Presidente da Coca-Cola Brasil: “Elevamos patamar de investimentos no país a R$ 4 bi”

Completando 1 ano na presidência da Coca-Cola Company para o Brasil e Cone Sul – (Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile), Luciana Batista acaba de entrar na lista das 500 pessoas mais influentes da América Latina divulgada pela Bloomberg há 10 dias. É a primeira vez que a executiva, com mais de 20 anos de experiência corporativa, fez parte do grupo que reúne lideranças de diferentes segmentos da economia, dos negócios, mercado de capitais e da sociedade. Ela também é a primeira mulher, em 80 anos de atuação da Coca-Cola no Brasil, a assumir o cargo mais alto da empresa.

O desafio é manter o país como o 4o maior mercado da marca no mundo, com o crescimento da Índia que está em 5o neste ranking, mas sem estagnar. Tanto que o patamar de investimento no Brasil, ao ano, foi elevado de R$ 3 bilhões para R$ 4 bilhões. ”Eu brinco que só de proteger a posição do Brasil em 4o lugar já é uma grande desafio. Mas a gente vislumbra um crescimento bastante agressivo aqui nos próximos anos´´, disse, a executiva, em entrevista exclusiva ao Correio, no escritório da empresa no Rio de Janeiro, que ocupa um prédio na Praia de Botafogo. A base de Luciana é na sede em São Paulo, mas sempre viajando pelo Brasil e pelos países do Cone Sul.

O cargo exige lidar com a heterogeneidade dos negócios e cenários econômicos dos países que estão debaixo de seu guarda-chuva de gestão. Mãe de duas filhas, ela reforçou a motivação na empresa com projetos de sustentabilidade e, especialmente, de apoio ao empreendedorismo feminino de mulheres ligadas à cadeia da marca.”Buscamos ser uma empresa que alinha resultados econômicos financeiros com resultados de impacto positivo para toda a sociedade”, afirmou.

A executiva antes de assumir o cargo na Coca-Cola, estava a frente do braço ESG da consultoria Global Bain e Company para a América do Sul. E falou sobre a questão de gênero no mundo corporativo. ”Acho que todas nós que conseguimos chegar nesse momento, como o meu, temos a obrigação de ajudar mais mulheres a também buscarem o que elas querem. A mulher tem que estar na posição e no lugar que ela quer ocupar”, frisou. Confira os principais trechos da entrevista:

O que considera como o maior desafio neste cargo?

Eu acho que é conseguir lidar com as diferenças de momentos político-econômicos de cada país. Então, é enfrentar, por exemplo, momentos que a Argentina tem, com o movimento de reestruturação econômica, lidar com hiperinflação e etc. É saber como navegar o negócio dentro de um cenário de contração de renda do consumidor, que é algo tão relevante para a nossa categoria. Saber entender o que cada país tem de melhor e lidar com as diferenças deles e adaptar a estratégia para cada um.

Como está o Brasil neste cenário?

Estamos vivenciando aqui um momento bastante positivo para a companhia. E, mesmo sendo o 4º maior mercado, a gente vislumbra oportunidade de crescimento bastante grande, quando eu comparo com outros países da minha própria zona. Chile é uma referência em consumo per capita, por exemplo. A Bolívia é um país que a gente teve também uma trajetória incrível de crescimento nos últimos anos, baseada em investimento no país.

O mercado brasileiro pode se tornar o terceiro maior no mundo?

Tem muito potencial de crescimento. Não sei se para alcançar o nosso terceiro maior mercado no curto prazo. Mas, no mínimo, eu tenho que defender minha posição de 4o lugar, porque a gente tem outros mercados bastantes grandes, crescendo muito, por exemplo, Índia que é o 5o. Então, eu brinco de que só proteger o 4o lugar já é um desafio. O Brasil tem sido referência em crescimento em categorias como a Coca Cola Zero. E nos não carbonatados: sucos, águas, chás e Leão, que é nossa marca também.

Qual a estratégia para buscar esse crescimento e, em meio à reforma tributária, no Brasil ?

Acreditamos tanto nesse crescimento que elevamos o patamar de investimentos do país para R$ 4 bilhões ao ano (antes era de R$ 3 bilhões). Então, a gente vislumbra um crescimento bastante agressivo nos próximos anos. Seja na capacidade produtiva, linhas, como frota de caminhões, estou falando como sistema Coca-Cola agora, distribuição também. O Brasil foi destacado como um dos países que realmente tem alavancado o crescimento na América Latina. Esperamos que continue dessa forma e que a gente tenha uma movimentação futura aqui que mantenha os incentivos de alguma forma para seguir investindo.

Com a ampliação do leque de produtos, a Coca-Cola original já não é o que sustenta a empresa ?

É difícil dizer isso, a nossa empresa é chamada coco cola company. Segue sendo a nossa principal plataforma, sem a qual a gente não conseguiria todo o crescimento das demais categorias. A gente segue crescendo bastante também com a marca principal.

O Brasil vem endurecendo as regras para o consumo de bebidas açucaradas, foi instituído o novo rótulo em bebidas e alimentos para alertar sobre a composição deles. Qual o impacto disso para a empresa?

A gente acredita que o consumidor é soberano e ele tem que ter as opções à mão para poder escolher o que ele quer consumir. Somos líder do setor de bebidas não alcoólicas, a gente tem o papel forte de conseguir colocar à disposição para o consumidor múltiplas opções, com e sem açúcar.

Quais projetos estão na pauta prioritária ?

