O prefeito Eduardo Paes apresentou, na manhã desta segunda-feira, o grupo de trabalho para a transição do governo. O vice-prefeito eleito, Eduardo Cavaliere, coordenará a passagem para o quarto mandato, e este mês acumula a função com o mandato de deputado estadual. Paes anunciou a criação de um choque de civilidade, o que seria mais que um choque de ordem na cidade. Leandro Matielle, ex-secretário de Ordem Pública, foi o primeiro nome divulgado para a nova administração do prefeito Eduardo Paes, e será mantido em 2025. Ele substitui Cavaliere na Casa Civil.
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— O choque de ordem pressupõe o monopólio da força ao cidadão. Mas a civilidade tem a ver com atitude. É mais amplo. Respeita as ordens, mais a civilidade. Motociclistas entrando na contramão e parando nas calçadas para fazer entregas, é um dos casos. Vamos acionar o iFood da vida para notificar se não der tempo. Civilidade tem a ver menos egoísmo nas caixas de som nas praias com alto-falante e outro ouvindo o som. Esse gabinete vai anunciar mais medidas efetivas. Vamos detalhar mais a frente — disse Paes.
Na semana passada, Paes disse que Cavaliere terá papel ativo, mas não assumirá qualquer secretaria. Ele antecipou que pretende criar uma nova pasta: a Secretaria de Empreendedorismo e Cidadania.
As reuniões do gabinete de transição do governo serão no prédio do Impatec, na Zona Portuária. O prefeito falou sobre as expectativas para o quarto mandato, que tem início em 2025:
— Temos a clareza que vivemos outro momento, temos que nos renovar. A população não deu um cheque em branco. Daremos continuidade às boas políticas. Mas esse é o novo governo, avaliar que políticas devem ser continuadas. Vamos fazer uma leitura externa, o que vamos convocar. É tempo mais que suficiente para avaliar desafios da cidade — disse Paes.
A coordenação política para negociar com os partidos cargos na nova gestão será com o deputado federal Pedro Paulo Carvalho Teixeira, presidente estadual do PSD.
— Meu papel nessa transição será olhar a boa política. Ninguém governa sozinho. Fazemos as composições pelas escolhas dos partidos, mas com o prefeito tendo o poder de veto. Tínhamos um plano que apresentamos ao TRE — disse Pedro Paulo.
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Sobre o novo secretariado, o deputado Pedro Paulo disse que pretende ter todos os nomes da nova equipe antes do Natal. Ele já conversou com Podemos, Solidariedade e PSB, e hoje tem reuniões com o PT e o PDT. Na reorganização administrativa, não deverá ser reduzida. A equipe de transição é formada ainda por Fernanda Mofati, subsecretária de Planejamento e Acompanhamento de Resultados, e Rafaela Bastos, presidente da Fundação João Goulart.
A tendência é que Daniel Soranz, atual secretário de Saúde, e Renan Ferreirinha, à frente da pasta de Educação, sejam mantidos.
O deputado federal Ottoni de Paula (MDB), caso não seja nomeado para alguma pasta, deverá fazer uma indicação pelo seu papel na campanha de aproximar Paes ao eleitorado evangélico. Ottoni pode não ter cargo diretamente porque está cotado para o novo Ministério de Cidadania e Família numa reforma promovida pelo presidente Lula ou como novo líder da bancada evangélica no Congresso.
Cavaliere explicou como será feita a transição:
— Faremos um diagnóstico da gestão 2021-2024, incluindo temas sobre a situação fiscal.
A transição vai funcionar desta segunda-feira até 30 de dezembro. Na próxima sexta-feira (6) haverá a última reunião do Conselho da Cidade para discutir o futuro da gestão. O governo trabalhará por eixos temáticos:
Equilíbrio fiscal, boa gestão e governo. Está definido que o Acordo de Resultados, que concede uma espécie de 14º salário, será mantido. Civilidade e seguranças. Foi debatido na campanha de 2024. Estabelecer com a sociedade e os órgãos. Inclui regras de trânsito, com novo papel da Guarda Municipal. Plano de expansão da CIVITAS, de vídeomonitoramento, em funcionamento no Centro de Operações Rio (COR). Futuro, economia e felicidade. “Venham ser felizes no Rio de Janeiro. Para isso, vamos necessitar de muita política pública. Esse eixo terá meio ambiente, cultura”, disse Cavalieri. Longevidade, equidade e humanidade. Infraestrutura, prevenção a desastres e resiliência sobre a ótica das cidades.
Sobre o projeto de lei que arma a Guarda Municipal, Paes disse que a discussão, há anos em tramitação na Câmara do Rio, ficará para 2025. Segundo ele, a prioridade será aprovar ainda este ano o projeto do IPTU progressivo e as mudanças no Estatuto do Servidor Público, inclusive as regras da contagem das horas aula dos professores.
Paes reiterou que continuará à frente da prefeitura até o fim do mandato, em 2028. Desde a campanha especula-se que ele pode renunciar ao cargo para disputar o Palácio Guanabara em 2026.
Na semana passada, Eduardo Paes disse, durante o seminário “Caminhos do Rio”, promovido pelos jornais O Globo e EXTRA, que dará início, a partir desta segunda-feira, a um gabinete de transição para o quarto mandato.
Um dos papéis do escritório de transição será a criação de um programa para desapropriação de galpões e depósitos abandonados no entorno da Avenida Brasil. Essas áreas seriam renegociadas com o setor privado, para a abertura de estabelecimentos comerciais, por exemplo. Sobre o projeto Reviver Centro para mudar o perfil da região e atrair moradores, Paes avaliou, durante o seminário, o resultado como positivo.
De olho no futuro
Sobre a candidatura do Rio e de Niterói para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031, Paes disse que ainda não conversou com o presidente Lula sobre o tema. Hoje, há apenas duas pré-candidatas: São Paulo e Assunção, no Paraguai. Cada país só pode fazer uma indicação.
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