Foi emblemática a escolha do presidente da Vale, Murilo Ferreira, para anunciar à imprensa o apoio das empresas à votação no Congresso da Medida Provisória 627, que trata da tributação do lucro de multinacionais brasileiras no exterior. Visivelmente desconfortável, Murilo Ferreira deixou por alguns instantes o encontro com 18 empresários e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para uma breve declaração.
A MP 627 foi o assunto discutido na primeira parte da reunião que durou cerca de duas horas. O encontro entrou no seu segundo momento, quando está sendo servido um almoço e será discutida a conjuntura econômica.
A Vale era a empresa com o maior débito junto à Receita, em torno de R$ 45 bilhões, e questionava na Justiça a cobrança dos tributos pela Receita Federal. Ela teve que desistir da ação para poder aderir ao programa de parcelamento (Refis) oferecido pelo governo às multinacionais.
Na ocasião, no final de 2013, a empresa informou que faria o pagamento de R$ 5,965 bilhões à vista e mais R$ 16,360 bilhões parcelados em 179 meses. Por conta disso, a empresa amargou um prejuízo no ano passado. O valor pago foi menor que o passivo da empresa por conta dos descontos oferecidos pela MP.
Os dezoito empresários que estão na reunião com o ministro da Fazenda são: Paulo Godoy (ABDIB), Flávio Machado (Andrade Gutierrez), João Castro Neves (Ambev), Marcos Jank (BRF), Luiz Roberto Ortiz (Camargo Correa), Nelson Salgado (Embraer), Jorge Gerdau (Gerdau), Rubens Ometto Silveira Mello (Grupo Cosan), Ricardo de Queiroz Galvão (Grupo Queiroz Galvão), Eduardo Ferreira (Helibras), Joesley Mendonça Batista (J&F), José Martins (Marcopolo), Leo Pinheiro (OAS), Marcelo Odebrecht (Odebrecht), João Carlos Brega (Whilrpool América Latina), Murilo Ferreira (Vale), Raul Calfat (Votorantim) e Robson Andrade (CNI).
Fonte: Estadão