Em primeiro lugar, eu acho que é essa ambição que a gente tem de realmente ser pioneiro na agenda de resíduo e nossa a parceria com a ANCAT ( Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláves). Nossa agenda também é de empoderamento econômico, como a do Instituto Coca- Cola em torno dos jovens. Mas eu também acho muito bacana os projetos que a gente tem do “Coca Cola dá um gás no seu negócio”. O focado em mulheres é um projeto que muito me orgulha. A maioria das pequenas empreendedoras, donas dos pequenos varejos, são mais da metade dos nossos negócios são mulheres.

Qual a diferença de gestão que pretende imprimir na empresa ?

Bom, em primeiro lugar, eu sempre trabalhei conectada com esse mundo de varejo e consumo. Então, é um setor que eu gosto muito. Eu acho que toda marca que tem muita história traz consigo essa coisa forte da cultura, mas que também em alguns momento precisa ser desafiada a pensar diferente. Eu acho que tenho trazido a experiência de ter trabalhado com múltiplas empresas.

Qual legado espera deixar como marca de gestão?

Deixar as bases para que a empresa cresça de forma sustentável. A sustentabilidade, por exemplo, das pessoas que estão trabalhando aqui que seja em um ambiente profissional em que se sintam crescendo; Então, esse olhar de como a gente consegue como companhia ser uma empresa que alinha resultados econômicos financeiros com resultados de impacto positivo para toda a comunidade também.

Enfrentou dificuldades por ser mulher para ascender no mundo corporativo ?

Acho que todas nós que conseguimos chegar nesse momento, temos a obrigação de ajudar mais mulheres a também a buscarem o que elas querem. A mulher tem que estar na posição e no lugar que ela quer ocupar. E isso para mim eu vejo como responsabilidade. Pessoalmente, na minha época de consultoria, eu liderei estudos sobre temas de liderança feminina. Meu pai e minha mãe são físicos e sempre trabalharam na mesma carreira, então, eu sempre cresci num ambiente de igualdade. Mas quando você entra no ambiente de trabalho, que você começa a enfrentar talvez mais barreiras.

Quando percebeu essa diferença de tratamento?

Eu sempre conto que eu fui fazer meu MBA fora e quando eu ainda era jovem em início de carreira na minha época tinham só 20% de mulheres. Eu lembro que quando eu fiz a prova, a pessoa que me avaliou comentou assim> “voce está com uma nota boa para uma mulher, é capaz de você passar”. Eu lembro muito fortemente disso, porque foi um choque para mim. É verdade que no ambiente corporativo você ainda tem uma predominância de líderes homens, mas cada vez mais existem empresas comprometidas com essas causas da igualdade de gênero, que faz toda diferença, porque é o que realmente muda esse cenário.

A gestão de um mulher tem diferencial da de um homem na sua concepção?

Sem dúvidas têm perfis diferentes. E eu acho que é da diversidade dos pontos de vista que você tira as melhores ideias. Eu, como mulher, e que eventualmente os homens não conseguem É melhor ou é pior? Não necessariamente, sempre vai depender da ocasião, da demanda, do perfil da companhia. Mas sem a diversidade você nem tem como capturar e trazer diferentes pontos de vista. Nós mesmos, como companhia, há muitos anos já temos trabalhado no tema de realmente dar iguais condições para todos os profissionais terem oportunidades dentro da companhia.

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Ceticismo, revolta e ressentimento

ORLANDO THOMÉ CORDEIRO — Consultor em estratégia

A partir de 1976, o horário eleitoral gratuito ficou restrito à apresentação de uma foto do candidato com a locução em off destacando breves relatos de sua trajetória de vida. Essa regra estava prevista na Lei nº 6.339/76, conhecida como Lei Falcão, em referência ao Ministro da Justiça da ditadura no período do governo Geisel.

As limitações dessa lei só foram revogadas em 1984, quando se liberou a propaganda eleitoral na televisão. E em 1997, foi sancionada a Lei nº 9.504, que passou a regular a propaganda eleitoral no Brasil até os dias atuais. Desde então, passamos por sete eleições gerais e seis, no âmbito municipal.

No último dia 30, começou o horário eleitoral gratuito em todo o país para a eleição municipal que ocorrerá em 6 de outubro. Durante uma semana, resolvi fazer um exercício: zapear os canais de TV para verificar o que estava sendo veiculado em alguns municípios na disputa pelas prefeituras e fazer uma comparação com propagandas de eleições realizadas há algumas décadas disponíveis no YouTube.

Por mais de 30 anos, praticamente todas as candidaturas têm colocado como prioridades os mesmos temas: saúde, educação, segurança, geração de emprego, transporte e, mais recentemente, meio ambiente. Para cada um deles, as narrativas e propostas apresentadas tiveram pouquíssima variação nesse período.

Para a saúde, a prioridade é “acabar com as filas nos hospitais”, “melhorar o atendimento”, “saúde pública de qualidade”. Na educação, o foco continua sendo “melhorar a qualidade do ensino”, “valorizar os professores”, “resgatar o projeto de escola em tempo integral, como era o CIEP”. Para a área de segurança, “combater o crime organizado”, “priorizar ações de inteligência”, “investir nas guardas municipais”, “trabalhar em parceria com governos estadual e federal”.

Quando falam em geração de emprego, o que ouvimos é “atrair empresas”, “investir em qualificação profissional”, “melhorar o ambiente de negócios”, “apoiar o empreendedorismo”. Para transporte, “investir na melhoria do sistema ferroviário”, “ampliar linhas de metrô”, “construir BRT e VLT”. Em meio ambiente, o discurso é “investir na prevenção de desastres”, “recuperar as áreas degradadas”, “criar projetos de educação ambiental”.

