Cinco anos depois, Brumadinho sente os efeitos do rompimento de barragem

Brumadinho (MG) — Nos cinco anos desde o rompimento da barragem do córrego do Feijão, a Vale investiu R$ 25,5 bilhões na tentativa de reparar o irreparável. Seja morador ou visitante, para quem quer que percorra a cidade reconstituída, ecoa a memória das 272 vidas dizimadas por um reconhecido erro da companhia de mineração, que provocou o acidente.

Em 25 de janeiro de 2019, às 12h28, a barragem vomitou 12 milhões de metros cúbicos de uma lama escura, que invadiu o rio Paraopeba e seguiu, a aproximadamente 100km/h, arrastando prédios e pontes, destruindo máquinas e triturando pessoas. Entre as 270 vítimas, duas estavam grávidas. Três delas ainda restam localizar: Maria de Lourdes da Costa Bueno, Nathalia de Oliveira Porto Araújo e Thiago Tadeu Mendes da Silva.

Os rejeitos se arrastaram por 400km do rio, afetando um total de 26 municípios e 131 comunidades, entre as quais estão povos indígenas e quilombolas. Fora da bacia do Paraopeba, 27,6 mil quilômetros quadrados foram prejudicados, com a contaminação da água e do solo.

Os moradores ganharam a praça 25 de Janeiro, que faz alusão ao rompimento da barragem em 2019

“Erramos, sim. Mas o nosso objetivo agora é tentar acertar para evitar novas tragédias”, reconhece a diretora de Reparação da Vale, Gleusa Josué. “Não há consolo para a dor da perda. Mas ela pode ser ressignificada”, completa, ao descrever as ações que vêm sendo implementadas pela Vale desde o desastre.

Os R$ 25,5 bilhões aplicados até o momento correspondem a 68% do total de R$ 37,6 bilhões previstos no Acordo Judicial de Reparação Integral (AJRI). Assinado em 2021, entre a Vale, o governo de Minas Gerais, Ministério Público Estadual e Federal e a Defensoria Pública de Minas Gerais, o acordo foi o instrumento que definiu as obrigações de fazer e pagar para a reparação socioeconômica e socioambiental da região. De acordo com Gleusa, algumas dessas obrigações já vinham sendo construídas a partir de 2019 e foram incorporadas ao documento.

Para as obrigações a pagar, o acordo prevê o desembolso de R$ 19,9 bilhões, dos quais 86% já foram cumpridos. Já as obrigações a fazer, que envolvem R$ R$ 11,4 bilhões, tiveram 23% das ações concluídas. Outros R$ 6,3 bilhões foram executados antes do acordo ser assinado.

Além desses valores, a Vale despendeu um total de R$ 3,5 bilhões para indenizar 15,4 mil pessoas, a partir de acordos judiciais feitos em Brumadinho, nos municípios da Bacia do Paraopeba e das áreas evacuadas preventivamente por conta da emergência de barragem. Mais de 5,6 mil pessoas receberam atendimentos pelo Programa de Assistência Integral ao Atingido (PAIA), com suporte e orientações financeiras gratuitas após o pagamento das indenizações individuais.

Umas das metas de reparação é reduzir a dependência da mineração, explorando outros potenciais das cidades, como o turismo, o artesanato e o comércio. O catálogo Céu de Montanhas identificou o potencial turístico da cidade e desenvolveu 39 vivências turísticas que podem ser exploradas por quem vem de fora. Entre as iniciativas estão o Circuito de Quilombos de Brumadinho, que já venceu a categoria Diversidade do Prêmio Cumbucca de Gastronomia.

Outra ação é a parceria da Vale com o Instituto Inhotim para fortalecer novos negócios na cidade. O acordo possibilitou a ampliação da gratuidade na entrada para todos os visitantes às quartas-feiras. O museu também passou a incorporar o catálogo Céu de Montanhas em seu site.

No córrego do Feijão, onde ocorreu o desastre, está sendo desenvolvido o projeto de ressignificação, para promover a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento da economia, com o empreendedorismo social.

Os moradores ganharam a praça 25 de Janeiro, que faz alusão ao acontecimento, o Mercado Central Ipê Amarelo, e o Centro de Cultura e Artesanato Laudelina Marcondes. Lá, também foram construídas duas cozinhas comunitárias, com o restaurante para atender os turistas.

Flávia Soares, gerente de fomento econômico da Vale, que já atuava em Brumadinho antes da tragédia, conta que todos os equipamentos foram projetados e construídos em conjunto com a comunidade local. “Trata-se de um processo dialogado e que surge a partir de demandas endógenas, e de questões que já eram relevantes e puderam ser trazidas à tona (após o desastre).” A proposta foi trabalhar uma conjunção entre arquitetura, urbanismo, paisagismo e desenvolvimento humano para fomentar a economia. “Essa foi a estratégia adotada para que a gente pudesse ressignificar a dor e construir o futuro. E sempre com muito diálogo”, comenta a gerente.

Flávia Soares diz que houve interlocução para definir todas as obras

Em 2023, segundo Flávia, o projeto conseguiu movimentar R$ 500 mil na economia local. A intenção, diz, é que a comunidade passe a administrar o projeto, a partir de um sistema de cogestão. Para isso, a Vale está capacitando os integrantes do comitê gestor e oferece o suporte técnico aos empreendedores.

Andresa, presidente da Avabrum, perdeu o filho Bruno, de 26 anos, recém-formado em engenharia

O mea-culpa da Vale não é suficiente para comover os familiares das vítimas do acidente. Para além da indenização ou das obras de reparação, eles trabalham para manter viva a memória dos entes e punir os responsáveis pelo grave crime que acreditam ter a Vale cometido.

“Esses R$ 37 bilhões são oriundos do sangue de nossos parentes. É dinheiro de sangue, oriundo da nossa lágrima e da nossa dor”, desabafa a Andresa Rodrigues, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho (Avabrum).

Andresa é mãe de Bruno Rocha Rodrigues, um engenheiro recém-formado, de apenas 26 anos, “apaixonado pela Vale”, conforme descreve a mãe. O ressentimento pela Vale, a quem ela e outros integrantes qualifica como “assassina”, se redobra quando recorda o quanto o filho se dedicou à empresa e “foi traído” com a negligência da Vale ao permitir o acidente.

“A nossa luta é por justiça e pela responsabilização. Se não há responsabilização, não há reparação e não há alento, não existe”, diz Andresa. “É preciso que os responsáveis por esse crime sejam apontados e que paguem por aquilo que cometeram, para que sirva, inclusive, de efeito pedagógico, para que isso seja corrigido”, completa.

No momento, os advogados da Avabrum trabalham para que o Tribunal Federal da 6ª Região (TRF-6) não conceda o habeas corpus ao ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, à frente da empresa no período. Na semana passada, o juiz Flávio Boson, deu parecer favorável ao pedido de habeas corpus feito por Schvartsman para trancamento da ação. O julgamento foi interrompido porque o juiz Pedro Felipe pediu vista do processo.

