Lewandowski na Justiça é a quinta troca no primeiro escalão de Lula; veja mudanças

Com a confirmação de Ricardo Lewandowski, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), como próximo ministro da Justiça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza a quinta troca no primeiro escalão do governo em pouco mais de um ano. O ex-magistrado vai ocupar vaga deixada por Flávio Dino, que vai assumir a cadeira da ministra Rosa Weber no STF, aposentada desde o final de setembro.

Conforme O GLOBO informou, Lewandowski aceitou o convite para chefiar a pasta durante reunião com Lula e Dino no Palácio da Alvorada, na noite desta quarta-feira. Na ocasião, os três começaram a acertar os detalhes para a sucessão, e o nome do futuro ocupante da cadeira deve ser anunciado por Lula nesta quinta-feira. Com isso, o petista oficializa a quinta troca no primeiro escalão desde que assumiu a Presidência no terceiro mandato, no ano passado.

A primeira troca ocorreu ainda em abril, quando o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, conhecido como GDias, deixou o governo após se tornarem públicas vídeos gravados por câmeras de segurança em que ele interage com os autores dos ataques dentro do Palácio do Planalto. Em uma das imagens, um servidor do GSI aparece oferecendo água às pessoas que destruíam o prédio.

Três meses depois, insatisfações com o União Brasil diante da iminente saída de Daniela Carneiro, então ministra do Turismo, da sigla para se filiar ao Republicanos levaram à troca para abrigar o deputado Celso Sabino (PA). A escolha do parlamentar atendia aos interesses de dirigentes da sigla e contou com o apoio do senador Davi Alcolumbre (AP).

Em setembro, Lula fez uma troca casada em dois ministérios para atender a demandas do Centrão por maior participação na gestão do petista. Para isso, realizou mudanças nos ministérios do Esporte, com a saída de Ana Moser para dar espaço a André Fufuca (PP-MA), e de Portos e Aeroportos, trocando Márcio França (PSB) por Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). França, porém, continuou no governo com a criação de uma nova pasta, o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte.

A demissão de mais uma mulher do alto escalão do governo gerou resistência entre lideranças de movimentos sociais e dentro do próprio governo.

Mulheres do DF falam da dor e a delícia de empreender

Ser mulher, por si só, exige energia para lidar com os desafios da desigualdade de gênero. Imagine, então, empreender, em um contexto no qual múltiplas funções são cobradas. É preciso coragem, como diz a empresária Geovanna Mara, 36 anos. Demitida após usufruir uma licença maternidade, a então advogada decidiu virar a chave e atuar no setor de vestuário. Assim como ela, 148,46 mil mulheres se tornaram donas de negócios no Distrito Federal, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com esse levantamento, feito no terceiro trimestre de 2022, o número representa 35% do total de empreendedores no país, em contraste com os 275,67 mil homens (65%) que fizeram a mesma opção.

Antes de abrir a sua loja, em 2018, Geovanna se dedicava ao Direito trabalhando no setor de contratos e licitações de uma empresa privada. A companhia, porém, não quis mantê-la em seu quadro de funcionários quando a licença maternidade foi concluída e foi a chegada da filha que lhe deu a força para viver um antigo sonho. “Eu sempre sonhei em ser empreendedora e sempre gostei de moda, mas, até aquele momento, via como algo a ser realizado em um futuro distante. Parece clichê, mas a maternidade deixa a gente corajosa. Depois da minha demissão e da chegada da minha filha, surgiu força e coragem para seguir meus sonhos”, conta.

Geovanna: “A gente que é empreendedora nunca desliga completamente”

Quem pensa em dar um passo como o de Geovanna tem de considerar que conciliar trabalho e filhos é um eterno equilibrar de pratos, segundo a própria advogada diz. “Hoje, tenho uma menina e um menino. Graças a Deus, tenho uma rede de apoio muito boa. Meu marido divide as funções comigo e é muito presente. Consigo ajustar minha rotina diária para ter uma manhã tranquila com os meus dois filhos e, quando deixo eles na escola, vou para a loja”, relata.

Também é preciso levar em conta que empreender, ainda que possa garantir uma condição estável em algumas frentes (financeira, da criatividade, da satisfação profissional etc), sempre exigirá algum sacrifício. Geovanna, por exemplo, só conseguiu tirar férias em janeiro deste ano, seis anos depois de montar a sua Closet Mara. “Deixei uma funcionária cuidando de tudo, mas a gente que é empreendedora nunca desliga completamente”, ressalta.

Saboreando o sucesso

Do total de empreendedoras do DF, 56,9% são negras e 42,3% são brancas. A confeiteira Fernanda Pinheiro Santos, 28, está inclusa no primeiro grupo. Formada em gastronomia, orgulha-se da sua confeitaria, aberta em 2020. “Sempre gostei muito de cozinha, então, em 2013, fiz um primeiro curso na área e me apaixonei. Desde criança assistia a programas de culinária na TV, hobby que ainda mantenho”, comenta ela, que também foi funcionária de outras pessoas.

O que motivou Fernanda a ir adiante com o seu Doce Ateliê e a abrir mão da carteira assinada foi sua inquietação com o modelo de trabalho CLT — Consolidação das Leis do Trabalho. Ela o considera exaustivo e pouco produtivo. “Nessa época, eu gastava muitas horas no trabalho e tinha pouco tempo para mim. Adoeci. Acredito que se os horários fossem flexíveis, as mulheres conseguiriam conciliar melhor carreira e maternidade, por exemplo”, opina. Além disso, se decepcionou com o salário que recebia. “O que anteriormente eu ganhava em um mês, hoje consigo lucrar em poucos dias”.

No início do Doce Ateliê, a empreendedora vendia seus produtos nas ruas, até que as encomendas aumentaram e decidiu produzir apenas quando recebia pedidos. Entretanto, nessa caminhada, nem tudo foram flores. “Quando você depende do seu negócio pra viver, fica em uma corda bamba de precisar fazer várias coisas ao mesmo tempo, conforme a empresa cresce. O desespero bate quando a demanda cresce e é preciso fazer tudo sozinha”, recordou. Atualmente, ela atende cerca de 40 clientes por mês.

Fernanda viu lucros e desafios aumentarem com sua confeitaria

A confeiteira, no entanto, nunca desanimou, outra prerrogativa para quem quer empreender. E mesmo olhando para todos os desafios que enfrentou, Fernanda avalia positivamente o desempenho do seu empreendimento. Considera que o retorno é bom e festeja ainda ter liberdade para trabalhar nos sabores, novidades bem aceitas pelos clientes. As vendas têm aumentado e, em datas comemorativas, como Páscoa e Natal, a procura pelos doces multiplica.

No momento, está empolgada com a abertura da sua loja física. “Eu tô com uma lojinha pré-pronta na Asa Sul, que será inaugurada em breve. Fico muito feliz, pois toda encomenda que sai volta com muitos clientes novos, que viram fãs dos nossos doces”, celebra. Para o futuro, ainda pretende dar aulas e repassar os seus conhecimentos em culinária. Mais um empreendimento.

Negócios

Coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros ressalta que o comportamento empreendedor é uma função inerente às mulheres. E se destacam as que têm talento para planejamento, criatividade e sabem buscar parcerias. “Temos uma força relevante das mulheres empreendendo e buscando estabilidade e independência financeira”, comenta. Por outro lado, a especialista pondera que ainda há situações culturais que dificultam muito a vida das empreendedoras, e por isso muitas mulheres acabam desistindo. “Infelizmente, as tarefas de cuidado doméstico, com crianças e com idosos, ainda caem de maneira muito a sobrecarregar as mulheres”, aponta ela listando algumas responsabilidades que nem sempre homens estão dispostos a assumir.