Ou seja, o tempo passou, e o que vinha e vem sendo prometido não foi cumprido! É claro que essa situação gera um misto de revolta e ceticismo na população, como presenciamos em alguns momentos na década de 2010. O primeiro e mais marcante foi o movimento que ficou conhecido como as jornadas de junho de 2013. Naquela ocasião, sem que houvesse lideranças orgânicas e estruturadas, uma parcela significativa da sociedade foi às ruas para protestar “contra tudo e contra todos”. O cenário era tão caótico e surpreendente que governos, legislativos e partidos políticos simplesmente não sabiam o que fazer.

Da mesma forma que surgiu, o movimento refreou pouco depois, mas o sentimento continuava latente. E reapareceu com força em 2016, nas manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, seguindo nos dois anos posteriores em torno do apoio entusiasmado à Lava-Jato.

Esse clima permitiu o surgimento de personagens que, por convicção e/ou oportunismo, se apresentavam como antissistema, culminando com a eleição, em 2018, de um parlamentar pertencente ao chamado baixo clero da Câmara Federal para a Presidência do país e que, por muito pouco, perdeu a disputa em 2022.

Ainda assim, é evidente a permanência desse sentimento de ceticismo e revolta acompanhado de outro ingrediente: o ressentimento. Uma mistura perigosa que pode levar ao colapso do sistema democrático conquistado a partir de 1985.

É possível reverter tal situação? Diversos analistas apontam que o caminho a ser trilhado tem como premissa a mudança radical de postura de lideranças comprometidas com a democracia política, passando a atuar de maneira clara e transparente para enfrentar duas questões prioritárias: 1) melhorar, de fato, os serviços públicos, combatendo a incompetência e a corrupção; 2) apresentar propostas que sejam claramente percebidas pela população como eficazes para reduzir a insegurança pública, indo além da constatação do problema ou da mera crítica à política do “tiro, porrada e bomba”.

Ou se muda de verdade, ou continuaremos a ver o crescimento de figuras populistas que, destilando ódio, surfam nessa onda. Infelizmente, sou obrigado a reconhecer que, olhando os exemplos dados pela maioria dos representantes eleitos, estamos cada vez mais propensos a sermos engolidos por essa onda que pode se tornar um tsunami.

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Visão de Direito: O debate da regulação da inteligência artificial no Senado Federal

Por Rodrigo Badaró* e Alisson Possa**— A tecnologia não negocia com o tempo, e é visível o uso e os impactos da inteligência artificial no Brasil e no mundo. O debate regulatório avança, e o Senado Federal está próximo de dar um passo importante para a proteção dos cidadãos: após inúmeras prorrogações de votação na Comissão Temporária de Inteligência Artificial antes do recesso parlamentar em julho, um novo texto será apresentado pelo relator, senador Eduardo Gomes.

O texto original foi elaborado em 2022 por uma Comissão de Juristas renomados no estudo da regulação de novas tecnologias, apresentado em 2023 pelo senador Rodrigo Pacheco e aprimorado pelo senador Eduardo Gomes, relator na Comissão Temporária.

Com essa proximidade, as big techs, gigantes estrangeiras de tecnologia, cerram fileiras em ataques contra o texto, tentando manter o mercado brasileiro livre de limites para sua atuação. Uma das táticas para atacar a proposta está sendo a busca de aliados no setor privado e até mesmo na sociedade civil, para caracterizar o processo de construção da estrutura legal como sendo não participativo.

Cabe destacar que os interesses das gigantes de tecnologia muitas vezes não estão alinhados com os interesses do setor privado brasileiro, pois elas possuem os algoritmos mais avançados do mundo e uma capacidade financeira descomunal. Uma das suas estratégias comerciais é a venda de acesso para empresas de outros países. Assim, há uma relação econômica desequilibrada, já que elas ditam os termos que deverão ser aceitos pelos empreendedores brasileiros. Não é raro, para quem atua no segmento, encontrar minutas de contratos em que uma big tech fornece acesso a algoritmos para treinamento com base de dados redigidos em inglês, com a escolha de jurisdição para a discussão dos termos contratuais nos Estados Unidos e com cláusulas que podem acabar por prejudicar o negócio do empresário brasileiro a longo prazo, como a possibilidade de transferências de dados para terceiros sem especificar quem são.

O Senado Federal agiu corretamente, promovendo transparência e, principalmente, ampla participação da sociedade. Em 2023 e 2024, foram realizadas dezenas de audiências públicas com a participação de associações representativas de todos os setores da economia, da academia e do terceiro setor. Cabe destacar a participação, inclusive, de Time’i Awaete, representante do Instituto Janeraka, em nome de comunidades indígenas, no dia 25/10/2023, que expressou preocupação com a extração de matéria-prima na Amazônia para a cadeia de produção de dispositivos de tecnologia, o que resultou em inserções para a proteção do meio ambiente.

Destacam-se alguns pontos de preocupação em comum: (i) a estrutura de IAs de alto risco; (ii) a previsão de um novo regime de responsabilidade civil; (iii) a criação de uma autoridade reguladora sem a participação de autoridades setoriais; (iv) a ausência de estímulos para pesquisa e desenvolvimento, principalmente para startups e pela academia; (v) a falta de previsões voltadas para a proteção do mercado de trabalho; e (vi) a inexistência de proteções para direitos autorais na coleta e uso de dados para o treinamento de IAs.

Com efeito, considerando essas preocupações, um substitutivo foi apresentado pelo relator, no qual foram observadas as seguintes mudanças: (i) substituição de um rol de tecnologias de alto risco por critérios a serem fixados por uma autoridade competente; (ii) mudança no regime de responsabilidade civil; (iii) criação de um sistema para a regulação do tema com a participação de órgãos reguladores setoriais, sob a coordenação de uma autoridade a ser designada pelo Poder Executivo; (iv) previsão legal para a criação de sandboxes regulatórios para pesquisa e desenvolvimento; (v) medidas a serem tomadas pelo poder público para mitigar o impacto negativo no mercado de trabalho; e (vi) estabelecimento de um regime de proteção de direitos autorais que busca proteger os cidadãos brasileiros contra o uso indevido de suas obras intelectuais e dados não pessoais.