“Faltam dois votos. E nossos advogados estão atuando para que ele responda pelo crime que cometeu”, diz Andresa. “Falo com o coração de mãe, mas falo com a razão e com o conhecimento de quem teve acesso aos documentos produzidos que estão nos laudos. E lá tem as provas. Foi crime, é crime e segue sendo crime.”

Para manter viva a história, está pronto para ser inaugurado o memorial em homenagem às vítimas. A instalação, criada pelo arquiteto mineiro Gustavo Pena, teve a construção custeada pela Vale, que também vai bancar a manutenção e a conservação. Já a gestão, ficará a cargo da Avabrum.

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Cinco anos depois, Brumadinho sente os efeitos do rompimento de barragem

Brumadinho (MG) — Nos cinco anos desde o rompimento da barragem do córrego do Feijão, a Vale investiu R$ 25,5 bilhões na tentativa de reparar o irreparável. Seja morador ou visitante, para quem quer que percorra a cidade reconstituída, ecoa a memória das 272 vidas dizimadas por um reconhecido erro da companhia de mineração, que provocou o acidente.

Em 25 de janeiro de 2019, às 12h28, a barragem vomitou 12 milhões de metros cúbicos de uma lama escura, que invadiu o rio Paraopeba e seguiu, a aproximadamente 100km/h, arrastando prédios e pontes, destruindo máquinas e triturando pessoas. Entre as 270 vítimas, duas estavam grávidas. Três delas ainda restam localizar: Maria de Lourdes da Costa Bueno, Nathalia de Oliveira Porto Araújo e Thiago Tadeu Mendes da Silva.

Os rejeitos se arrastaram por 400km do rio, afetando um total de 26 municípios e 131 comunidades, entre as quais estão povos indígenas e quilombolas. Fora da bacia do Paraopeba, 27,6 mil quilômetros quadrados foram prejudicados, com a contaminação da água e do solo.

Os moradores ganharam a praça 25 de Janeiro, que faz alusão ao rompimento da barragem em 2019

“Erramos, sim. Mas o nosso objetivo agora é tentar acertar para evitar novas tragédias”, reconhece a diretora de Reparação da Vale, Gleusa Josué. “Não há consolo para a dor da perda. Mas ela pode ser ressignificada”, completa, ao descrever as ações que vêm sendo implementadas pela Vale desde o desastre.

Os R$ 25,5 bilhões aplicados até o momento correspondem a 68% do total de R$ 37,6 bilhões previstos no Acordo Judicial de Reparação Integral (AJRI). Assinado em 2021, entre a Vale, o governo de Minas Gerais, Ministério Público Estadual e Federal e a Defensoria Pública de Minas Gerais, o acordo foi o instrumento que definiu as obrigações de fazer e pagar para a reparação socioeconômica e socioambiental da região. De acordo com Gleusa, algumas dessas obrigações já vinham sendo construídas a partir de 2019 e foram incorporadas ao documento.

Para as obrigações a pagar, o acordo prevê o desembolso de R$ 19,9 bilhões, dos quais 86% já foram cumpridos. Já as obrigações a fazer, que envolvem R$ R$ 11,4 bilhões, tiveram 23% das ações concluídas. Outros R$ 6,3 bilhões foram executados antes do acordo ser assinado.

Além desses valores, a Vale despendeu um total de R$ 3,5 bilhões para indenizar 15,4 mil pessoas, a partir de acordos judiciais feitos em Brumadinho, nos municípios da Bacia do Paraopeba e das áreas evacuadas preventivamente por conta da emergência de barragem. Mais de 5,6 mil pessoas receberam atendimentos pelo Programa de Assistência Integral ao Atingido (PAIA), com suporte e orientações financeiras gratuitas após o pagamento das indenizações individuais.

Umas das metas de reparação é reduzir a dependência da mineração, explorando outros potenciais das cidades, como o turismo, o artesanato e o comércio. O catálogo Céu de Montanhas identificou o potencial turístico da cidade e desenvolveu 39 vivências turísticas que podem ser exploradas por quem vem de fora. Entre as iniciativas estão o Circuito de Quilombos de Brumadinho, que já venceu a categoria Diversidade do Prêmio Cumbucca de Gastronomia.

Outra ação é a parceria da Vale com o Instituto Inhotim para fortalecer novos negócios na cidade. O acordo possibilitou a ampliação da gratuidade na entrada para todos os visitantes às quartas-feiras. O museu também passou a incorporar o catálogo Céu de Montanhas em seu site.

No córrego do Feijão, onde ocorreu o desastre, está sendo desenvolvido o projeto de ressignificação, para promover a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento da economia, com o empreendedorismo social.

Os moradores ganharam a praça 25 de Janeiro, que faz alusão ao acontecimento, o Mercado Central Ipê Amarelo, e o Centro de Cultura e Artesanato Laudelina Marcondes. Lá, também foram construídas duas cozinhas comunitárias, com o restaurante para atender os turistas.

Flávia Soares, gerente de fomento econômico da Vale, que já atuava em Brumadinho antes da tragédia, conta que todos os equipamentos foram projetados e construídos em conjunto com a comunidade local. “Trata-se de um processo dialogado e que surge a partir de demandas endógenas, e de questões que já eram relevantes e puderam ser trazidas à tona (após o desastre).” A proposta foi trabalhar uma conjunção entre arquitetura, urbanismo, paisagismo e desenvolvimento humano para fomentar a economia. “Essa foi a estratégia adotada para que a gente pudesse ressignificar a dor e construir o futuro. E sempre com muito diálogo”, comenta a gerente.

Flávia Soares diz que houve interlocução para definir todas as obras

Em 2023, segundo Flávia, o projeto conseguiu movimentar R$ 500 mil na economia local. A intenção, diz, é que a comunidade passe a administrar o projeto, a partir de um sistema de cogestão. Para isso, a Vale está capacitando os integrantes do comitê gestor e oferece o suporte técnico aos empreendedores.

Andresa, presidente da Avabrum, perdeu o filho Bruno, de 26 anos, recém-formado em engenharia

O mea-culpa da Vale não é suficiente para comover os familiares das vítimas do acidente. Para além da indenização ou das obras de reparação, eles trabalham para manter viva a memória dos entes e punir os responsáveis pelo grave crime que acreditam ter a Vale cometido.

“Esses R$ 37 bilhões são oriundos do sangue de nossos parentes. É dinheiro de sangue, oriundo da nossa lágrima e da nossa dor”, desabafa a Andresa Rodrigues, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho (Avabrum).

Andresa é mãe de Bruno Rocha Rodrigues, um engenheiro recém-formado, de apenas 26 anos, “apaixonado pela Vale”, conforme descreve a mãe. O ressentimento pela Vale, a quem ela e outros integrantes qualifica como “assassina”, se redobra quando recorda o quanto o filho se dedicou à empresa e “foi traído” com a negligência da Vale ao permitir o acidente.

“A nossa luta é por justiça e pela responsabilização. Se não há responsabilização, não há reparação e não há alento, não existe”, diz Andresa. “É preciso que os responsáveis por esse crime sejam apontados e que paguem por aquilo que cometeram, para que sirva, inclusive, de efeito pedagógico, para que isso seja corrigido”, completa.