Renata também ressalta que existe uma outra questão crucial para se dedicar ao empreendedorismo: o fator tempo. “O dia tem 24 horas para todo mundo e o que a gente faz com essas horas é que faz a diferença. As pesquisas do Sebrae descobriram que as mulheres empreendedoras dedicam 17% menos horas às suas empresas do que os homens empreendedores. E o motivo é justamente porque elas estão sobrecarregadas com os trabalhos de cuidados (domésticos)”, informa a coordenadora. “O IBGE nos mostra que as mulheres no Brasil dedicam o dobro de horas às tarefas de cuidado com a casa, com as crianças e com os idosos em comparação aos homens. Então, essa conta não fecha. As mulheres precisam de mais tempo para se dedicarem aos seus negócios”, completa.

A Especialista em Carreira e Empreendedorismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Juliana Nóbrega explica que há dois tipos de empreendedorismo: por necessidade e por oportunidade. “Temos mulheres que acabam empreendendo como única fonte de acesso a renda. Neste universo, apesar de a gente ter avanços significativos, é importante observar os recortes: mulheres que empreendem usufruindo dos seus privilégios e mulheres que empreendem por necessidade, porque é notório que a gente precisa continuar avançando para que as mulheres tenham emancipação financeira e profissional”, detalha.

Ela acrescenta que algumas mulheres acabam optando por um empreendedorismo por necessidade ao assumirem a maternidade. “Quando viram mães, elas são empurradas para o empreendedorismo. A gente observa que parece que mais de 50% das mulheres, quando voltam da licença maternidade, são demitidas ou elas mesmas pedem as contas justamente porque a falta de flexibilidade de horário de trabalho no mercado corporativo dificulta”, complementa.

Maternidade

Profissional na área de Recursos Humanos, Cintia Aguiar vê um aumento no número de empreendedores e de pequenos e microempresários no país nos últimos anos, principalmente depois da pandemia. E ressalta haver cada vez mais mulheres aderindo a isso. Para justificar esse crescimento, a especialista destaca a dificuldade que muitas atuais empreendedoras têm ou tiveram para manter seus postos de trabalho ou ocupar novas vagas em um emprego devido a serem mães ou simplesmente terem essa possibilidade, caso de muitas mulheres que são noivas. “Mulheres recém-casadas, que estão noivas ou com filhos pequenos têm muita dificuldade em arrumar emprego. O dono da empresa acha que a demanda delas de responsabilidade com a criança é maior do que a de um homem, o que muitas vezes acaba sendo verdade”, comenta Cintia.

Além de especialista na área de RH, ela mesma decidiu empreender ao ser demitida do emprego em que estava há seis anos. O desligamento ocorreu após ficar grávida e posteriormente ter uma criança com síndrome de Down. “Descobri o diagnóstico durante a gravidez e continuei trabalhando nessa empresa. Quando a Ágata nasceu, ela ficou internada sete meses e 14 dias para fazer uma correção cardíaca, e nesse período eu perdi meu emprego”, relembra. “Não sabia como seria o meu retorno para o mercado de trabalho e já tinha ouvido de alguns amigos que eu teria dificuldade em voltar para o mercado por ter uma criança com deficiência e devido às necessidades diferentes que ela teria diariamente”, completa.

Ao receber a rescisão do emprego, Cíntia viu no empreendedorismo a possibilidade de ter tempo para cuidar de si e da filha, além de conseguir usar as habilidades e competências que havia adquirido ao longo da carreira na área de gestão de pessoas e de recursos humanos. “É um sonho realizado e o que me inspira é o fato de eu poder dar boas notícias para as pessoas. Tem muita gente que dorme e faz oração para Deus pedindo um emprego, além da minha filha também me inspirar a seguir”, celebra.

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Mulheres do DF falam da dor e a delícia de empreender

Ser mulher, por si só, exige energia para lidar com os desafios da desigualdade de gênero. Imagine, então, empreender, em um contexto no qual múltiplas funções são cobradas. É preciso coragem, como diz a empresária Geovanna Mara, 36 anos. Demitida após usufruir uma licença maternidade, a então advogada decidiu virar a chave e atuar no setor de vestuário. Assim como ela, 148,46 mil mulheres se tornaram donas de negócios no Distrito Federal, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com esse levantamento, feito no terceiro trimestre de 2022, o número representa 35% do total de empreendedores no país, em contraste com os 275,67 mil homens (65%) que fizeram a mesma opção.

Antes de abrir a sua loja, em 2018, Geovanna se dedicava ao Direito trabalhando no setor de contratos e licitações de uma empresa privada. Essa companhia, porém, não quis mantê-la em seu quadro de funcionários quando se concluiu o período a que ela tinha direito após dar a luz à sua bebê E foi a chegada da filha que lhe deu a força para viver um antigo sonho. “Eu sempre sonhei em ser empreendedora e sempre gostei de moda, mas, até aquele momento, via como algo a ser realizado em um futuro distante. Parece clichê, mas a maternidade deixa a gente corajosa. Depois da minha demissão e da chegada da minha filha, surgiu força e coragem para seguir meus sonhos”, conta.

Quem pensa em dar um passo como o de Geovanna tem de considerar que conciliar trabalho e filhos é um eterno equilibrar de pratos, segundo a própria advogada diz. “Hoje, tenho uma menina e um menino. Graças a Deus, tenho uma rede de apoio muito boa. Meu marido divide as funções comigo e é muito presente. Consigo ajustar minha rotina diária para ter uma manhã tranquila com os meus dois filhos e, quando deixo eles na escola, vou para a loja”, relata. Também é preciso levar em conta que empreender, ainda que possa garantir uma condição estável em algumas frentes (financeira, da criatividade, da satisfação profissional etc), sempre exigirá algum sacrifício. Geovanna, por exemplo, só conseguiu tirar férias em janeiro deste ano, seis anos depois de montar a sua Closet Mara. “Deixei uma funcionária cuidando de tudo, mas a gente que é empreendedora nunca desliga completamente”, ressalta.

Saboreando o sucesso

Do total de empreendedoras do DF, 56,9% são negras e 42,3% são brancas. A confeiteira Fernanda Pinheiro Santos, 28, está inclusa no primeiro grupo. Formada em gastronomia, orgulha-se da sua confeitaria, aberta em 2020. “Sempre gostei muito de cozinha, então, em 2013, fiz um primeiro curso na área e me apaixonei. Desde criança assistia a programas de culinária na TV, hobby que ainda mantenho”, comenta ela, que também foi funcionária de outras pessoas.

O que motivou Fernanda a ir adiante com o seu Doce Ateliê e a abrir mão da carteira assinada foi sua inquietação com o modelo de trabalho CLT — Consolidação das Leis do Trabalho. Ela o considera exaustivo e pouco produtivo. “Nessa época, eu gastava muitas horas no trabalho e tinha pouco tempo para mim. Adoeci. Acredito que se os horários fossem flexíveis, as mulheres conseguiriam conciliar melhor carreira e maternidade, por exemplo”, opina. Além disso, se decepcionou com o salário que recebia. “O que anteriormente eu ganhava em um mês, hoje consigo lucrar em poucos dias”.

No início do Doce Ateliê, sua fundadora não ficava num balcão. Mesmo porque ele não existia fisicamente. Vendia seus produtos nas ruas, até que as encomendas aumentaram e decidiu produzir apenas quando recebia pedidos. Entretanto, nessa caminhada, nem tudo foram flores. “Quando você depende do seu negócio pra viver, fica em uma corda bamba de precisar fazer várias coisas ao mesmo tempo, conforme a empresa cresce. O desespero bate quando a demanda cresce e é preciso fazer tudo sozinha”, recordou. Atualmente, ela atende cerca de 40 clientes por mês.