Desde então, a mesma dinâmica foi mantida: um novo texto é apresentado, incorporando sugestões, e novas rodadas de audiências públicas são realizadas para avaliação, além do envio permanente de contribuições. Três relatórios com modificações substanciais foram apresentados entre 07/06/2024 e 04/07/2024, todos de acordo com as demandas das entidades que buscam contribuir.

A liberdade é um direito essencial, e o estímulo à tecnologia e ao desenvolvimento é o que gera riqueza para uma nação. Regular de forma consciente não é neofobia, mas sim uma das principais funções do Estado: estabelecer limites mínimos que preservem o equilíbrio entre os princípios constitucionais. Como diz o antigo aforismo: a liberdade total dos lobos é a morte dos cordeiros.

Por fim, um novo texto deve ser apresentado, e fica evidente a preocupação em estabelecer mecanismos de segurança e transparência, dentro de uma visão participativa de vários agentes. Uma regulação bem construída deixa claro um ambiente favorável ao investimento e ao atendimento das necessidades da população, sem simplesmente retirar liberdades. Cabe ao Senado Federal equilibrar as demandas das empresas internacionais e da sociedade ao estabelecer limites para os possíveis danos dessa corrida tecnológica inevitável, criando regras salutares.

*Advogado e conselheiro nacionalde proteção de dados (ANPD)

**Advogado e professordo IBMEC Brasília

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Giraffas tem mais de 400 vagas de emprego em diversas regiões do Brasil

A redes de alimentação Giraffas tem 181 vagas de emprego imediatas em todo o país. Os postos são de atendente de restaurante, líder de plantão e gerente de restaurante em 14 estados brasileiros.

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Para as vagas de atendente de restaurante, o candidato deve ter ensino fundamental completo, trabalhar bem em equipe, ter flexibilidade, dinamismo e capacidade de atuar sob pressão. Para o cargo de líder de plantão, é necessário ensino médio completo, além de habilidades de liderança, empatia e boa comunicação. Já para a posição de gerente de restaurante, exige-se ensino médio completo, sendo desejável ensino superior nas áreas de administração, gestão comercial ou gestão de negócios. As habilidades necessárias para esse cargo incluem liderança, visão sistêmica e proatividade.

Interessados em qualquer oportunidade podem se candidatar através deste link de cadastro de currículos ou enviar o currículo atualizado para o e-mail rh@giraffas.com. As oportunidades estão no Distrito Federal (13), Goiás (23), Mato Grosso (5), Pernambuco (5), Paraná (3), Rio Grande do Sul (13), Santa Catarina (10), São Paulo (68), Alagoas (6), Espírito Santo (23), Sergipe (2), Tocantins (6), Rio de Janeiro (3) e Paraíba (1).

Aprovados nas seleções receberão alimentação no restaurante e terão direito a parcerias educacionais, convênios com o Sesc e Senac, plano de carreira e convênio com farmácias.

Além das vagas imediatas, a rede prevê a abertura de 268 novas vagas com a inauguração de lojas em breve. Serão oferecidas 224 vagas para atendente de restaurante, 26 para líder de plantão e 13 para gerente de restaurante distribuídas pelo país.

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Empresas com licença para mães não gestantes LGBTQIA+ se destacam no mercado

Maria Eduarda Lavocat

A licença-maternidade é um direito concedido às mulheres trabalhadoras que se tornam mães, permitindo que elas se afastem do trabalho por um período determinado para cuidar de seus filhos recém-nascidos. De acordo com a legislação brasileira, a licença mínima é de 120 dias corridos, podendo ser ampliada para 180 dias nas instituições que aderiram ao programa Empresa Cidadã. Em março de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a licença-maternidade deve ser igual para mães biológicas e adotantes, um marco para garantir a igualdade de direitos. No entanto, ainda há um debate no caso de mães não gestantes de casais homoafetivos, nos quais apenas uma das mulheres faz a gestação do bebê.

Diante disso, empresas foram pioneiras ao adotar políticas de inclusão e diversidade voltadas para essas mulheres no Brasil, como a Pipo Saúde e a Petrobras, ganhadora do Prêmio Think Work Innovations na categoria remuneração e benefícios neste ano. Segundo Mariana Dias, CEO da empresa Gupy, estruturar a licença-maternidade de forma adequada não só apoia a mãe e o bebê durante um período crucial de suas vidas, como também reflete valores importantes de responsabilidade social com as pessoas que fazem parte da empresa. “É importante ressaltar que a cultura corporativa é um fator superimportante para ajudar a acolher essas mães durante esses momentos de mudança, garantindo que esse afastamento temporário não prejudique a carreira ou o potencial dessa mulher. Então, adotar políticas inclusivas como a licença-maternidade, como Empresa Cidadã, com certeza influencia a competitividade, impactando diretamente não só a atração, mas também a retenção de ótimos talentos”, afirma Dias.

Em 13 de março deste ano, o STF tomou mais uma decisão relacionada a essa causa. Segundo a advogada Bianca Bonfim Carelli, especialista em direito parental e parceira da Filhos no Currículo, “em relação a casais homoafetivos, quando a mãe gestante não tiver direito à licença-maternidade, a mãe não gestante poderá fazer uso da licença-maternidade. No entanto, quando a mãe gestante tiver direito à licença-maternidade por ser servidora pública ou seletista, ou fizer recolhimento para a Previdência, ela terá acesso à licença-maternidade, e a mãe não gestante, nesse caso, fará jus ao período equivalente ao período de licença-paternidade”.