No momento, os advogados da Avabrum trabalham para que o Tribunal Federal da 6ª Região (TRF-6) não conceda o habeas corpus ao ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, à frente da empresa no período. Na semana passada, o juiz Flávio Boson, deu parecer favorável ao pedido de habeas corpus feito por Schvartsman para trancamento da ação. O julgamento foi interrompido porque o juiz Pedro Felipe pediu vista do processo.

“Faltam dois votos. E nossos advogados estão atuando para que ele responda pelo crime que cometeu”, diz Andresa. “Falo com o coração de mãe, mas falo com a razão e com o conhecimento de quem teve acesso aos documentos produzidos que estão nos laudos. E lá tem as provas. Foi crime, é crime e segue sendo crime.”

Para manter viva a história, está pronto para ser inaugurado o memorial em homenagem às vítimas. A instalação, criada pelo arquiteto mineiro Gustavo Pena, teve a construção custeada pela Vale, que também vai bancar a manutenção e a conservação. Já a gestão, ficará a cargo da Avabrum.

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Brumadinho (MG) — Nos cinco anos desde o rompimento da barragem do córrego do Feijão, a Vale investiu R$ 25,5 bilhões na tentativa de reparar o irreparável. Seja morador ou visitante, para quem quer que percorra a cidade reconstituída, ecoa a memória das 272 vidas dizimadas por um reconhecido erro da companhia de mineração, que provocou o acidente.

Em 25 de janeiro de 2019, às 12h28, a barragem vomitou 12 milhões de metros cúbicos de uma lama escura, que invadiu o rio Paraopeba e seguiu, a aproximadamente 100km/h, arrastando prédios e pontes, destruindo máquinas e triturando pessoas. Entre as 270 vítimas, duas estavam grávidas. Três delas ainda restam localizar: Maria de Lourdes da Costa Bueno, Nathalia de Oliveira Porto Araújo e Thiago Tadeu Mendes da Silva.

Os rejeitos se arrastaram por 400km do rio, afetando um total de 26 municípios e 131 comunidades, entre as quais estão povos indígenas e quilombolas. Fora da bacia do Paraopeba, 27,6 mil quilômetros quadrados foram prejudicados, com a contaminação da água e do solo.

Os moradores ganharam a praça 25 de Janeiro, que faz alusão ao rompimento da barragem em 2019

“Erramos, sim. Mas o nosso objetivo agora é tentar acertar para evitar novas tragédias”, reconhece a diretora de Reparação da Vale, Gleusa Josué. “Não há consolo para a dor da perda. Mas ela pode ser ressignificada”, completa, ao descrever as ações que vêm sendo implementadas pela Vale desde o desastre.

Os R$ 25,5 bilhões aplicados até o momento correspondem a 68% do total de R$ 37,6 bilhões previstos no Acordo Judicial de Reparação Integral (AJRI). Assinado em 2021, entre a Vale, o governo de Minas Gerais, Ministério Público Estadual e Federal e a Defensoria Pública de Minas Gerais, o acordo foi o instrumento que definiu as obrigações de fazer e pagar para a reparação socioeconômica e socioambiental da região. De acordo com Gleusa, algumas dessas obrigações já vinham sendo construídas a partir de 2019 e foram incorporadas ao documento.

Para as obrigações a pagar, o acordo prevê o desembolso de R$ 19,9 bilhões, dos quais 86% já foram cumpridos. Já as obrigações a fazer, que envolvem R$ R$ 11,4 bilhões, tiveram 23% das ações concluídas. Outros R$ 6,3 bilhões foram executados antes do acordo ser assinado.

Além desses valores, a Vale despendeu um total de R$ 3,5 bilhões para indenizar 15,4 mil pessoas, a partir de acordos judiciais feitos em Brumadinho, nos municípios da Bacia do Paraopeba e das áreas evacuadas preventivamente por conta da emergência de barragem. Mais de 5,6 mil pessoas receberam atendimentos pelo Programa de Assistência Integral ao Atingido (PAIA), com suporte e orientações financeiras gratuitas após o pagamento das indenizações individuais.

Umas das metas de reparação é reduzir a dependência da mineração, explorando outros potenciais das cidades, como o turismo, o artesanato e o comércio. O catálogo Céu de Montanhas identificou o potencial turístico da cidade e desenvolveu 39 vivências turísticas que podem ser exploradas por quem vem de fora. Entre as iniciativas estão o Circuito de Quilombos de Brumadinho, que já venceu a categoria Diversidade do Prêmio Cumbucca de Gastronomia.

Outra ação é a parceria da Vale com o Instituto Inhotim para fortalecer novos negócios na cidade. O acordo possibilitou a ampliação da gratuidade na entrada para todos os visitantes às quartas-feiras. O museu também passou a incorporar o catálogo Céu de Montanhas em seu site.

No córrego do Feijão, onde ocorreu o desastre, está sendo desenvolvido o projeto de ressignificação, para promover a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento da economia, com o empreendedorismo social.

Os moradores ganharam a praça 25 de Janeiro, que faz alusão ao acontecimento, o Mercado Central Ipê Amarelo, e o Centro de Cultura e Artesanato Laudelina Marcondes. Lá, também foram construídas duas cozinhas comunitárias, com o restaurante para atender os turistas.

Flávia Soares, gerente de fomento econômico da Vale, que já atuava em Brumadinho antes da tragédia, conta que todos os equipamentos foram projetados e construídos em conjunto com a comunidade local. “Trata-se de um processo dialogado e que surge a partir de demandas endógenas, e de questões que já eram relevantes e puderam ser trazidas à tona (após o desastre).” A proposta foi trabalhar uma conjunção entre arquitetura, urbanismo, paisagismo e desenvolvimento humano para fomentar a economia. “Essa foi a estratégia adotada para que a gente pudesse ressignificar a dor e construir o futuro. E sempre com muito diálogo”, comenta a gerente.

Flávia Soares diz que houve interlocução para definir todas as obras

Em 2023, segundo Flávia, o projeto conseguiu movimentar R$ 500 mil na economia local. A intenção, diz, é que a comunidade passe a administrar o projeto, a partir de um sistema de cogestão. Para isso, a Vale está capacitando os integrantes do comitê gestor e oferece o suporte técnico aos empreendedores.

Andresa, presidente da Avabrum, perdeu o filho Bruno, de 26 anos, recém-formado em engenharia

O mea-culpa da Vale não é suficiente para comover os familiares das vítimas do acidente. Para além da indenização ou das obras de reparação, eles trabalham para manter viva a memória dos entes e punir os responsáveis pelo grave crime que acreditam ter a Vale cometido.

“Esses R$ 37 bilhões são oriundos do sangue de nossos parentes. É dinheiro de sangue, oriundo da nossa lágrima e da nossa dor”, desabafa a Andresa Rodrigues, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho (Avabrum).

Andresa é mãe de Bruno Rocha Rodrigues, um engenheiro recém-formado, de apenas 26 anos, “apaixonado pela Vale”, conforme descreve a mãe. O ressentimento pela Vale, a quem ela e outros integrantes qualifica como “assassina”, se redobra quando recorda o quanto o filho se dedicou à empresa e “foi traído” com a negligência da Vale ao permitir o acidente.