A confeiteira, no entanto, nunca desanimou, outra prerrogativa para quem quer empreender. E mesmo olhando para todos os desafios que enfrentou, Fernanda avalia positivamente o desempenho do seu empreendimento. Considera que o retorno é bom e festeja ainda ter liberdade para trabalhar nos sabores, novidades bem aceitas pelos clientes. As vendas têm aumentado e, em datas comemorativas, como Páscoa e Natal, a procura pelos doces multiplica. No momento, está empolgada com a abertura da sua loja física. “Eu tô com uma lojinha pré-pronta na Asa Sul, que será inaugurada em breve. Fico muito feliz, pois toda encomenda que sai volta com muitos clientes novos, que viram fãs dos nossos doces”, celebra. Para o futuro, ainda pretende dar aulas e repassar os seus conhecimentos em culinária. Mais um empreendimento.

Negócios

Coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros ressalta que o comportamento empreendedor é uma função inerente às mulheres. E se destacam as que têm talento para planejamento, criatividade e sabem buscar parcerias. “Temos uma força relevante das mulheres empreendendo e buscando estabilidade e independência financeira”, comenta. Por outro lado, a especialista pondera que ainda há situações culturais que dificultam muito a vida das empreendedoras, e por isso muitas mulheres acabam desistindo. “Infelizmente, as tarefas de cuidado doméstico, com crianças e com idosos, ainda caem de maneira muito a sobrecarregar as mulheres”, aponta ela listando algumas responsabilidades que nem sempre homens estão dispostos a assumir.

Renata também ressalta que existe uma outra questão crucial para se dedicar ao empreendedorismo: o fator tempo. “O dia tem 24 horas para todo mundo e o que a gente faz com essas horas é que faz a diferença. As pesquisas do Sebrae descobriram que as mulheres empreendedoras dedicam 17% menos horas às suas empresas do que os homens empreendedores. E o motivo é justamente porque elas estão sobrecarregadas com os trabalhos de cuidados (domésticos)”, informa a coordenadora. “O IBGE nos mostra que as mulheres no Brasil dedicam o dobro de horas às tarefas de cuidado com a casa, com as crianças e com os idosos em comparação aos homens. Então, essa conta não fecha. As mulheres precisam de mais tempo para se dedicarem aos seus negócios”, completa.

A Especialista em Carreira e Empreendedorismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Juliana Nóbrega explica que há dois tipos de empreendedorismo: por necessidade e por oportunidade. “Temos mulheres que acabam empreendendo como única fonte de acesso a renda. Neste universo, apesar de a gente ter avanços significativos, é importante observar os recortes: mulheres que empreendem usufruindo dos seus privilégios e mulheres que empreendem por necessidade, porque é notório que a gente precisa continuar avançando para que as mulheres tenham emancipação financeira e profissional”, detalha.

Ela acrescenta que algumas mulheres acabam optando por um empreendedorismo por necessidade ao assumirem a maternidade. “Quando viram mães, elas são empurradas para o empreendedorismo. A gente observa que parece que mais de 50% das mulheres, quando voltam da licença maternidade, são demitidas ou elas mesmas pedem as contas justamente porque a falta de flexibilidade de horário de trabalho no mercado corporativo dificulta”, complementa.

Maternidade

Profissional na área de Recursos Humanos, Cintia Aguiar vê um aumento no número de empreendedores e de pequenos e microempresários no país nos últimos anos, principalmente depois da pandemia. E ressalta haver cada vez mais mulheres aderindo a isso. Para justificar esse crescimento, a especialista destaca a dificuldade que muitas atuais empreendedoras têm ou tiveram para manter seus postos de trabalho ou ocupar novas vagas em um emprego devido a serem mães ou simplesmente terem essa possibilidade, caso de muitas mulheres que são noivas. “Mulheres recém-casadas, que estão noivas ou com filhos pequenos têm muita dificuldade em arrumar emprego. O dono da empresa acha que a demanda delas de responsabilidade com a criança é maior do que a de um homem, o que muitas vezes acaba sendo verdade”, comenta Cintia.

Além de especialista na área de RH, ela mesma decidiu empreender ao ser demitida do emprego em que estava há seis anos. O desligamento ocorreu após ficar grávida e posteriormente ter uma criança com síndrome de Down. “Descobri o diagnóstico durante a gravidez e continuei trabalhando nessa empresa. Quando a Ágata nasceu, ela ficou internada sete meses e 14 dias para fazer uma correção cardíaca, e nesse período eu perdi meu emprego”, relembra. “Não sabia como seria o meu retorno para o mercado de trabalho e já tinha ouvido de alguns amigos que eu teria dificuldade em voltar para o mercado por ter uma criança com deficiência e devido às necessidades diferentes que ela teria diariamente”, completa.

Ao receber a rescisão do emprego, Cíntia viu no empreendedorismo a possibilidade de ter tempo para cuidar de si e da filha, além de conseguir usar as habilidades e competências que havia adquirido ao longo da carreira na área de gestão de pessoas e de recursos humanos. “É um sonho realizado e o que me inspira é o fato de eu poder dar boas notícias para as pessoas. Tem muita gente que dorme e faz oração para Deus pedindo um emprego, além da minha filha também me inspirar a seguir”, celebra.

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Mulheres do DF falam da dor e a delícia de empreender

Ser mulher, por si só, exige energia para lidar com os desafios da desigualdade de gênero. Imagine, então, empreender, em um contexto no qual múltiplas funções são cobradas. É preciso coragem, como diz a empresária Geovanna Mara, 36 anos. Demitida após usufruir uma licença maternidade, a então advogada decidiu virar a chave e atuar no setor de vestuário. Assim como ela, 148,46 mil mulheres se tornaram donas de negócios no Distrito Federal, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com esse levantamento, feito no terceiro trimestre de 2022, o número representa 35% do total de empreendedores no país, em contraste com os 275,67 mil homens (65%) que fizeram a mesma opção.

Antes de abrir a sua loja, em 2018, Geovanna se dedicava ao Direito trabalhando no setor de contratos e licitações de uma empresa privada. Essa companhia, porém, não quis mantê-la em seu quadro de funcionários quando se concluiu o período a que ela tinha direito após dar a luz à sua bebê E foi a chegada da filha que lhe deu a força para viver um antigo sonho. “Eu sempre sonhei em ser empreendedora e sempre gostei de moda, mas, até aquele momento, via como algo a ser realizado em um futuro distante. Parece clichê, mas a maternidade deixa a gente corajosa. Depois da minha demissão e da chegada da minha filha, surgiu força e coragem para seguir meus sonhos”, conta.

Quem pensa em dar um passo como o de Geovanna tem de considerar que conciliar trabalho e filhos é um eterno equilibrar de pratos, segundo a própria advogada diz. “Hoje, tenho uma menina e um menino. Graças a Deus, tenho uma rede de apoio muito boa. Meu marido divide as funções comigo e é muito presente. Consigo ajustar minha rotina diária para ter uma manhã tranquila com os meus dois filhos e, quando deixo eles na escola, vou para a loja”, relata. Também é preciso levar em conta que empreender, ainda que possa garantir uma condição estável em algumas frentes (financeira, da criatividade, da satisfação profissional etc), sempre exigirá algum sacrifício. Geovanna, por exemplo, só conseguiu tirar férias em janeiro deste ano, seis anos depois de montar a sua Closet Mara. “Deixei uma funcionária cuidando de tudo, mas a gente que é empreendedora nunca desliga completamente”, ressalta.