O parecer representa mais um avanço na igualdade, mas seria essa divisão de licenças a ideal? Algumas progenitoras que vivem essa realidade afirmam que essa não é a solução, pois, apesar de não terem realizado a gestação, elas não deixam de ser mães. “Acho que é fundamental considerar a licença-maternidade para todas as mães, independentemente do tipo de relação. Quando soube que teria direito a apenas cinco dias de licença porque não sou a mãe gestante, fiquei profundamente reflexiva e desesperada”, conta Anne Werlang, 32 anos, casada com Lorrany Werlang, 27, mães do Bento.

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“O tempo de contato com a criança é muito importante para criar um vínculo. Independentemente de qualquer coisa, eu nasci e cresci me preparando para ser mãe. Eu não sabia que me relacionaria com uma mulher, mas, desde criança, sempre quis ser mãe. Então, independentemente de ter gestado ou não meu filho, minha preparação, meu psicológico, meu desejo de ser mãe continuaram. Esse vínculo de mãe e filho que precisamos construir é formado nesse primeiro momento, nos primeiros meses”, completa Anne.

Durante a gestação, o casal teve sorte devido à decisão do STF mencionada. “Como a Anne trabalha como professora em duas escolas particulares, e eu não tenho carteira assinada, optamos para que a licença fosse para a Anne. Apesar de a decisão do STF não ser uma lei, ela deu embasamento para que nós pudéssemos reivindicar nossos direitos. Assim, conseguimos que as duas escolas beneficiassem a Anne com a licença-maternidade”, detalha Lorrany.

Pensando nessa necessidade, a Petrobras passou a garantir que, em casais homoafetivos formados por mulheres, ambas as mães tenham direito a uma licença remunerada de 120 dias. A primeira licença desse tipo foi concedida pela empresa em setembro e, a partir de novembro de 2023, o benefício foi oficialmente adotado como uma política permanente da empresa. Até o momento, duas funcionárias e suas respectivas companheiras foram beneficiadas por essa nova política. Enquanto as companheiras receberam a licença-maternidade padrão em seus locais de trabalho, as funcionárias da Petrobras puderam desfrutar do mesmo período ao lado do novo bebê, com o salário integralmente pago. A concessão do benefício exige a apresentação de documentação que comprove a maternidade, como comprovante de adoção ou certidão de nascimento com o nome de ambas as mães no registro.

“Esse processo foi muito bonito porque nasceu de demandas internas. Desde 2017, começamos a nos deparar com situações em que as companheiras de nossas empregadas engravidavam e seguiam com a gestação, tornando nossas empregadas as mães não gestantes. Inicialmente, oferecíamos a licença equivalente à paternidade, mas isso nos incomodava, pois envolvia questões de identidade e reconhecimento da maternidade, que é um tema cheio de camadas e nuances. Com o tempo, entendemos que as mulheres nessas situações são mães, não pais, e que a maternidade traz questões específicas que influenciam a relação com o trabalho”, conta Tiana Ellwanger, gerente de cultura, clima e diversidade do RH da Petrobras. Por conta da iniciativa, a empresa ganhou o Prêmio Think Work Innovations na categoria remuneração e benefícios neste ano.

Além da Petrobras, a corretora Pipo Saúde adotou uma política semelhante como forma de promover igualdade na empresa. “Temos uma licença igual para mães gestantes, mães não gestantes e pais de filhos por gestação ou adoção. A licença é de cinco meses integrais, ou a pessoa pode optar por quatro meses integrais mais dois meses com horário reduzido, em meio período. A licença pode ser tirada logo no momento do nascimento do bebê ou até a criança completar 1 ano de vida, podendo ser usufruída de forma contínua ou parcelada, conforme a necessidade da família”, explica Marcela Ziliotto, head de pessoas da Pipo.

“O que nos motivou a implementar essa política é que, hoje, 24% da empresa é composta por pessoas do grupo LGBTQIA+. Isso foi um grande motivador, pois acreditamos que, para igualar as oportunidades de desenvolvimento de carreira dentro da empresa, as condições para aqueles que têm um bebê devem ser as mesmas para todos. Além disso, acreditamos que essa política tem um impacto social importante ao apoiar a criação das crianças e a divisão das responsabilidades familiares, gerando impacto tanto na sociedade quanto dentro da nossa empresa”, completa Ziliotto.

Tiana Ellwanger também ressalta que compreendeu na prática como essas políticas são importantes. “Para ser sincera, eu não tinha essa dimensão no começo. Estou nessa área desde que entrei aqui como júnior, mas antes eu trabalhava em uma área focada em atração e experiência de novos empregados. Lembro de uma conversa com uma nova empregada que mencionou que a licença-maternidade para mães não gestantes foi um fator decisivo para ela vir para a Petrobras. Isso me tocou muito, pois mostra que benefícios como esse realmente fazem a diferença na atração e retenção de talentos, especialmente em carreiras onde há menos mulheres.”

A head da Pipo Saúde, Marcela Ziliotto, completa: “Acho muito importante que essas políticas sejam públicas e publicadas no site das empresas, para que candidatos e candidatas possam entender o posicionamento da empresa. A partir do momento em que a empresa institucionaliza uma política como essa, ela está se posicionando e mostrando o que acredita ser importante. Além disso, a empresa está afirmando que, dentro dela, pessoas com diferentes características, sejam mães gestantes, mães não gestantes ou pais, terão oportunidades equalizadas e iguais, independentemente desses fatores”.