“A nossa luta é por justiça e pela responsabilização. Se não há responsabilização, não há reparação e não há alento, não existe”, diz Andresa. “É preciso que os responsáveis por esse crime sejam apontados e que paguem por aquilo que cometeram, para que sirva, inclusive, de efeito pedagógico, para que isso seja corrigido”, completa.

No momento, os advogados da Avabrum trabalham para que o Tribunal Federal da 6ª Região (TRF-6) não conceda o habeas corpus ao ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, à frente da empresa no período. Na semana passada, o juiz Flávio Boson, deu parecer favorável ao pedido de habeas corpus feito por Schvartsman para trancamento da ação. O julgamento foi interrompido porque o juiz Pedro Felipe pediu vista do processo.

“Faltam dois votos. E nossos advogados estão atuando para que ele responda pelo crime que cometeu”, diz Andresa. “Falo com o coração de mãe, mas falo com a razão e com o conhecimento de quem teve acesso aos documentos produzidos que estão nos laudos. E lá tem as provas. Foi crime, é crime e segue sendo crime.”

Para manter viva a história, está pronto para ser inaugurado o memorial em homenagem às vítimas. A instalação, criada pelo arquiteto mineiro Gustavo Pena, teve a construção custeada pela Vale, que também vai bancar a manutenção e a conservação. Já a gestão, ficará a cargo da Avabrum.

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Brumadinho (MG) — Nos cinco anos desde o rompimento da barragem do córrego do Feijão, a Vale investiu R$ 25,5 bilhões na tentativa de reparar o irreparável. Seja morador ou visitante, para quem quer que percorra a cidade reconstituída, ecoa a memória das 272 vidas dizimadas por um reconhecido erro da companhia de mineração, que provocou o acidente.

Em 25 de janeiro de 2019, às 12h28, a barragem vomitou 12 milhões de metros cúbicos de uma lama escura, que invadiu o rio Paraopeba e seguiu, a aproximadamente 100km/h, arrastando prédios e pontes, destruindo máquinas e triturando pessoas. Entre as 270 vítimas, duas estavam grávidas. Três delas ainda restam localizar: Maria de Lourdes da Costa Bueno, Nathalia de Oliveira Porto Araújo e Thiago Tadeu Mendes da Silva.

Os rejeitos se arrastaram por 400km do rio, afetando um total de 26 municípios e 131 comunidades, entre as quais estão povos indígenas e quilombolas. Fora da bacia do Paraopeba, 27,6 mil quilômetros quadrados foram prejudicados, com a contaminação da água e do solo.

Os moradores ganharam a praça 25 de Janeiro, que faz alusão ao rompimento da barragem em 2019

“Erramos, sim. Mas o nosso objetivo agora é tentar acertar para evitar novas tragédias”, reconhece a diretora de Reparação da Vale, Gleusa Josué. “Não há consolo para a dor da perda. Mas ela pode ser ressignificada”, completa, ao descrever as ações que vêm sendo implementadas pela Vale desde o desastre.

Os R$ 25,5 bilhões aplicados até o momento correspondem a 68% do total de R$ 37,6 bilhões previstos no Acordo Judicial de Reparação Integral (AJRI). Assinado em 2021, entre a Vale, o governo de Minas Gerais, Ministério Público Estadual e Federal e a Defensoria Pública de Minas Gerais, o acordo foi o instrumento que definiu as obrigações de fazer e pagar para a reparação socioeconômica e socioambiental da região. De acordo com Gleusa, algumas dessas obrigações já vinham sendo construídas a partir de 2019 e foram incorporadas ao documento.

Para as obrigações a pagar, o acordo prevê o desembolso de R$ 19,9 bilhões, dos quais 86% já foram cumpridos. Já as obrigações a fazer, que envolvem R$ R$ 11,4 bilhões, tiveram 23% das ações concluídas. Outros R$ 6,3 bilhões foram executados antes do acordo ser assinado.

Além desses valores, a Vale despendeu um total de R$ 3,5 bilhões para indenizar 15,4 mil pessoas, a partir de acordos judiciais feitos em Brumadinho, nos municípios da Bacia do Paraopeba e das áreas evacuadas preventivamente por conta da emergência de barragem. Mais de 5,6 mil pessoas receberam atendimentos pelo Programa de Assistência Integral ao Atingido (PAIA), com suporte e orientações financeiras gratuitas após o pagamento das indenizações individuais.

Umas das metas de reparação é reduzir a dependência da mineração, explorando outros potenciais das cidades, como o turismo, o artesanato e o comércio. O catálogo Céu de Montanhas identificou o potencial turístico da cidade e desenvolveu 39 vivências turísticas que podem ser exploradas por quem vem de fora. Entre as iniciativas estão o Circuito de Quilombos de Brumadinho, que já venceu a categoria Diversidade do Prêmio Cumbucca de Gastronomia.

Outra ação é a parceria da Vale com o Instituto Inhotim para fortalecer novos negócios na cidade. O acordo possibilitou a ampliação da gratuidade na entrada para todos os visitantes às quartas-feiras. O museu também passou a incorporar o catálogo Céu de Montanhas em seu site.

No córrego do Feijão, onde ocorreu o desastre, está sendo desenvolvido o projeto de ressignificação, para promover a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento da economia, com o empreendedorismo social.

Os moradores ganharam a praça 25 de Janeiro, que faz alusão ao acontecimento, o Mercado Central Ipê Amarelo, e o Centro de Cultura e Artesanato Laudelina Marcondes. Lá, também foram construídas duas cozinhas comunitárias, com o restaurante para atender os turistas.

Flávia Soares, gerente de fomento econômico da Vale, que já atuava em Brumadinho antes da tragédia, conta que todos os equipamentos foram projetados e construídos em conjunto com a comunidade local. “Trata-se de um processo dialogado e que surge a partir de demandas endógenas, e de questões que já eram relevantes e puderam ser trazidas à tona (após o desastre).” A proposta foi trabalhar uma conjunção entre arquitetura, urbanismo, paisagismo e desenvolvimento humano para fomentar a economia. “Essa foi a estratégia adotada para que a gente pudesse ressignificar a dor e construir o futuro. E sempre com muito diálogo”, comenta a gerente.

Flávia Soares diz que houve interlocução para definir todas as obras

Em 2023, segundo Flávia, o projeto conseguiu movimentar R$ 500 mil na economia local. A intenção, diz, é que a comunidade passe a administrar o projeto, a partir de um sistema de cogestão. Para isso, a Vale está capacitando os integrantes do comitê gestor e oferece o suporte técnico aos empreendedores.

Andresa, presidente da Avabrum, perdeu o filho Bruno, de 26 anos, recém-formado em engenharia

O mea-culpa da Vale não é suficiente para comover os familiares das vítimas do acidente. Para além da indenização ou das obras de reparação, eles trabalham para manter viva a memória dos entes e punir os responsáveis pelo grave crime que acreditam ter a Vale cometido.

