Ritmo de desinvestimentos do BNDESPar depende de preço e impacto no mercado, diz Levy

O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, disse nesta terça-feira que o ritmo de vendas de ativos detidos pelo braço de participações do banco, BNDESPar, dependerá dos preços e de eventuais impactos no mercado.

A meta para venda de ativos em 2018 era de mais de 10 bilhões de reais, mas fontes da Reuters consideravam o objetivo um desafio difícil de ser cumprido.

“Temos que olhar preço e impacto por alguns são volumes expressivos, tem que ver o impacto no mercado. O momento é bom”, disse Levy a jornalistas. “À medida que o governo for entregando algumas reformas, a começar pela reforma da previdência, o apetite do investidor internacional e nacional vai se desenvolver e isso nos facilita”, complementou.

O BNDESPar tem participações em várias das maiores empresas listadas na bolsa brasileira, incluindo Petrobras, Vale, JBS, Eletrobras e Embraer.

Levy disse também que o ritmo das devoluções de empréstimos pelo BNDES ao Tesouro Nacional dependerá da retomada da economia e do melhor uso do balanço do banco. O BNDES acelerou nos últimos anos o cronograma de devoluções, mas ainda tem um passivo a devolver de mais de 200 bilhões de reais.

Levy também evitou traçar uma meta para desembolsos do banco em 2019. No ano passado, os empréstimos concedidos pelo BNDES somaram cerca de 70 bilhões, um dos piores em quase 20 anos.

“Vamos fazer um levantamento para definir metas e revisar nosso balanço”, disse Levy. “O capital vai ser o fator chave do banco, uma vez que a gente não vai ter um funding significativamente mais barato”, adicionou ele.

Questionado sobre a promessa do presidente Jair Bolsonaro de “abrir a caixa preta” do banco, Levy afirmou que há registros para descobrir o que aconteceu com o BNDES nos últimos anos e que isso pode ajudar a adotar novas regras de governança.

O banco foi alvo da operação Bullish, desdobramento da Lava Jato para apurar irregularidades em empréstimos para a JBS.

“A gente não vai ficar só olhando para o passado, mas precisa ter clareza”, disse Levy. “O sentido de caixa preta é abrir depois de um acidente para saber o que aconteceu. Há registros para descobrir o que aconteceu e que sirva de base para continuar desenvolvendo boas regras de governança”.

Levy prometeu apoiar empresas de médio porte e também as empresas de inovação tecnológica.

Fonte: Reuters


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