6 cursos em alta no mercado para quem vai prestar vestibular

A diversidade de cursos oferecidos nas universidades brasileiras reflete as múltiplas possibilidades de carreiras e caminhos profissionais disponíveis. Com opções que vão das ciências exatas às humanas, passando por áreas tecnológicas, biológicas e artes, o estudante pode escolher, antes de prestar o vestibular, o campo que mais se alinha aos seus interesses e habilidades – além de poder optar por uma graduação que apresenta uma demanda maior no mercado de trabalho. Abaixo, veja quais são elas!

1. Ciências de dados

Com o crescimento da era digital, a demanda por cientistas de dados aumentou significativamente. Esses profissionais analisam grandes volumes de dados para gerar ideias estratégicas em empresas de diversos setores. O curso envolve programação, estatística e análise de dados, com excelentes perspectivas salariais e mercado em expansão.

2. Engenharia de software

A transformação digital impulsionou a demanda por engenheiros de software, responsáveis por desenvolver, testar e manter sistemas e aplicativos. O curso oferece uma base sólida em programação e arquitetura de sistemas, e os profissionais têm grande empregabilidade, especialmente em startups e empresas de tecnologia. De acordo com o relatório de 2023 da IEE Software, a demanda por esses profissionais deve crescer 25% até 2030.

3. Biotecnologia

A biotecnologia é um campo emergente que combina biologia e tecnologia para criar soluções inovadoras para saúde, agricultura e meio ambiente. O curso prepara profissionais para atuar em laboratórios e empresas de pesquisa, com crescente demanda em áreas como genética e desenvolvimento sustentável.

Aumento da preocupação com a saúde e o bem-estar animal tem oferecido destaque ao curso de medicina veterinária (Imagem: Krakenimages.com | Shutterstock)

4. Medicina veterinária

O curso de medicina veterinária tem ganhado destaque, especialmente com o aumento da preocupação com a saúde animal e o bem-estar de animais. Além do cuidado clínico, veterinários podem atuar em áreas como pesquisa, agropecuária e indústria de alimentos, com um mercado diversificado e em crescimento. Segundo um levantamento do Instituto Pet Brasil feito para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área veterinária cresce 13% ao ano, necessitando, assim, de profissionais especializados.

5. Psicologia

O interesse pelo bem-estar mental aumentou a busca por psicólogos, tanto no ambiente clínico quanto no corporativo. O curso prepara o estudante para entender o comportamento humano e atuar em terapias, consultorias e recursos humanos, com amplas oportunidades no mercado de trabalho.

6. Gestão ambiental

Com a crescente preocupação global com a sustentabilidade, a gestão ambiental está em alta. O curso forma profissionais capazes de desenvolver soluções para problemas ambientais em empresas, ONGs e órgãos governamentais, atuando em áreas como preservação, licenciamento e consultoria ambiental.

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Valparaíso de Goiás: infraestrutura e educação em destaque

Na sétima sabatina com os candidatos a prefeitura das cidades da Região Metropolitana do Distrito Federal, no Jornal Local, nesta terça-feira (17/9), os jornalistas Lucas Móbille e Arthur de Souza conversaram, ontem, com Wesley Pacheco (Novo) e Zé Antônio (PL), encerrando as entrevistas com os que disputam a vaga em Valparaíso de Goiás. A sabatina é uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.

Quem é, de onde veio e qual a sua relação com a política?

Moro em Valparaíso de Goiás desde 1983 e nunca estive na política. Sou candidato a prefeito pela indignação. Sabemos que, hoje, a política está muito desmoralizada e vim para resgatar um pouco a credibilidade, com propostas decentes para a nossa cidade e fazendo com que o eleitor entenda que a política é para as pessoas do bem e que queiram contribuir com a nossa cidade.

Valparaíso está entre as 130 cidades mais violentas do país. Qual a sua proposta para mudar isso?

Quero criar, de fato, a nossa Guarda Municipal. Atualmente, ela é composta por agentes do patrimônio público que foram cedidos para trabalhar na Guarda Municipal. Precisamos abrir um concurso público e criar a Secretaria de Segurança Pública, trazendo recursos e criando uma guarda armada, para combater o crime, junto à Polícia Militar. Nosso maior gargalo é a segurança pública e vou resolver isso.

Falando sobre os alagamentos da cidade, o que pretende fazer para mudar essa realidade?

Quem tem que cuidar dos alagamentos são engenheiros e arquitetos, o que nunca aconteceu em Valparaíso de Goiás. Nossa proposta é enxugar todos os gastos públicos e concentrá-los em resolver os principais problemas, que são a infraestrutura, a saúde e a educação. Falam que a culpa é do DF, mas é o modus operandi das gestões que passaram que foi sempre o mesmo.

Quais são suas propostas para incentivar o comércio local?

Minha proposta para trazer mais empresas e tirar as que já existem da informalidade é criar o alvará único, ou seja, o empresário que se enquadrar dentro do programa vai pagar pelo documento apenas uma vez, trazendo condições para que ele possa empregar pessoas dentro da cidade. Também é preciso qualificar o morador.

Sobre as propostas para a gestão pública, como enxugar os gastos?

O primeiro projeto que vou mandar à Câmara Municipal, se for eleito, é para reduzir os salários do Legislativo e do Executivo, criando uma economia de R$ 500 mil. Além disso, vou criar uma usina de energia, que vai gerar uma economia de R$ 750 mil. Pagamos mais de R$ 1 milhão em aluguéis para a maioria das secretarias. Minha proposta é construir uma sede municipal e entregar esses aluguéis. Juntando tudo que é possível economizar, podemos chegar a R$ 3,5 milhões e colocar esse dinheiro nos principais setores da cidade.

Como melhorar a mobilidade urbana na cidade?