“Esses R$ 37 bilhões são oriundos do sangue de nossos parentes. É dinheiro de sangue, oriundo da nossa lágrima e da nossa dor”, desabafa a Andresa Rodrigues, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho (Avabrum).

Andresa é mãe de Bruno Rocha Rodrigues, um engenheiro recém-formado, de apenas 26 anos, “apaixonado pela Vale”, conforme descreve a mãe. O ressentimento pela Vale, a quem ela e outros integrantes qualifica como “assassina”, se redobra quando recorda o quanto o filho se dedicou à empresa e “foi traído” com a negligência da Vale ao permitir o acidente.

“A nossa luta é por justiça e pela responsabilização. Se não há responsabilização, não há reparação e não há alento, não existe”, diz Andresa. “É preciso que os responsáveis por esse crime sejam apontados e que paguem por aquilo que cometeram, para que sirva, inclusive, de efeito pedagógico, para que isso seja corrigido”, completa.

No momento, os advogados da Avabrum trabalham para que o Tribunal Federal da 6ª Região (TRF-6) não conceda o habeas corpus ao ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, à frente da empresa no período. Na semana passada, o juiz Flávio Boson, deu parecer favorável ao pedido de habeas corpus feito por Schvartsman para trancamento da ação. O julgamento foi interrompido porque o juiz Pedro Felipe pediu vista do processo.

“Faltam dois votos. E nossos advogados estão atuando para que ele responda pelo crime que cometeu”, diz Andresa. “Falo com o coração de mãe, mas falo com a razão e com o conhecimento de quem teve acesso aos documentos produzidos que estão nos laudos. E lá tem as provas. Foi crime, é crime e segue sendo crime.”

Para manter viva a história, está pronto para ser inaugurado o memorial em homenagem às vítimas. A instalação, criada pelo arquiteto mineiro Gustavo Pena, teve a construção custeada pela Vale, que também vai bancar a manutenção e a conservação. Já a gestão, ficará a cargo da Avabrum.

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Projeto Reintegro cria chance para apenados recomeçar em sociedade

“Temos a certeza de que a pessoa que entra no sistema penal vai sair de lá. A questão é: como queremos que ela saia?”, questiona a diretora de Políticas Penitenciárias da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que uniu forças com o Instituto Besouro de Fomento Social para criar o Reintegro, projeto que tem como objetivo capacitar, reduzir penas e estimular a reintegração de pessoas presas e egressas no Distrito Federal.

O público-alvo da iniciativa são homens e mulheres que cumprem penas nos regimes semiaberto e aberto no sistema prisional da capital. Noventa e seis presos passaram pelo projeto, que começou em agosto de 2021. Atualmente, são oferecidas oficinas de qualificação profissional de buffet e coffee break, design e produção de material gráfico, limpeza e conservação predial e movelaria de ferro e madeira. “A ideia é fazer com que o assistido saia do sistema prisional trabalhando, mesmo com pouco ou nenhum capital”, explica Márcio Sousa, coordenador-geral do Reintegro.

Ao ingressar no projeto, os assistidos passam a receber um salário mínimo mensal. O benefício é compensado por benfeitorias para a comunidade, como a revitalização de escolas, praças, Unidades de Internação de Saída Sistemática (Uniss) e outros equipamentos públicos. A sede do projeto é localizada em Samambaia Norte, onde os presos vão de segunda a sexta. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) é quem escolhe aqueles que poderão participar do projeto. Uma das regras é que eles não sejam integrantes de facções criminosas.

Além do salário mínimo, os presos também ficam com a renda gerada pelo trabalho que fazem, como o oriundo da venda dos móveis montados e a remuneração dos eventos produzidos por eles.

De acordo com o coordenador-geral Márcio Sousa, a taxa de reincidência dos presos no crime, após entrar no projeto, é zero. “Dezoito dos 27 gestores de administrações penitenciárias estaduais de todo o país já vieram conhecer o Reintegro. A ideia é replicar o projeto em outros lugares”, afirma o pedagogo. A iniciativa é financiada pelo Senappen, que também acompanha os trabalhos desenvolvidos pela parceria.

Ao conhecer melhor o projeto, é possível perceber que o Reintegro é mais do que apenas capacitar profissionalmente pessoas do sistema prisional. É feito todo um trabalho que alia a capacitação com os anseios de vida dos assistidos. “Ao chegar aqui, a gente pergunta para ele ou ela qual é o seu sonho. A partir daí, elaboramos um plano para que o assistido consiga atingir seus objetivos”, explica Márcio. E não importa se o sonho não se encaixa em nenhuma das oficinas disponibilizadas pelo projeto.

Foi o caso de Mateus da Silva, 25 anos, que chegou ao Reintegro em agosto de 2021. “Quando cheguei fiquei receoso. Mas, o Márcio me falou que eu estava aqui para trabalhar, mas sim para aprender”, lembra. Mateus já havia trabalhado em uma gráfica, quando tinha 20 anos. Antes disso, quando ainda era menor, passou por uma unidade socioeducativa.

O sonho revelado por ele era trabalhar com gráfica, experiência de trabalho que já havia tido antes. O Reintegro não oferecia oficina de design e produção de material gráfico, mas o esforço de conseguir os equipamentos e um alguém para capacitá-lo foi feito. Hoje, sem dever mais nada para a justiça, ele tem a própria gráfica em casa, de onde tira o sustento da sua família.

No antigo emprego, o chefe lhe havia prometido ensinar a mexer em programas de design e nas impressoras. Promessa que nunca foi cumprida. “Na Reintegro me ensinaram tudo isso. Aposto que hoje ele quer me contratar de novo”, brinca. Mateus já foi chamado para parcerias e recusou três propostas formais de emprego. “Quero o meu próprio negócio.”

Quando chegou ao projeto, Rômulo Martins Freire de Oliveira, 25 anos, não tinha um sonho. Em uma conversa com Márcio, ele lembrou que, durante a adolescência, ajudava a avó a vender pastéis nas ruas de São Paulo. Foi a memória que o fez liderar uma equipe do buffet da festa junina do Senappen. “Eu achei massa. Minha família sempre mexeu com comida, então acho que tinha a ver. O Reintegro mudou a minha vida”, orgulha-se.

De lá para cá, Rômulo tem comandado serviços de buffets e coffee break em diversas ocasiões, inclusive em eventos na Esplanada dos Ministérios. O então ministro da Justiça Flávio Dino foi uma das figuras ilustres que utilizou os serviços de Oliveira, que está há cinco anos no regime aberto.

“É um depósito humano, um inferno. Aprendeu nada nesse período, só cela, concreto e convívio com outros presos, muitos faccionados”, descreve André Arley Alves, 36 anos, que passou nove anos em regime fechado. Agora, ele está há cinco anos no semiaberto. Antes de chegar ao Reintegro, há um ano, trabalhava em uma regional de obras do GDF. “Cheguei aqui achando que seria um serviço exploratório, mas logo recebi um atendimento com psicólogo e cursos profissionalizantes”, lembra.