Saboreando o sucesso

Do total de empreendedoras do DF, 56,9% são negras e 42,3% são brancas. A confeiteira Fernanda Pinheiro Santos, 28, está inclusa no primeiro grupo. Formada em gastronomia, orgulha-se da sua confeitaria, aberta em 2020. “Sempre gostei muito de cozinha, então, em 2013, fiz um primeiro curso na área e me apaixonei. Desde criança assistia a programas de culinária na TV, hobby que ainda mantenho”, comenta ela, que também foi funcionária de outras pessoas.

O que motivou Fernanda a ir adiante com o seu Doce Ateliê e a abrir mão da carteira assinada foi sua inquietação com o modelo de trabalho CLT — Consolidação das Leis do Trabalho. Ela o considera exaustivo e pouco produtivo. “Nessa época, eu gastava muitas horas no trabalho e tinha pouco tempo para mim. Adoeci. Acredito que se os horários fossem flexíveis, as mulheres conseguiriam conciliar melhor carreira e maternidade, por exemplo”, opina. Além disso, se decepcionou com o salário que recebia. “O que anteriormente eu ganhava em um mês, hoje consigo lucrar em poucos dias”.

No início do Doce Ateliê, sua fundadora não ficava num balcão. Mesmo porque ele não existia fisicamente. Vendia seus produtos nas ruas, até que as encomendas aumentaram e decidiu produzir apenas quando recebia pedidos. Entretanto, nessa caminhada, nem tudo foram flores. “Quando você depende do seu negócio pra viver, fica em uma corda bamba de precisar fazer várias coisas ao mesmo tempo, conforme a empresa cresce. O desespero bate quando a demanda cresce e é preciso fazer tudo sozinha”, recordou. Atualmente, ela atende cerca de 40 clientes por mês.

A confeiteira, no entanto, nunca desanimou, outra prerrogativa para quem quer empreender. E mesmo olhando para todos os desafios que enfrentou, Fernanda avalia positivamente o desempenho do seu empreendimento. Considera que o retorno é bom e festeja ainda ter liberdade para trabalhar nos sabores, novidades bem aceitas pelos clientes. As vendas têm aumentado e, em datas comemorativas, como Páscoa e Natal, a procura pelos doces multiplica. No momento, está empolgada com a abertura da sua loja física. “Eu tô com uma lojinha pré-pronta na Asa Sul, que será inaugurada em breve. Fico muito feliz, pois toda encomenda que sai volta com muitos clientes novos, que viram fãs dos nossos doces”, celebra. Para o futuro, ainda pretende dar aulas e repassar os seus conhecimentos em culinária. Mais um empreendimento.

Negócios

Coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros ressalta que o comportamento empreendedor é uma função inerente às mulheres. E se destacam as que têm talento para planejamento, criatividade e sabem buscar parcerias. “Temos uma força relevante das mulheres empreendendo e buscando estabilidade e independência financeira”, comenta. Por outro lado, a especialista pondera que ainda há situações culturais que dificultam muito a vida das empreendedoras, e por isso muitas mulheres acabam desistindo. “Infelizmente, as tarefas de cuidado doméstico, com crianças e com idosos, ainda caem de maneira muito a sobrecarregar as mulheres”, aponta ela listando algumas responsabilidades que nem sempre homens estão dispostos a assumir.

Renata também ressalta que existe uma outra questão crucial para se dedicar ao empreendedorismo: o fator tempo. “O dia tem 24 horas para todo mundo e o que a gente faz com essas horas é que faz a diferença. As pesquisas do Sebrae descobriram que as mulheres empreendedoras dedicam 17% menos horas às suas empresas do que os homens empreendedores. E o motivo é justamente porque elas estão sobrecarregadas com os trabalhos de cuidados (domésticos)”, informa a coordenadora. “O IBGE nos mostra que as mulheres no Brasil dedicam o dobro de horas às tarefas de cuidado com a casa, com as crianças e com os idosos em comparação aos homens. Então, essa conta não fecha. As mulheres precisam de mais tempo para se dedicarem aos seus negócios”, completa.

A Especialista em Carreira e Empreendedorismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Juliana Nóbrega explica que há dois tipos de empreendedorismo: por necessidade e por oportunidade. “Temos mulheres que acabam empreendendo como única fonte de acesso a renda. Neste universo, apesar de a gente ter avanços significativos, é importante observar os recortes: mulheres que empreendem usufruindo dos seus privilégios e mulheres que empreendem por necessidade, porque é notório que a gente precisa continuar avançando para que as mulheres tenham emancipação financeira e profissional”, detalha.

Ela acrescenta que algumas mulheres acabam optando por um empreendedorismo por necessidade ao assumirem a maternidade. “Quando viram mães, elas são empurradas para o empreendedorismo. A gente observa que parece que mais de 50% das mulheres, quando voltam da licença maternidade, são demitidas ou elas mesmas pedem as contas justamente porque a falta de flexibilidade de horário de trabalho no mercado corporativo dificulta”, complementa.

Maternidade

Profissional na área de Recursos Humanos, Cintia Aguiar vê um aumento no número de empreendedores e de pequenos e microempresários no país nos últimos anos, principalmente depois da pandemia. E ressalta haver cada vez mais mulheres aderindo a isso. Para justificar esse crescimento, a especialista destaca a dificuldade que muitas atuais empreendedoras têm ou tiveram para manter seus postos de trabalho ou ocupar novas vagas em um emprego devido a serem mães ou simplesmente terem essa possibilidade, caso de muitas mulheres que são noivas. “Mulheres recém-casadas, que estão noivas ou com filhos pequenos têm muita dificuldade em arrumar emprego. O dono da empresa acha que a demanda delas de responsabilidade com a criança é maior do que a de um homem, o que muitas vezes acaba sendo verdade”, comenta Cintia.

Além de especialista na área de RH, ela mesma decidiu empreender ao ser demitida do emprego em que estava há seis anos. O desligamento ocorreu após ficar grávida e posteriormente ter uma criança com síndrome de Down. “Descobri o diagnóstico durante a gravidez e continuei trabalhando nessa empresa. Quando a Ágata nasceu, ela ficou internada sete meses e 14 dias para fazer uma correção cardíaca, e nesse período eu perdi meu emprego”, relembra. “Não sabia como seria o meu retorno para o mercado de trabalho e já tinha ouvido de alguns amigos que eu teria dificuldade em voltar para o mercado por ter uma criança com deficiência e devido às necessidades diferentes que ela teria diariamente”, completa.

Ao receber a rescisão do emprego, Cíntia viu no empreendedorismo a possibilidade de ter tempo para cuidar de si e da filha, além de conseguir usar as habilidades e competências que havia adquirido ao longo da carreira na área de gestão de pessoas e de recursos humanos. “É um sonho realizado e o que me inspira é o fato de eu poder dar boas notícias para as pessoas. Tem muita gente que dorme e faz oração para Deus pedindo um emprego, além da minha filha também me inspirar a seguir”, celebra.

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A cerca de Chesterton, o princípio que te obriga a pensar duas vezes antes de mudar algo

Não destrua o que você não entende!

Isso é, em resumo, o que aconselha uma regra simples chamada Cerca de Chesterton, que sugere que você nunca deve destruir algo, mudar uma regra ou alterar uma tradição se não entender por que ela foi criada.