Tempos atrás, tínhamos as vans. Elas cobriam toda a cidade, com transporte rápido e barato. Fala-se em tarifa zero, mas se ele for implantado, o dinheiro vai sair de algum lugar, como da infraestrutura, da saúde ou da merenda das crianças. Quem tem que cuidar do transporte de Valparaíso de Goiás é a iniciativa privada. O gestor tem que facilitar para que as vans façam todo o transporte dentro da cidade.

Quais as suas propostas para melhorar a educação local?

Não existe escola de tempo integral em Valparaíso de Goiás. Se eleito, vamos construir colégios nessa modalidade. Isso vai resolver bastante o problema das periferias. Hoje, temos muitas crianças fora da escola e, as que estão matriculadas, estão em outras cidades.

Como vai funcionar o alvará único? Tem outras propostas para o empreendedorismo local?

Ele vai incentivar o comércio local, tirando o empresário da informalidade. Com isso, vamos voltar a gerar emprego e renda. A gente sabe que o maior programa social é o trabalho. A gente conseguindo bater nossa meta de colocar 10 mil empresas dentro de Valparaíso, vamos conseguir fazer com que muita gente que precisa sair da cidade para buscar emprego, fique por lá.

Quais as propostas para o lazer de quem vive em Valparaíso de Goiás?

Para atrair a população, vamos construir parques arborizados, além de revitalizar os que estão abandonados, junto à iniciativa privada. Tendo bons diálogos com as empresas, é possível criar áreas de lazer e incentivar os jovens a praticar esportes ao ar livre. Temos o Céu das Artes, mas é preciso colocá-lo para funcionar.

Considerações finais

Não tenho nenhum padrinho ou madrinha política. Além disso, não venho de partido milionário, tanto que o único recurso gasto na campanha, até agora, foi de R$ 5 mil. Coloco meu nome à disposição como empresário e, tendo experiência na área de gestão, vou resolver os problemas da cidade. Na saúde, por exemplo, para o morador que não conseguir resolver seus exames num intervalo de 30 dias, será criado um convênio com hospitais e clínicas particulares, para que não seja necessário ir até outras cidades.

Quem é, de onde veio e qual a sua relação com a política?

Vim de uma família humilde e moro em Valparaíso de Goiás há 45 anos. Quando cheguei à cidade, meu pai montou uma pequena padaria, onde comecei a trabalhar com 8 anos de idade. Minha história sempre foi dentro do comércio, trabalhando e lutando em prol de dias melhores. Tenho três mandatos de vereador, fui duas vezes presidente da Câmara Municipal e fui secretário da assistência social.

Valparaíso de Goiás está entre as 130 cidades mais violentas do país. Qual a sua proposta para mudar isso?

Vamos fazer concurso público para a Guarda Municipal que, atualmente, aproveita servidores de outras áreas. Vamos implantar o projeto da muralha digital, que conheci indo até Curitiba. Por meio dele, vamos instalar câmeras de alta resolução, que fazem leitura de placas e reconhecimento facial, em todos os bairros, inclusive dentro das escolas e dos departamentos públicos.

Falando sobre os alagamentos da cidade, o que pretende fazer para mudar essa realidade?

É preciso um gestor eficiente e que conheça, realmente, a cidade. Hoje, Valparaíso de Goiás está no atraso mas, se eleito, vou fazer a transformação que precisamos. Fui gestor da pasta de assistência social e presidente da Câmara Municipal por duas vezes e tenho todas as minhas prestações de contas aprovadas, então, tenho capacidade para fazer a transformação que a população de Valparaíso merece.

Como melhorar a mobilidade urbana dentro da cidade?

Vamos implantar o tarifa zero, com ônibus novos, com acessibilidade, mobilidade e toda a segurança que a população precisa e merece. Conheci como funciona o modelo de Luziânia e sei que Valparaíso de Goiás é uma cidade rica, por isso, há condições de implementar o mesmo sistema, trazendo dignidade, respeito e qualidade de vida para o povo.

Quais são as suas propostas para a ampliação de creches?

Com o apoio da deputada federal Lêda Borges (PSDB) e do senador Wilder Morais (PL), vamos resolver essa situação da falta de vagas nas creches. Hoje, muitas não conseguem emprego, pois não têm onde deixar os filhos. Vamos fazer convênios e parcerias com igrejas, instituições, ONGs e, até mesmo, alugar espaços até que se construam novas creches.

Quais são suas propostas para incentivar o comércio local?

Também conheci, em Curitiba, o centro de empreendedorismo. Na nossa cidade, vamos dar o nome Centro de Empreendedorismo e Inovação de Valparaíso (CEIVA). Lá, haverá profissionais que vão capacitar aquelas pessoas que querem e que já empreendem. Também vamos fazer parcerias com instituições financeiras, para que, ao ser capacitado pelo CEIVA, a pessoa possa ser inserida no mercado de trabalho, sabendo que ele vai ter o recurso para o seu empreendimento. Isso fará com que Valparaíso de Goiás gere emprego e renda, além de dar condições para o comércio local contratar a nossa comunidade.

Como está o apoio do seu partido e de políticos que são de direita?

Fui convidado a me filiar ao partido e sair como candidato a prefeito de Valparaíso, pelo senador Wilder Morais, presidente do PL de Goiás, e também pelo presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto. Eles conheceram toda a minha história e viram que tenho a capacidade, além de saberem dos meu ideais e a bandeira que defendo, como a família e a liberdade.

Em relação à inclusão social, o que fazer para dar atenção?

Fui coordenador do programa Segundo Tempo, em Valparaíso, onde atendemos mais de 3 mil jovens, no contraturno escolar, dando acesso a alimentação, esporte, cultura e lazer. Sempre tive comigo que “mente vazia é oficina do diabo”, então, é preciso ocupar a mente dos nossos jovens. Por isso, vou voltar com esse programa, além de criar a escola em tempo integral.

