, a me preocupar com o amanhã. Quebrei um protocolo, porque as mulheres não podiam ser caciques, devido a modelos ultrapassados. Nós, mulheres, estamos conquistando cada vez mais espaços, e devemos continuar fazendo a diferença para que as coisas funcionem”, pontua.

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