É, de certa forma, um apelo à humildade ao criticar e querer reformar desde políticas ou instituições, até costumes familiares, protocolos de trabalho ou linhas de código em programas de computador.

Essa teoria ressalta que, sem compreender totalmente o que está acontecendo, as consequências de uma ação precipitada podem acabar sendo muito piores do que aquilo que se pretende reparar.

Aquela coisa da cerca pode parecer estranha, mas é chamada assim pela forma como a ideia foi ilustrada por quem a tornou famosa: o escritor e filósofo inglês Gilbert Keith Chesterton (1874–1936).

Chesterton era um “gigante obeso”, como Jorge Luis Borges o descreveu no prólogo do conto O Olho de Apolo d o livro A Biblioteca de Babel.

O escritor argentino afirmou ser “um homem gentil e afável” que “poderia ter sido Kafka ou Poe, mas escolheu corajosamente a felicidade ou fingiu tê-la encontrado”.

Ele descreveu os escritos críticos de Chesterton como encantadores e penetrantes e disse que seus primeiros romances combinavam “o místico com o fantástico”.

Mas as obras que causaram maior impacto foram cerca de 50 contos sobre um detetive que era um padre aparentemente ingênuo, mas psicologicamente perspicaz, chamado Padre Brown.

“A literatura é uma das formas de felicidade; talvez nenhum escritor tenha me proporcionado tantas horas felizes quanto Chesterton”, escreveu Borges.

Quando não estava escrevendo ou, mais tarde, dando entrevistas para a BBC, ele adorava debater, muitas vezes se envolvendo em disputas públicas amistosas ??com intelectuais como George Bernard Shaw, H. G. Wells e Bertrand Russell.

Ou brincava com eles.

Certa vez, ele disse a Shaw: “Ao ver você, qualquer um pensaria que uma fome atingiu a Inglaterra”, ao que Shaw respondeu: “Ao ver você, qualquer um pensaria que você causou a fome.”

Mas algo que ele levava muito a sério era a religião.

“Da fé anglicana ele passou para a fé católica, que, segundo ele, se baseia no bom senso”, disse Borges.

“Ele argumentou que a estranheza dessa fé se ajusta à estranheza do universo, assim como o formato estranho de uma chave se ajusta exatamente ao formato estranho da fechadura.”

Precisamente e curiosamente isso foi extraído de um livro intitulado The Matter: Why I am Catholic (1929), em português, algo como “O assunto: por que sou católico”, no qual ele falou sobre a cerca que leva seu nome.

Reformar sem deformar

Ele declarou que “em matéria de reformar as coisas, em vez de deformá-las, existe um princípio claro e simples”.

Ele sugeriu imaginar “por uma questão de simplicidade, uma cerca ou portão erguido ao longo de um caminho”.

“O tipo mais moderno de construtor chega alegremente e diz: ‘Não vejo utilidade nisso; vamos derrubá-lo.'”

“Ao que o tipo mais inteligente de construtor faria bem em responder: ‘Se você não vê utilidade nisso, certamente não vou deixar você eliminá-lo. Vá embora e pense. Então, quando você puder voltar e me dizer que você vê utilidade nisso, posso permitir que você faça isso.”

A ideia é que somente quando você souber qual era o propósito de algo, você poderá decidir se ainda é necessário, se deve ser modificado ou simplesmente omitido.

Segundo Chesterton, esse princípio se baseia no senso comum mais básico.

“A cerca não cresceu ali. Não foi criada por sonâmbulos que a construíram durante o sono.”

“Alguém tinha algum motivo para pensar que isso seria bom para alguém. E até sabermos qual foi o motivo, não podemos realmente julgar se foi razoável.”

E alertou que, se não tivermos certeza, “é muito provável que percamos todo um aspecto da questão”.

A cerca, por exemplo, mesmo que fosse em mau estado e pequena, talvez separasse as vacas das ovelhas, imaginou o filósofo Jonny Thomson em Big Think.

As ovelhas, ao comerem, arrancam a grama quase pela raiz, enquanto as vacas precisam de grama alta para comer com suas línguas preênseis. Pouco depois de remover a cerca, as vacas estariam desnutridas e com fome.

De refrescos a pardais

Ora, embora Chesterton tenha defendido a análise de decisões que implicavam mudança desta forma porque tendia a ser conservador, o princípio continua ecoando em vários campos, do pessoal ao político.

Ao tentar mudar maus hábitos, por exemplo, muitas vezes deixamos de levar em conta que eles não aparecem do nada: geralmente evoluem para satisfazer uma necessidade não atendida.

Se esse aspecto não for levado em consideração, mesmo que um hábito seja eliminado, ele poderá ser substituído por outro mais prejudicial.

No nível empresarial, em um post considerado clássico, o empreendedor Steve Blank deu um exemplo que viu em startups quando elas crescem e contratam diretores financeiros.

Estes, na tentativa de reduzir custos – e se exibir – muitas vezes decidem acabar com detalhes da empresa para os funcionários, como refrigerantes e salgadinhos gratuitos, por considerá-los um gasto inútil.

Na experiência de Blank, o resultado é sempre o mesmo: para os funcionários que ajudaram a empresa a crescer, mesmo que tenham condições de pagar pelos refrigerantes, parece um sinal de mudança na cultura da empresa.

E isso pode levar as pessoas mais talentosas a abandonarem porque, de repente, tudo parece muito corporativo, não é mais como antes.

Como estes, muitos exemplos, incluindo um tremendamente trágico: o extermínio de pardais na China, parte da Campanha das Quatro Pragas do projeto Grande Salto Adiante de Mao Zedong (1958 a 1962).

Os pardais eram suspeitos de roubar grãos dos campos, por isso milhões de chineses fizeram tudo o que podiam para eliminá-los, com sucesso: a população de pardais foi levada à beira da extinção.

O surto de gafanhotos, por outro lado, sem pardais para controlá-los, disparou e se tornou um dos gatilhos da Grande Fome Chinesa, um dos maiores desastres provocados pelo homem na história.

Vista dessa forma, a cerca de Chesterton parece um mecanismo para evitar a lei das consequências não intencionais.

O princípio invoca o entusiasmo excessivo dos reformadores e procura contê-lo.

Mas pode ser usado para o oposto.

As reformas, grandes e pequenas, tendem sempre a ter uma força que trabalha contra elas: a resistência à mudança.

Uma organização, por exemplo, pode facilmente se tornar algo desnecessariamente complexo que já não se adequa à sua finalidade. Mas quanto mais tempo sobreviver, menor será a probabilidade de ser reformada ou abolida.

Nestes casos, é aconselhável se comportar como aquele “construtor inteligente”, e assim ter argumentos sólidos para demonstrar exatamente porque se tornou inútil.

Mas às vezes, não importa o quanto você queira, você não pode se dar ao luxo de examinar todas as decisões. Portanto, talvez valha mais a pena invocar Alexandre, o Grande, do que Chesterton.

Segundo a lenda, quando Alexandre conquistou a Frígia foi desafiado a desatar o nó górdio, tão complicado que um oráculo declarou que quem conseguisse desfazê-lo estava destinado a governar toda a Ásia.

Alexandre tentou por um tempo até cansar. Ele declarou que não importava como conseguiria isso, então ele desembainhou a espada e cortou de uma só vez.

O importante é saber se você está olhando para uma cerca ou para um nó.

Às vezes sim, às vezes não

Existem certas estratégias que podem ser usadas como guias nesses casos.

Aqueles que trabalham com computação, como na estratégia de Alexandre, o Grande, às vezes usam o que chamam de Teste do Grito, que aplicam a produtos, serviços ou capacidades que estão ativos, mas ninguém usa.