Em 2021, o apenado decidiu fazer o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). “Quando eu cheguei aqui e vi um ambiente saudável, acolhedor, com computador, internet e impressora, pedi ao Senappen a oportunidade de estudar. Eles aceitaram meu pedido e me deram uma sala”, lembra.

Atualmente, André é aluno de gestão de negócios no Instituto Federal de Brasília (IFB). “É um desafio ter 36 anos, 20 anos sem estudar e entrar em um ambiente com pessoas com a cabeça fresca, que acabaram de sair do ensino médio. Se não fosse o projeto, eu não conseguiria”, reflete. Ele mostrou para a reportagem o componente curricular do semestre que concluiu ano passado: aprovados em todas as disciplinas e nenhuma falta. “Hoje eu me sinto um cidadão. Meu filho me respeita, me chama pra sair. Minha mãe está satisfeita comigo. Hoje eu cozinho para a minha esposa. A comida na prisão é horrível”, relembra.

Daqui para frente, o plano dele é concluir os estudos e abrir o próprio negócio de alimentação ou de artigos eletrônicos. “Não quero mais voltar para o crime”, confessa.

A ideia do projeto partiu de Juciane Prado, coordenadora-geral de Cidadania e Alternativas Penais do Senappen. Conhecendo o sistema penal por dentro, há 17 anos, ela conta que o objetivo é trabalhar a co-responsabilidade na segurança pública e execução penal entre estado e sociedade civil. “Execução penal é uma área muito desconhecida e há o estigma com as pessoas do sistema prisional, o que dificulta que elas consigam um emprego”, analisa.

“O objetivo é proporcionar um espaço de trabalho fora do presídio, oferecendo capacitação para trabalhar ou abrir o próprio negócio”, conclui.

Projeto Reintegro cria chance para apenados recomeçar em sociedade

“Temos a certeza de que a pessoa que entra no sistema penal vai sair de lá. A questão é: como queremos que ela saia?”, questiona a diretora de Políticas Penitenciárias da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que uniu forças com o Instituto Besouro de Fomento Social para criar o Reintegro, projeto que tem como objetivo capacitar, reduzir penas e estimular a reintegração de pessoas presas e egressas no Distrito Federal.

O público-alvo da iniciativa são homens e mulheres que cumprem penas nos regimes semiaberto e aberto no sistema prisional da capital. Noventa e seis presos passaram pelo projeto, que começou em agosto de 2021. Atualmente, são oferecidas oficinas de qualificação profissional de buffet e coffee break, design e produção de material gráfico, limpeza e conservação predial e movelaria de ferro e madeira. “A ideia é fazer com que o assistido saia do sistema prisional trabalhando, mesmo com pouco ou nenhum capital”, explica Márcio Sousa, coordenador-geral do Reintegro.

Ao ingressar no projeto, os assistidos passam a receber um salário mínimo mensal. O benefício é compensado por benfeitorias para a comunidade, como a revitalização de escolas, praças, Unidades de Internação de Saída Sistemática (Uniss) e outros equipamentos públicos. A sede do projeto é localizada em Samambaia Norte, onde os presos vão de segunda a sexta. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) é quem escolhe aqueles que poderão participar do projeto. Uma das regras é que eles não sejam integrantes de facções criminosas.

Além do salário mínimo, os presos também ficam com a renda gerada pelo trabalho que fazem, como o oriundo da venda dos móveis montados e a remuneração dos eventos produzidos por eles.

De acordo com o coordenador-geral Márcio Sousa, a taxa de reincidência dos presos no crime, após entrar no projeto, é zero. “Dezoito dos 27 gestores de administrações penitenciárias estaduais de todo o país já vieram conhecer o Reintegro. A ideia é replicar o projeto em outros lugares”, afirma o pedagogo. A iniciativa é financiada pelo Senappen, que também acompanha os trabalhos desenvolvidos pela parceria.

Ao conhecer melhor o projeto, é possível perceber que o Reintegro é mais do que apenas capacitar profissionalmente pessoas do sistema prisional. É feito todo um trabalho que alia a capacitação com os anseios de vida dos assistidos. “Ao chegar aqui, a gente pergunta para ele ou ela qual é o seu sonho. A partir daí, elaboramos um plano para que o assistido consiga atingir seus objetivos”, explica Márcio. E não importa se o sonho não se encaixa em nenhuma das oficinas disponibilizadas pelo projeto.

Foi o caso de Mateus da Silva, 25 anos, que chegou ao Reintegro em agosto de 2021. “Quando cheguei fiquei receoso. Mas, o Márcio me falou que eu estava aqui para trabalhar, mas sim para aprender”, lembra. Mateus já havia trabalhado em uma gráfica, quando tinha 20 anos. Antes disso, quando ainda era menor, passou por uma unidade socioeducativa.

O sonho revelado por ele era trabalhar com gráfica, experiência de trabalho que já havia tido antes. O Reintegro não oferecia oficina de design e produção de material gráfico, mas o esforço de conseguir os equipamentos e um alguém para capacitá-lo foi feito. Hoje, sem dever mais nada para a justiça, ele tem a própria gráfica em casa, de onde tira o sustento da sua família.

No antigo emprego, o chefe lhe havia prometido ensinar a mexer em programas de design e nas impressoras. Promessa que nunca foi cumprida. “Na Reintegro me ensinaram tudo isso. Aposto que hoje ele quer me contratar de novo”, brinca. Mateus já foi chamado para parcerias e recusou três propostas formais de emprego. “Quero o meu próprio negócio.”

Quando chegou ao projeto, Rômulo Martins Freire de Oliveira, 25 anos, não tinha um sonho. Em uma conversa com Márcio, ele lembrou que, durante a adolescência, ajudava a avó a vender pastéis nas ruas de São Paulo. Foi a memória que o fez liderar uma equipe do buffet da festa junina do Senappen. “Eu achei massa. Minha família sempre mexeu com comida, então acho que tinha a ver. O Reintegro mudou a minha vida”, orgulha-se.

De lá para cá, Rômulo tem comandado serviços de buffets e coffee break em diversas ocasiões, inclusive em eventos na Esplanada dos Ministérios. O então ministro da Justiça Flávio Dino foi uma das figuras ilustres que utilizou os serviços de Oliveira, que está há cinco anos no regime aberto.

“É um depósito humano, um inferno. Aprendeu nada nesse período, só cela, concreto e convívio com outros presos, muitos faccionados”, descreve André Arley Alves, 36 anos, que passou nove anos em regime fechado. Agora, ele está há cinco anos no semiaberto. Antes de chegar ao Reintegro, há um ano, trabalhava em uma regional de obras do GDF. “Cheguei aqui achando que seria um serviço exploratório, mas logo recebi um atendimento com psicólogo e cursos profissionalizantes”, lembra.

Em 2021, o apenado decidiu fazer o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). “Quando eu cheguei aqui e vi um ambiente saudável, acolhedor, com computador, internet e impressora, pedi ao Senappen a oportunidade de estudar. Eles aceitaram meu pedido e me deram uma sala”, lembra.

