A percepção dos empresários em relação ao desempenho de suas empresas atingiu novo piso histórico, de acordo com a Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil, realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) entre junho e agosto. Segundo os empresários consultados, a percepção do desempenho atual das empresas da construção atingiu o menor nível desde agosto de 1999 (primeira edição da pesquisa), atingindo 26,97 pontos – com queda de 21,8%, na comparação com o levantamento realizado em maio, e de 32,6% em 12 meses.
Apurada trimestralmente pelo SindusCon-SP desde agosto de 1999, a sondagem segue uma escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Ou seja, abaixo de “50” pode ser interpretado como um desempenho não favorável. A exceção fica apenas por conta do item dificuldades financeiras, cujos valores abaixo de “50” significam dificuldades menores.
Já a perspectiva de desempenho, que fala sobre a expectativa no médio prazo, está com indicador em 27,40, queda de 23,7% em relação ao trimestre e de 27,14% no acumulado do ano.
Os resultados refletem uma situação bastante negativa para as empresas, mas a piora constante no indicador de emprego, que em julho apresentou a 17ª queda mensal consecutiva, chama a atenção. “Sem medidas efetivas que restaurem a confiança dos agentes econômicos, não é possível acreditar em uma reversão dessa tendência nos próximos 12 meses”, avalia o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan. Além do cenário sombrio para o mercado de trabalho e novos cortes nos investimentos públicos, contribuem para a piora das perspectivas a queda nas vendas no mercado imobiliário e o adiamento dos investimentos das empresas.
No segundo semestre os números do PIB nacional revelaram uma economia em recessão, com o PIB da construção registrando a maior queda desde 2003. Tal realidade levou o SindusCon-SP a rever sua projeção do PIB da construção para 2015, de -5,5% para -7%.
Política econômica
Destaque negativo da pesquisa, a percepção dos empresários sobre a condução da política econômica apresentou forte declínio de 50,2%, após duas melhoras consecutivas, atingindo 13,8 pontos.
Já o indicador de dificuldades financeiras, no qual valores acima de 50 apontam perspectiva ou desempenho não favorável, permaneceu em patamar recorde, 69,1 pontos. Outros itens cuja piora foi acentuada são inflação reduzida (-23,2%) e crescimento econômico (-24,1%), respectivamente.
Custos setoriais
O único indicador a ter evolução favorável foi o que capta a percepção de evolução dos custos (54,30). O indicador melhorou significativamente, refletindo a evolução dos custos, especialmente, no que diz respeito aos custos com materiais, que têm se mantido abaixo da inflação.
Fonte: Canal Executivo