É simples: retire e espere para ver se alguém grita. Se isso acontecer, reinstale.

É um caso que poderia se enquadrar nas decisões do tipo 2 descritas pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos, em uma carta aos acionistas que muitos usam como referência para discernir entre as opções de fechamento ou de nó.

Só que ele falou sobre portas.

Só existe um caminho: depois de atravessá-la, ela fecha nas suas costas e não é aberta novamente.

Outra é de mão dupla: você pode entrar e sair por ela.

“Algumas decisões têm consequências e são irreversíveis ou quase irreversíveis (portas de sentido único) e essas decisões devem ser tomadas de forma metódica, cuidadosa e lenta, com grande deliberação e consulta.”

“Se você passar e não gostar do que vê do outro lado, não conseguirá voltar para onde estava antes. Podemos chamar essas decisões de Tipo 1.”

“Mas com a maioria das decisões não é assim: são mutáveis, reversíveis, são portas de mão dupla.”

“Se você tomou uma decisão abaixo do ideal, não precisa conviver com as consequências por tanto tempo. Você pode abrir a porta novamente e voltar.”

“As decisões do tipo 2 podem e devem ser tomadas rapidamente por indivíduos ou pequenos grupos com bom senso.”

Você vai fazer a reforma ou buscar solucionar um problema facilmente reversível?

Então você poderia fazer alterações rapidamente com informações imperfeitas e ver o que acontece.

Se for irreversível, é aconselhável recolher informação, mesmo que o processo seja lento e implique custos.

Chesterton teria concordado com esse tipo de cuidado antes da decisão.

A cerca de Chesterton, o princípio que te obriga a pensar duas vezes antes de mudar algo

Não destrua o que você não entende!

Isso é, em resumo, o que aconselha uma regra simples chamada Cerca de Chesterton, que sugere que você nunca deve destruir algo, mudar uma regra ou alterar uma tradição se não entender por que ela foi criada.

É, de certa forma, um apelo à humildade ao criticar e querer reformar desde políticas ou instituições, até costumes familiares, protocolos de trabalho ou linhas de código em programas de computador.

Essa teoria ressalta que, sem compreender totalmente o que está acontecendo, as consequências de uma ação precipitada podem acabar sendo muito piores do que aquilo que se pretende reparar.

Aquela coisa da cerca pode parecer estranha, mas é chamada assim pela forma como a ideia foi ilustrada por quem a tornou famosa: o escritor e filósofo inglês Gilbert Keith Chesterton (1874–1936).

Chesterton era um “gigante obeso”, como Jorge Luis Borges o descreveu no prólogo do conto O Olho de Apolo d o livro A Biblioteca de Babel.

O escritor argentino afirmou ser “um homem gentil e afável” que “poderia ter sido Kafka ou Poe, mas escolheu corajosamente a felicidade ou fingiu tê-la encontrado”.

Ele descreveu os escritos críticos de Chesterton como encantadores e penetrantes e disse que seus primeiros romances combinavam “o místico com o fantástico”.

Mas as obras que causaram maior impacto foram cerca de 50 contos sobre um detetive que era um padre aparentemente ingênuo, mas psicologicamente perspicaz, chamado Padre Brown.

“A literatura é uma das formas de felicidade; talvez nenhum escritor tenha me proporcionado tantas horas felizes quanto Chesterton”, escreveu Borges.

Quando não estava escrevendo ou, mais tarde, dando entrevistas para a BBC, ele adorava debater, muitas vezes se envolvendo em disputas públicas amistosas ??com intelectuais como George Bernard Shaw, H. G. Wells e Bertrand Russell.

Ou brincava com eles.

Certa vez, ele disse a Shaw: “Ao ver você, qualquer um pensaria que uma fome atingiu a Inglaterra”, ao que Shaw respondeu: “Ao ver você, qualquer um pensaria que você causou a fome.”

Mas algo que ele levava muito a sério era a religião.

“Da fé anglicana ele passou para a fé católica, que, segundo ele, se baseia no bom senso”, disse Borges.

“Ele argumentou que a estranheza dessa fé se ajusta à estranheza do universo, assim como o formato estranho de uma chave se ajusta exatamente ao formato estranho da fechadura.”

Precisamente e curiosamente isso foi extraído de um livro intitulado The Matter: Why I am Catholic (1929), em português, algo como “O assunto: por que sou católico”, no qual ele falou sobre a cerca que leva seu nome.

Reformar sem deformar

Ele declarou que “em matéria de reformar as coisas, em vez de deformá-las, existe um princípio claro e simples”.

Ele sugeriu imaginar “por uma questão de simplicidade, uma cerca ou portão erguido ao longo de um caminho”.

“O tipo mais moderno de construtor chega alegremente e diz: ‘Não vejo utilidade nisso; vamos derrubá-lo.'”

“Ao que o tipo mais inteligente de construtor faria bem em responder: ‘Se você não vê utilidade nisso, certamente não vou deixar você eliminá-lo. Vá embora e pense. Então, quando você puder voltar e me dizer que você vê utilidade nisso, posso permitir que você faça isso.”

A ideia é que somente quando você souber qual era o propósito de algo, você poderá decidir se ainda é necessário, se deve ser modificado ou simplesmente omitido.

Segundo Chesterton, esse princípio se baseia no senso comum mais básico.

“A cerca não cresceu ali. Não foi criada por sonâmbulos que a construíram durante o sono.”

“Alguém tinha algum motivo para pensar que isso seria bom para alguém. E até sabermos qual foi o motivo, não podemos realmente julgar se foi razoável.”

E alertou que, se não tivermos certeza, “é muito provável que percamos todo um aspecto da questão”.

A cerca, por exemplo, mesmo que fosse em mau estado e pequena, talvez separasse as vacas das ovelhas, imaginou o filósofo Jonny Thomson em Big Think.

As ovelhas, ao comerem, arrancam a grama quase pela raiz, enquanto as vacas precisam de grama alta para comer com suas línguas preênseis. Pouco depois de remover a cerca, as vacas estariam desnutridas e com fome.

De refrescos a pardais

Ora, embora Chesterton tenha defendido a análise de decisões que implicavam mudança desta forma porque tendia a ser conservador, o princípio continua ecoando em vários campos, do pessoal ao político.

Ao tentar mudar maus hábitos, por exemplo, muitas vezes deixamos de levar em conta que eles não aparecem do nada: geralmente evoluem para satisfazer uma necessidade não atendida.

Se esse aspecto não for levado em consideração, mesmo que um hábito seja eliminado, ele poderá ser substituído por outro mais prejudicial.

No nível empresarial, em um post considerado clássico, o empreendedor Steve Blank deu um exemplo que viu em startups quando elas crescem e contratam diretores financeiros.

Estes, na tentativa de reduzir custos – e se exibir – muitas vezes decidem acabar com detalhes da empresa para os funcionários, como refrigerantes e salgadinhos gratuitos, por considerá-los um gasto inútil.

Na experiência de Blank, o resultado é sempre o mesmo: para os funcionários que ajudaram a empresa a crescer, mesmo que tenham condições de pagar pelos refrigerantes, parece um sinal de mudança na cultura da empresa.

E isso pode levar as pessoas mais talentosas a abandonarem porque, de repente, tudo parece muito corporativo, não é mais como antes.

Como estes, muitos exemplos, incluindo um tremendamente trágico: o extermínio de pardais na China, parte da Campanha das Quatro Pragas do projeto Grande Salto Adiante de Mao Zedong (1958 a 1962).

