Investidores de Pimco a Investec amargam perdas com descarillhamento de aposta de US$ 134 bi em bonds brasileiros

pimcoPara os investidores estrangeiros que vêm colocando dinheiro nos bonds brasileiros, o momento dificilmente poderia ser pior.

Atraídos por taxas de juros acima de 12 por cento, eles ampliaram a participação na dívida do país em moeda local para recordes R$ 432 bilhões (US$ 134 bilhões) em janeiro. Trata-se de um incremento de 29 por cento em relação ao ano anterior, disse o governo no mês passado. A Pacific Investment Management Co. e a Investec Plc são os dois maiores investidores estrangeiros em bonds de taxa fixa do Brasil, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O investimento, até aqui, saiu pela culatra. As notas perderam 17 por cento em dólares neste ano – mais do que o triplo daquelas de mercados emergentes monitoradas pelo JPMorgan Chase Co. — devido à desvalorização do real, à estagnação da economia e à investigação de corrupção da Operação Lava Jato, que estão minando a confiança no governo. Mesmo que os investidores estrangeiros tenham se protegido em relação à queda de 18 por cento da moeda em 2015, ainda assim eles teriam perdido dinheiro.

“O Brasil está passando por uma tempestade perfeita”, disse Binqi Liu, que ajuda a gerenciar US$ 20 bilhões na HSBC Global Asset Management, por telefone, de Londres. “Se você é um investidor estrangeiro que tem exposição a bonds locais do Brasil juntamente com a moeda, desculpe, mas você provavelmente não se sentirá muito tranquilo”.

Até dezembro, o Emerging Local Bond Fund, fundo de US$ 8,5 bilhões da Pimco, mantinha 13 por cento de seus ativos em bonds brasileiros, conforme a medida por duração, mais do que o dobro dos 6 por cento de alocação exigidos pelo índice de referência do JPMorgan para o fundo, segundo o site da empresa com sede em Newport Beach, Califórnia.

Desempenho do fundo

O fundo, o maior do tipo, reduziu a exposição ao real em fevereiro, ajudando-o a ultrapassar o índice de referência, disse a Pimco em um comentário mensal.

O fundo perdeu 5,2 por cento neste ano até 19 de março, contra um declínio de 5,4 por cento do índice do JPMorgan. Para o Brasil, 2015 deverá ser “outro ano perdido” com riscos agravados por choques negativos, disseram Rich Clarida, assessor de estratégia internacional da Pimco, e Andrew Balls, diretor de investimento de renda fixa internacional, em um relatório na semana passada.

Michael Reid, porta-voz da Pimco, preferiu não comentar sobre o investimento do fundo em bonds do Brasil.

O Emerging Markets Local Currency Debt Fund, fundo de US$ 1,8 bilhão da Investec, tinha ativos do Brasil entre suas maiores participações. A dívida do país respondia por 11,5 por cento de seus ativos até o final de fevereiro. O fundo, que é incorporado em Londres, perdeu 5,7 por cento em dólares neste ano.

Superar a oposição

Vivienne Taberer, gerente de dívidas de mercados emergentes da Investec Asset Management, disse que embora tenha se surpreendido pelo tamanho da queda do real, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deverá vencer a crescente oposição ao governo e reforçar as finanças do país.

Os prejuízos que estão se abatendo sobre os investidores estrangeiros nos bonds do Brasil são um símbolo da reviravolta impressionante no destino do país.

Na década até 2012, a dívida local do país deu um retorno de 584 por cento em dólares, mais do que o dobro dos ganhos médios dos mercados em desenvolvimento.

“Os bonds locais brasileiros eram um dos melhores trades da última década”, disse Paul McNamara, que ajuda a administrar US$ 5,8 bilhões em dívidas de mercados emergentes na GAM UK Ltd., em Londres, por telefone. “No momento, não temos nenhuma pressa em aumentar a exposição ao Brasil$escape.getQuote().Título em inglês: Brazil Burns Pimco to Investec as $134 Billion Bond Bet Unravels.

Fonte: Reuters


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