Atualmente, André é aluno de gestão de negócios no Instituto Federal de Brasília (IFB). “É um desafio ter 36 anos, 20 anos sem estudar e entrar em um ambiente com pessoas com a cabeça fresca, que acabaram de sair do ensino médio. Se não fosse o projeto, eu não conseguiria”, reflete. Ele mostrou para a reportagem o componente curricular do semestre que concluiu ano passado: aprovados em todas as disciplinas e nenhuma falta. “Hoje eu me sinto um cidadão. Meu filho me respeita, me chama pra sair. Minha mãe está satisfeita comigo. Hoje eu cozinho para a minha esposa. A comida na prisão é horrível”, relembra.

Daqui para frente, o plano dele é concluir os estudos e abrir o próprio negócio de alimentação ou de artigos eletrônicos. “Não quero mais voltar para o crime”, confessa.

A ideia do projeto partiu de Juciane Prado, coordenadora-geral de Cidadania e Alternativas Penais do Senappen. Conhecendo o sistema penal por dentro, há 17 anos, ela conta que o objetivo é trabalhar a co-responsabilidade na segurança pública e execução penal entre estado e sociedade civil. “Execução penal é uma área muito desconhecida e há o estigma com as pessoas do sistema prisional, o que dificulta que elas consigam um emprego”, analisa.

“O objetivo é proporcionar um espaço de trabalho fora do presídio, oferecendo capacitação para trabalhar ou abrir o próprio negócio”, conclui.

Larry Summers: por que o ex-secretário do Tesouro dos EUA está convencido de um ‘pouso suave’ da economia americana

O ex-secretário do Tesouro americano Larry Summers afirmou ontem em um evento em Nova York que vê grande potencial para um “pouso suave” da economia dos EUA em meio à desaceleração da inflação enquanto o mercado de trabalho continua aquecido.

O “pouso suave” é como o mercado desenha o controle da inflação pela alta de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central da maior economia do mundo, sem que isso provoque uma recessão econômica.

— Um pouso suave provavelmente parece mais factível hoje que em qualquer outro momento desde 2021, afirmou Summers, referindo-se ao período em que o Fed iniciou a maior alta de juros em duas décadas para debelar a onda inflacionária pós-Covid.

Professor da Universidade Harvard, Summers advertiu que “um pouso suave não está garantido”, mas acrescentou que “certamente é uma possibilidade muito real”.

Summers afirmou que o ciclo de alta de juros do Fed atenuou a demanda sem prejudicar o crescimento da economia, com um consumo que se tornou menos sensível às taxas de juros.

Enquanto uma aterrissagem tranquila aparece no horizonte da economia americana, os riscos permanecem, alertou o ex-auxiliar de Bill Clinton. O recente arrefecimento da inflação tem mais a ver com os preços que anteriormente tinham disparado exponencialmente do que com a “conquista de uma inflação fundamentalmente baixa”, disse.

Ele acrescentou que o crescimento dos salários e dos custos do trabalho “parecem distintos do necessário para uma meta de inflação de 2%”, como a americana.

Após um ano de inflação desacelerando constantemente, os preços ao consumidor nos EUA tiveram a maior subida em três meses em dezembro de 2023, em meio à alta de preços de serviços e bens. O mercado de trabalho também permanece saudável, em geral, com pedidos de seguro-desemprego em níveis historicamente baixos, mantendo salários elevados.

Entretanto, investidores e economistas estavam esperando que a economia americana iria esfriar neste ano com a política monetária, levando o Fed a voltar a pensar no crescimento. Os mercados agora estão precificando cortes nas taxas de juro em 2024, provavelmente a partir de março.

Mas essas previsões podem ser um tanto agressivas, diz Summers,acrescentando que dois a três cortes nos juros são mais prováveis que as expectativas atuais.

— Os mercados estão um pouco adiantados sobre quantos cortes o Fed deveria fazer ou provavelmente fará nos próximos meses — disse Summers, em debate com o professor de economia da Columbia Business School Glenn Hubbard, ex-chefe do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca.

O ex-secretário do Tesouro já há havia dito anteriormente que os investidores estão subestimando os riscos de nova alta da inflação, o que poderá prejudicar essas expectativas em relação à política monetária do Fed.

Larry Summers: por que o ex-secretário do Tesouro dos EUA está convencido de um ‘pouso suave’ da economia americana

O ex-secretário do Tesouro americano Larry Summers afirmou ontem em um evento em Nova York que vê grande potencial para um “pouso suave” da economia dos EUA em meio à desaceleração da inflação enquanto o mercado de trabalho continua aquecido.

O “pouso suave” é como o mercado desenha o controle da inflação pela alta de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central da maior economia do mundo, sem que isso provoque uma recessão econômica.

— Um pouso suave provavelmente parece mais factível hoje que em qualquer outro momento desde 2021, afirmou Summers, referindo-se ao período em que o Fed iniciou a maior alta de juros em duas décadas para debelar a onda inflacionária pós-Covid.

Professor da Universidade Harvard, Summers advertiu que “um pouso suave não está garantido”, mas acrescentou que “certamente é uma possibilidade muito real”.

Summers afirmou que o ciclo de alta de juros do Fed atenuou a demanda sem prejudicar o crescimento da economia, com um consumo que se tornou menos sensível às taxas de juros.

Enquanto uma aterrissagem tranquila aparece no horizonte da economia americana, os riscos permanecem, alertou o ex-auxiliar de Bill Clinton. O recente arrefecimento da inflação tem mais a ver com os preços que anteriormente tinham disparado exponencialmente do que com a “conquista de uma inflação fundamentalmente baixa”, disse.

Ele acrescentou que o crescimento dos salários e dos custos do trabalho “parecem distintos do necessário para uma meta de inflação de 2%”, como a americana.

Após um ano de inflação desacelerando constantemente, os preços ao consumidor nos EUA tiveram a maior subida em três meses em dezembro de 2023, em meio à alta de preços de serviços e bens. O mercado de trabalho também permanece saudável, em geral, com pedidos de seguro-desemprego em níveis historicamente baixos, mantendo salários elevados.

Entretanto, investidores e economistas estavam esperando que a economia americana iria esfriar neste ano com a política monetária, levando o Fed a voltar a pensar no crescimento. Os mercados agora estão precificando cortes nas taxas de juro em 2024, provavelmente a partir de março.

Mas essas previsões podem ser um tanto agressivas, diz Summers,acrescentando que dois a três cortes nos juros são mais prováveis que as expectativas atuais.

— Os mercados estão um pouco adiantados sobre quantos cortes o Fed deveria fazer ou provavelmente fará nos próximos meses — disse Summers, em debate com o professor de economia da Columbia Business School Glenn Hubbard, ex-chefe do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca.

O ex-secretário do Tesouro já há havia dito anteriormente que os investidores estão subestimando os riscos de nova alta da inflação, o que poderá prejudicar essas expectativas em relação à política monetária do Fed.

Confira as regras para os blocos do carnaval de rua na Grande Vitória

Com o carnaval se aproximando, as prefeituras da Grande Vitória se organizam para receber milhares de foliões nos blocos de rua. Horários para começo e fim do bloco, percurso definido, controle da poluição sonora, além de proibições como a realização de queima de fogos estão entre as regras divulgadas.