Os pardais eram suspeitos de roubar grãos dos campos, por isso milhões de chineses fizeram tudo o que podiam para eliminá-los, com sucesso: a população de pardais foi levada à beira da extinção.

O surto de gafanhotos, por outro lado, sem pardais para controlá-los, disparou e se tornou um dos gatilhos da Grande Fome Chinesa, um dos maiores desastres provocados pelo homem na história.

Vista dessa forma, a cerca de Chesterton parece um mecanismo para evitar a lei das consequências não intencionais.

O princípio invoca o entusiasmo excessivo dos reformadores e procura contê-lo.

Mas pode ser usado para o oposto.

As reformas, grandes e pequenas, tendem sempre a ter uma força que trabalha contra elas: a resistência à mudança.

Uma organização, por exemplo, pode facilmente se tornar algo desnecessariamente complexo que já não se adequa à sua finalidade. Mas quanto mais tempo sobreviver, menor será a probabilidade de ser reformada ou abolida.

Nestes casos, é aconselhável se comportar como aquele “construtor inteligente”, e assim ter argumentos sólidos para demonstrar exatamente porque se tornou inútil.

Mas às vezes, não importa o quanto você queira, você não pode se dar ao luxo de examinar todas as decisões. Portanto, talvez valha mais a pena invocar Alexandre, o Grande, do que Chesterton.

Segundo a lenda, quando Alexandre conquistou a Frígia foi desafiado a desatar o nó górdio, tão complicado que um oráculo declarou que quem conseguisse desfazê-lo estava destinado a governar toda a Ásia.

Alexandre tentou por um tempo até cansar. Ele declarou que não importava como conseguiria isso, então ele desembainhou a espada e cortou de uma só vez.

O importante é saber se você está olhando para uma cerca ou para um nó.

Às vezes sim, às vezes não

Existem certas estratégias que podem ser usadas como guias nesses casos.

Aqueles que trabalham com computação, como na estratégia de Alexandre, o Grande, às vezes usam o que chamam de Teste do Grito, que aplicam a produtos, serviços ou capacidades que estão ativos, mas ninguém usa.

É simples: retire e espere para ver se alguém grita. Se isso acontecer, reinstale.

É um caso que poderia se enquadrar nas decisões do tipo 2 descritas pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos, em uma carta aos acionistas que muitos usam como referência para discernir entre as opções de fechamento ou de nó.

Só que ele falou sobre portas.

Só existe um caminho: depois de atravessá-la, ela fecha nas suas costas e não é aberta novamente.

Outra é de mão dupla: você pode entrar e sair por ela.

“Algumas decisões têm consequências e são irreversíveis ou quase irreversíveis (portas de sentido único) e essas decisões devem ser tomadas de forma metódica, cuidadosa e lenta, com grande deliberação e consulta.”

“Se você passar e não gostar do que vê do outro lado, não conseguirá voltar para onde estava antes. Podemos chamar essas decisões de Tipo 1.”

“Mas com a maioria das decisões não é assim: são mutáveis, reversíveis, são portas de mão dupla.”

“Se você tomou uma decisão abaixo do ideal, não precisa conviver com as consequências por tanto tempo. Você pode abrir a porta novamente e voltar.”

“As decisões do tipo 2 podem e devem ser tomadas rapidamente por indivíduos ou pequenos grupos com bom senso.”

Você vai fazer a reforma ou buscar solucionar um problema facilmente reversível?

Então você poderia fazer alterações rapidamente com informações imperfeitas e ver o que acontece.

Se for irreversível, é aconselhável recolher informação, mesmo que o processo seja lento e implique custos.

Chesterton teria concordado com esse tipo de cuidado antes da decisão.

Quer morar em Portugal em 2024? Especialistas explicam por onde começar

O programa português que oferece isenção fiscal a residentes estrangeiros, conhecido como Regime Fiscal de Residentes Não Habituais (RNH), enfrentou reviravoltas recentes. Após o anúncio do encerramento do programa em 2024, a medida foi estendida por mais um ano, atraindo estrangeiros em busca de moradia e profissionais temporários. A ampliação da lista de profissões aceitas e a exigência de comprovação do planejamento prévio da mudança são importantes para a elegibilidade. Nesse cenário, o sonho de viver em Portugal em 2024 pode se tornar realidade para muitos brasileiros, mas o processo pode ser complexo.

De acordo com Patricia Valentim, diretora executiva da CV Assessoria Internacional, empresa de assessoria em imigração, nacionalidade e negócios internacionais, com as recentes mudanças nas regras de imigração e a crescente procura por oportunidades no país, é crucial entender os passos necessários para uma transição tranquila. “Enquanto cidadãos brasileiros, é possível permanecer em Portugal por um período específico como turista, mas para estadias mais longas ou propósitos diferentes, é vital conhecer os requisitos legais”, explica.

O primeiro passo é ter clareza sobre o tempo permitido como turista, que vai até três meses sem necessidade de visto, e entender o que é necessário antes de deixar o Brasil, para evitar possíveis complicações. Passado esse período, é preciso ter autorização para residir, estudar ou trabalhar no país. Existem vistos específicos relacionados a emprego, estudo, empreendedorismo e investimento. “É importante saber qual o tipo que melhor se adequa ao seu propósito e como iniciar o processo mesmo estando já em território português”, acrescenta a especialista.

Uma opção que não apenas ajuda a continuar no país, mas também oferece diferentes benefícios em Portugal e na União Europeia como um todo, é a busca pela cidadania portuguesa, principalmente àqueles que desejam estabelecer residência permanente. “Existem diferentes caminhos para alcançar a cidadania portuguesa, desde descendência até naturalização, cada um com seus próprios requisitos e processos”, explica Patricia.

Além disso, Portugal tem oferecido um mercado de trabalho em ascensão, especialmente em setores como tecnologia, turismo e serviços. Com um ambiente propício para startups e inovação, o país tem atraído profissionais qualificados em busca de novas oportunidades.

Para a obtenção da nacionalidade portuguesa, é essencial compreender o processo e contar com assistência especializada. O primeiro passo é identificar se você possui direito a ela, seja por descendência direta ou outras vias, como a atribuição ou naturalização. Em seguida, reunir a documentação necessária, como certidões de nascimento ou batismo do cidadão português original/nativo e outros documentos brasileiros. Além disso, preparar retificações, transcrições e homologações, se necessário, como reconhecer firmas, autenticações e legalizações, procedimentos que requerem acompanhamento cuidadoso.

“Cada etapa, desde a obtenção das certidões até o reconhecimento de firmas, requer atenção minuciosa para evitar erros. Com auxílio especializado, é possível conduzir esse processo de forma mais eficiente e eficaz, garantindo maior probabilidade de sucesso na obtenção da nacionalidade portuguesa”, conclui Valentim.

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Aposta no real ganha força com novo boom de ‘commodities’, que impulsionou a balança comercial

O forte resultado da balança comercial brasileira traz à memória o período de ouro das commodities, vivido no início dos anos 2000, e tem levado investidores a apostarem numa nova janela de valorização para o real.

O superávit comercial do país atingiu US$ 9,4 bilhões em dezembro, mais do que todas as estimativas de pesquisa da Bloomberg com economistas, que apontava para uma mediana de projeção de US$ 7,7 bilhões. Em 2023 como um todo, o Brasil registrou um superávit comercial de US$ 98,8 bilhões, bem acima dos US$ 61,5 bilhões registrados em 2022 e o maior resultado em mais de 30 anos.

