Com uma programação de palestras, conversas e debates que começou às 10h e foi até pouco depois das 17h, o segundo dia da Glocal Experience Rio 2023 traduziu em conteúdo rico e variado o lema do evento: “Pensar global, agir local”. Nesta quinta-feira, na Marina da Glória, o público foi apresentado a cenários, ideias e ações tão distantes quanto a preservação de micro-organismos no fundo do mar e empreendedorismo nas favelas cariocas.
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‘Somos natureza’
Do primeiro tema quem tratou foi o ativista canadense Paul Watson, fundador do Greenpeace e da Sea Sheperd Conservation Society.
—Os problemas ambientais são práticos e vão da poluição sonora nos oceanos à mineração em águas profundas. O fato de a população humana aumentar faz com que aumente o desejo das empresas de extrair mais recursos do mar. E a redução de espécies nos oceanos afeta o ciclo de biodependência. Os fitoplânctons, por exemplo, produzem grande parte do oxigênio dos oceanos (quando absorvem gás carbônico). E estão diminuindo porque a quantidade de baleias também está. As fezes delas funcionam como adubo para o desenvolvimento do fitoplâncton — ensina Watson, que, via streaming, foi entrevistado pela jornalista Duda Menegassi.
— O ativismo ajuda muito a fazer a conexão do conhecimento científico e a chamar atenção para os debates sobre o que está acontecendo no mundo. É como Watson falou: nós somos natureza, nós somos o oceano. Se a gente não perceber isso, não vai se importar — observou Duda.
À tarde, a conversa passou do fundo do mar para o topo dos morros, focando na geração de renda em comunidades carentes. Reginaldo Lima, sócio do Investe Favela, chamou atenção para o poder desses territórios:
—Nunca se falou tanto na contribuição do PIB da favela como nos últimos tempos. O empreendedorismo é tão importante na vida da comunidade quanto outros temas. Rica de vocações, ela oferece produtos cada vez melhores.
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O aporte — de verba e conhecimento — proporcionado pela holding Investe Favela contribui para projetos como o Social Visão do Bem, de Ana Lúcia Barbosa.
— A startup leva consultas, exames de vista e óculos de qualidade a preço acessível para as pessoas de favelas. Quem desenvolve o trabalho são mulheres acima de 30 anos capacitadas para vender nas comunidades. Elas são “nano franquias”. Hoje atuamos em 55 comunidades do Rio, temos faturamento acumulado chegando a R$ 2 milhões — conta a empreendedora.
Lições de antepassados
Neurocientista e escritor, Sidarta Ribeiro dividiu com a pesquisadora Lua Couto inquietações em torno de uma pergunta: “Se estamos caminhando para o fim do mundo, o que faremos?”
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— Perdemos contato com práticas que eram triviais para os nossos antepassados. O momento que vivemos hoje, caminhando para uma colisão socioambiental, pode se transformar em ponto de mudança. Se juntar tudo que se sabe na África, nas Américas e na Ásia, aprenderemos a viver melhor — sugere ele.
Parte da Glocal Rio 2023, o espaço Amazônia distribui óculos de realidade virtual para que os visitantes assistam ao filme “Amazônia Viva”. Dirigido por Estevão Ciavatta, o curta de 10 minutos, ganhador do prêmio de melhor produção de realidade virtual no Barcelona Planet Film Festival, oferece uma experiência imersiva em 360° pela região do Rio Tapajós.
Filme oferece uma experiência imersiva em 360° pela região do Rio Tapajós — Foto: Guito Moreto/Agencia O Globo
A Glocal Experience tem realização da Dream Factory e correalização da Editora Globo, com os jornais O GLOBO, Extra e Valor como parceiros de mídia.
Como se inscrever
Para garantir acesso ao evento, entre no site de inscrições da Glocal Experience. Em seguida, selecione dias de interesse, preencha o cadastro e gere os ingressos. É tudo de graça.
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