Vitória e Vila Velha divulgaram informações sobre as regras que devem ser seguidas pelos organizadores e as duas cidades estão com período de cadastro aberto para os interessados.

Em Cariacica, o período de cadastro já acabou e a agenda dos blocos que vão desfilar já foi divulgada.

Já as Prefeituras da Serra e de Guarapari ainda estão definindo como a folia vai acontecer nos municípios.

📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp

Confira as regras em cada cidade:

Vitória

Estão autorizados desfiles no período de 20/01 a 24/03, promovendo cultura, entretenimento, economia criativa, música, valorização comunitária e sustentabilidade.

Para garantir a organização e o cumprimento das normas, uma comissão dos desfiles de blocos de rua é responsável pelo planejamento operacional dos desfiles.

Até esta terça-feira (9), 10 blocos entraram com pedido para desfilar em Vitória.

O decreto municipal estabelece que:

O responsável pelo desfile deve protocolar a solicitação com, pelo menos, 15 dias de antecedência, informando todos os dados necessários para a autorização.

O bloco deve cumprir uma série de obrigações, como a observância das normas municipais, controle da poluição sonora, respeito aos limites de local, horário, concentração e dispersão, entre outras.

Os desfiles devem percorrer itinerários autorizados pelo município, no período das 11 às 19 horas.

Vila Velha

Os blocos devem solicitar autorização através da Comissão Municipal de Eventos (Comune) até o próximo dia 17 de janeiro. Confira mais detalhes aqui.

A Guarda Municipal de Vila Velha (GMVV) deverá aprovar o percurso de cada bloco para o período solicitado, e somente será autorizado um máximo de dois blocos por região por dia, dependendo do tamanho e trajeto a ser realizado.

Outras medidas incluem:

A proibição da saída de blocos de carnaval após a Quarta-Feira de Cinzas.

A restrição da realização de show pirotécnico com queima de fogos de artifício em área pública.

A permissão apenas do uso de Trio Elétrico mediante a apresentação de toda a documentação de regularidade do veículo e a inspeção do mesmo pelo setor competente da Prefeitura Municipal de Vila Velha, entre outras determinações.

Os blocos autorizados deverão ter segurança privada, e, os blocos das Regiões 1 e 2, não podem realizar percurso até a avenida da praia.

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Cariacica

Ao todo, 11 blocos irão desfilar entre 26 de janeiro até o dia 25 de fevereiro, das 9h às 11h30, e das 16h às 20 horas.

Todos os blocos terão iluminação, segurança com a presença da Guarda Municipal, Polícia Militar e agentes de trânsito para fazer a organização do percurso, mini trio, banheiros químicos, sendo feminino, masculino e para pessoa com deficiência (PcD).

Ficou definido que:

Os organizadores deverão respeitar o percurso determinado;

Os horários de concentração, dispersão (até uma hora depois do término) e de parada de som (minutos antes do término);

O número de público e componentes, (caso haja público extra, a equipe de segurança formada pela Guarda Municipal, Polícia Militar e agentes de trânsito irá avaliar a participação).

Todas as regras foram alinhadas em reunião de planejamento com os organizadores, que estão de acordo com o que foi decidido.

Guarapari

A Prefeitura de Guarapari, através da Secretaria de Turismo, Empreendedorismo e Cultura (Setec), informa que o edital para cadastramento dos blocos, ainda está sendo elaborado e o número, assim como todas as regras serão definidos após conclusão do edital. Os blocos vão desfilar no Centro e Praia do Morro.

Serra

A Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra está definindo os detalhes, que serão divulgados em breve.

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Vitória e Vila Velha divulgaram informações sobre as regras que devem ser seguidas pelos organizadores e as duas cidades estão com período de cadastro aberto para os interessados.

Em Cariacica, o período de cadastro já acabou e a agenda dos blocos que vão desfilar já foi divulgada.

Já as Prefeituras da Serra e de Guarapari ainda estão definindo como a folia vai acontecer nos municípios.

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Confira as regras em cada cidade:

Vitória

Estão autorizados desfiles no período de 20/01 a 24/03, promovendo cultura, entretenimento, economia criativa, música, valorização comunitária e sustentabilidade.

Para garantir a organização e o cumprimento das normas, uma comissão dos desfiles de blocos de rua é responsável pelo planejamento operacional dos desfiles.

Até esta terça-feira (9), 10 blocos entraram com pedido para desfilar em Vitória.

O decreto municipal estabelece que:

O responsável pelo desfile deve protocolar a solicitação com, pelo menos, 15 dias de antecedência, informando todos os dados necessários para a autorização.

O bloco deve cumprir uma série de obrigações, como a observância das normas municipais, controle da poluição sonora, respeito aos limites de local, horário, concentração e dispersão, entre outras.

Os desfiles devem percorrer itinerários autorizados pelo município, no período das 11 às 19 horas.

Vila Velha

Os blocos devem solicitar autorização através da Comissão Municipal de Eventos (Comune) até o próximo dia 17 de janeiro. Confira mais detalhes aqui.

A Guarda Municipal de Vila Velha (GMVV) deverá aprovar o percurso de cada bloco para o período solicitado, e somente será autorizado um máximo de dois blocos por região por dia, dependendo do tamanho e trajeto a ser realizado.

Outras medidas incluem:

A proibição da saída de blocos de carnaval após a Quarta-Feira de Cinzas.

A restrição da realização de show pirotécnico com queima de fogos de artifício em área pública.

A permissão apenas do uso de Trio Elétrico mediante a apresentação de toda a documentação de regularidade do veículo e a inspeção do mesmo pelo setor competente da Prefeitura Municipal de Vila Velha, entre outras determinações.

Os blocos autorizados deverão ter segurança privada, e, os blocos das Regiões 1 e 2, não podem realizar percurso até a avenida da praia.

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Cariacica

Ao todo, 11 blocos irão desfilar entre 26 de janeiro até o dia 25 de fevereiro, das 9h às 11h30, e das 16h às 20 horas.

Todos os blocos terão iluminação, segurança com a presença da Guarda Municipal, Polícia Militar e agentes de trânsito para fazer a organização do percurso, mini trio, banheiros químicos, sendo feminino, masculino e para pessoa com deficiência (PcD).

Ficou definido que:

Os organizadores deverão respeitar o percurso determinado;

Os horários de concentração, dispersão (até uma hora depois do término) e de parada de som (minutos antes do término);

O número de público e componentes, (caso haja público extra, a equipe de segurança formada pela Guarda Municipal, Polícia Militar e agentes de trânsito irá avaliar a participação).

Todas as regras foram alinhadas em reunião de planejamento com os organizadores, que estão de acordo com o que foi decidido.

Guarapari

A Prefeitura de Guarapari, através da Secretaria de Turismo, Empreendedorismo e Cultura (Setec), informa que o edital para cadastramento dos blocos, ainda está sendo elaborado e o número, assim como todas as regras serão definidos após conclusão do edital. Os blocos vão desfilar no Centro e Praia do Morro.

Serra

A Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra está definindo os detalhes, que serão divulgados em breve.

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