O vice-presidente Geraldo Alckmin disse que o superávit foi significativo e acrescentou que o governo espera que as exportações aumentem ainda mais em 2024, para US$ 348 bilhões. O resultado do ano passado ajuda as reservas internacionais do país e a economia, disse ele aos jornalistas na sexta-feira, após a publicação dos números da balança comercial.

A notícia não poderia vir em melhor momento para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele lida com a perspectiva de uma desaceleração econômica e queda na arrecadação em 2024, quando precisará de recursos para bancar seu ambicioso plano de investimentos sem ameaçar a meta fiscal.

O sucesso econômico do Brasil durante os dois primeiros mandatos de Lula – de 2003 a 2010 – foi parcialmente ancorado num boom de commodities. Agora, mesmo com os preços das matérias-primas abaixo daqueles níveis, o volume das exportações do país cresceu com petróleo, soja e outros produtos agrícolas.

“Estamos vivendo um segundo período de bonança externa”, dizem economistas do Bradesco, em relatório. “Além do petróleo, também estão crescendo as exportações de produtos agropecuários.” Eles escreveram que, nos 12 meses encerrados em outubro de 2023, o volume vendido de produtos agropecuários aumentou quase 30%.

A SPX Capital, que totaliza R$ 60,7 bilhões em ativos sob gestão, aposta em uma mudança estrutural que vai garantir superávits robustos pelos próximos anos.

Outros fundos têm análises similares.

Em dezembro, a Verde Asset Management disse em carta a investidores que abriu uma aposta otimista no real em relação ao dólar, com a leitura de que superávits anuais de US$ 100 bilhões ou acima provavelmente serão o “novo normal” para o país.

O fundo justifica sua análise nos crescentes volumes exportados de petróleo e soja, que são os maiores componentes em valor da balança comercial brasileira.

A XP também espera que o real se fortaleça. Nesta semana, revisou suas estimativas para o câmbio de R$ 4,85 para R$ 4,70 baseado nas perspectivas de uma balança forte e na expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve.

“Houve uma mudança de nível na balança comercial brasileira” e os superávits devem seguir acima dos US$ 62 bilhões vistos em 2022, disse Rodolfo Margato, vice-presidente de pesquisa econômica da XP. Ele prevê superávit de US$ 86 bilhões em 2024.

Petróleo e agricultura

O Brasil está colhendo os efeitos dos investimentos feitos na extração de petróleo nos últimos anos e do ganho de produtividade no agronegócio. Embora alguns fatores cíclicos tenham ajudado a balança comercial brasileira em 2023, “há elementos permanentes e estruturais que favorecem a produção de petróleo, soja e milho”, diz Margato.

Ex-Globo deve receber proposta de trabalho após viralizar como ambulante

Nesta quarta-feira (3), o ator Daniel Erthal, ex-galã de “Malhação”, da TV Globo, viralizou nas redes sociais com seus vídeos vendendo cerveja nas ruas de Copacabana, no Rio de Janeiro. E após fazer sucesso na web como vendedor ambulante, o rapaz chamou a atenção de algumas marcas.

Segundo o colunista Matheus Baldi, do site Glow News, uma pessoa do alto escalão do departamento de marketing de uma famosa companhia de bebidas teria sugerido uma ação publicitária com o ator. A campanha, de acordo com as primeiras informações, seria para o Carnaval deste ano.

Daniel Erthal seria uma espécie de garoto-propaganda de uma ação comercial. A ideia sugerida seria levar uma mensagem leve e divertida, de reconhecimento e valorização do trabalho dos ambulantes. A sugestão envolvendo o nome do galã teria sido feita em uma conversa informal, mas vista com bons olhos internamente. Outros profissionais se juntariam à ação.

E não para por aí. Além disso, a TV Globo teria enviado as notícias que saíram sobre o caso de Erthal para o diretor de um importante programa da emissora. Uma equipe da Record também teria demonstrado interesse em gravar com o galã. Será que vem novidade por aí? Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos…

” aria-label=”Botão para direita”>

Empreendendo como ambulante

O ex-galã da Globo, Daniel Erthal, que ficou nacionalmente conhecido após integrar o elenco de “Malhação”, em 2005, viralizou nas redes sociais, nesta quarta-feira (3), após a web perceber que, atualmente, ele tem ganhado a vida como vendedor ambulante nas ruas do Rio de Janeiro.

Em entrevista ao colunista Daniel Nascimento, do jornal O DIA, Daniel Erthal falou sobre a decisão de investir no microempreendedorismo e colocar a “cara a tapa” nas ruas para realizar suas próprias vendas. Segundo o ator, tudo começou quando ele estava andando na praia da Zona Sul do Rio e não conseguia encontrar uma cerveja gelada para beber, com exceção das lojas de conveniência.

Entretanto, ele garante que, antes de colocar seu novo negócio em prática, planejou cada passo antes de estrear a “Ilha da Sede”. E pouca gente sabe, mas esta não é a primeira vez que Daniel Erthal se arrisca no empreendedorismo. “Desde a pandemia eu comecei a empreender, tive uma startup durante dois anos, investi bastante dinheiro, muito mais inclusive do que estou investindo agora, mas falhei, não consegui vender a empresa”, explicou.

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Ex-Globo deve receber proposta de trabalho após viralizar como ambulante

Nesta quarta-feira (3), o ator Daniel Erthal, ex-galã de “Malhação”, da TV Globo, viralizou nas redes sociais com seus vídeos vendendo cerveja nas ruas de Copacabana, no Rio de Janeiro. E após fazer sucesso na web como vendedor ambulante, o rapaz chamou a atenção de algumas marcas.

Segundo o colunista Matheus Baldi, do site Glow News, uma pessoa do alto escalão do departamento de marketing de uma famosa companhia de bebidas teria sugerido uma ação publicitária com o ator. A campanha, de acordo com as primeiras informações, seria para o Carnaval deste ano.

Daniel Erthal seria uma espécie de garoto-propaganda de uma ação comercial. A ideia sugerida seria levar uma mensagem leve e divertida, de reconhecimento e valorização do trabalho dos ambulantes. A sugestão envolvendo o nome do galã teria sido feita em uma conversa informal, mas vista com bons olhos internamente. Outros profissionais se juntariam à ação.

E não para por aí. Além disso, a TV Globo teria enviado as notícias que saíram sobre o caso de Erthal para o diretor de um importante programa da emissora. Uma equipe da Record também teria demonstrado interesse em gravar com o galã. Será que vem novidade por aí? Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos…

” aria-label=”Botão para direita”>

Empreendendo como ambulante

O ex-galã da Globo, Daniel Erthal, que ficou nacionalmente conhecido após integrar o elenco de “Malhação”, em 2005, viralizou nas redes sociais, nesta quarta-feira (3), após a web perceber que, atualmente, ele tem ganhado a vida como vendedor ambulante nas ruas do Rio de Janeiro.

Em entrevista ao colunista Daniel Nascimento, do jornal O DIA, Daniel Erthal falou sobre a decisão de investir no microempreendedorismo e colocar a “cara a tapa” nas ruas para realizar suas próprias vendas. Segundo o ator, tudo começou quando ele estava andando na praia da Zona Sul do Rio e não conseguia encontrar uma cerveja gelada para beber, com exceção das lojas de conveniência.

Entretanto, ele garante que, antes de colocar seu novo negócio em prática, planejou cada passo antes de estrear a “Ilha da Sede”. E pouca gente sabe, mas esta não é a primeira vez que Daniel Erthal se arrisca no empreendedorismo. “Desde a pandemia eu comecei a empreender, tive uma startup durante dois anos, investi bastante dinheiro, muito mais inclusive do que estou investindo agora, mas falhei, não consegui vender a empresa”, explicou.

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