O que fazer para resolver o problema da BR-040?

Vou ajudar a concluir a obra do tão falado viaduto. Um detalhe importante é que a obra está sendo feita, mas não realizaram a etapa de drenagem, o que pode trazer sérios problemas para a cidade, com a chegada das chuvas. Vou resolver isso na minha gestão, se eleito.

Considerações finais

Você conhece a minha história e sabe o meu dia a dia na cidade. Aquelas pessoas com mais de 40 anos de Valparaíso de Goiás, sabem do que estou falando. Hoje, a cidade e, especificamente, o bairro Jardim Céu Azul, tem a oportunidade de ter o primeiro prefeito que é filho da cidade. Por isso, peço seu voto para fazer a transformação que o nosso povo precisa e merece. Tenho capacidade, coragem de trabalhar e já provei isso várias vezes.

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Novas oportunidades para a juventude conquistar o mercado de trabalho

Nem todos os jovens que chegam à idade adulta têm as mesmas oportunidades de seguir uma carreira profissional. Dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (Ipedf — Codeplan) indicam que em 2022 cerca de 20% dos brasilienses entre 15 e 29 não trabalhavam nem estudavam. Por isso, o trabalho de organizações não governamentais (ONGs) na capacitação para o trabalho mostra sua importância ao oferecer uma chance de conquistar o tão sonhado primeiro emprego.

Um exemplo de ONG que trabalha com esse propósito é o Jovem de Expressão. Nascido em Ceilândia, o programa, hoje, tem seu espaço reservado na Praça do Cidadão e atrai jovens de todo o DF que buscam se expressar por meio da arte. A iniciativa surgiu após um estudo que identificou pessoas negras de áreas de periferia, como Ceilândia, como as grandes vítimas da violência na capital federal.

Para afastar os jovens dessa realidade, o Jovem de Expressão foi inaugurado há cerca de 17 anos no centro da região administrativa. Com aulas variadas dentro do mundo cultural, pessoas entre 15 e 29 anos encontram no espaço uma oportunidade de seguir seus sonhos e crescer na vida. A psicóloga Yasmin Moreira da Silva, 26, que trabalha no programa, explica que o projeto é dividido em quatro áreas: cultura, educação, empreendedorismo e saúde mental, da qual é coordenadora.

Yasmin Moreira é responsável pela área de saúde mental do Jovem de Expressão

Oportunidades

Rafael Mamede, de 19 anos, é um dos jovens ceilandenses que acharam no Jovem de Expressão um caminho para seguir seus sonhos. Sem uma câmera, o jovem encontrava dificuldades para explorar sua paixão pelo cinema, mas o programa na Praça do Cidadão proporcionou a ele um começo.

“Acho que não teria essa oportunidade em nenhum outro lugar, principalmente na questão do cinema. Eu não conheço nenhuma oficina, curso ou outra coisa voltada para o cinema que seja parecida com isso aqui em Brasília, muito menos em Ceilândia. É tudo bem rápido, a gente aprende muito na prática desse jeito. Eu tive quatro produções neste ano, e nunca tinha tido experiência com nada do tipo”, relata o aluno.

Há poucos meses no Jovem de Expressão, Mamede fez cursos de roteiro e direção para cinema, introdução ao audiovisual, e agora está aprendendo fotografia. O jovem cineasta relata que sempre divulga o programa para amigos e vizinhos de sua comunidade e acredita que vem crescendo profissionalmente e pessoalmente com a ajuda das aulas.

Rafael Mamede busca qualificação no Jovem de Expressão para seguir carreira nas artes

Ensinamentos

Professora de Rafael, Tatiana Reis acredita que, hoje, a fotografia é uma prática mais procurada pela sociedade. Com os avanços da tecnologia, os celulares servem como câmeras fotográficas mais acessíveis, e ela sugere que os alunos procurem as aulas por causa disso. Além de incentivar o uso dos celulares, as aulas da professora de 39 anos também oferecem máquinas para os que têm ambição de seguir a carreira, mas ela elogia a disposição dos alunos para buscarem as suas próprias máquinas.

“A gente sabe que o acesso a esses equipamentos fotográficos é um pouco difícil, mas a gente percebe que os meninos têm se esforçado para comprar suas primeiras câmeras, de segunda mão mesmo. Então, eu consegui perceber que, de um tempo pra cá, eles têm buscado se profissionalizar ao ir atrás desse equipamento”, celebra.

Há mais de uma década lecionando no Jovem de Expressão, Tatiana comenta que muitos dos alunos que atendeu já haviam terminado a escola, mas não conseguiam ingressar em uma faculdade, tendo no programa um escape para continuar a vida profissional. Ela lembra que, hoje, vê ex-pupilos seguindo carreira na fotografia e até se tornando colegas.

Tatiana Reis ensina fotografia para jovens de Ceilândia há mais de uma década, com foco nos avanços tecnológicos

Capacitação

Outra ONG que atua no DF, com sede em São Paulo, é o Instituto PROA. Criado em 2007, o programa abrange 35 mil jovens no Brasil, incluindo cerca de mil alunos no Distrito Federal. O trabalho desenvolvido pelo grupo atende a jovens entre 17 e 23 anos, de escolas públicas e baixa renda, e os prepara por meio de aulas virtuais para seus primeiros empregos. CEO do PROA, Alini Dal’Magro, 35, exalta a importância de conectar essas pessoas com o mercado de trabalho.

“O nosso trabalho é garantir que o jovem tenha uma boa formação e que ele consiga um bom primeiro emprego. E a partir disso, que ele mude a vida dele, gere imposto para o governo, melhore a sua comunidade e, assim, quebre o ciclo da pobreza”, destaca.

Para fazer essa ponte, o PROA pergunta diretamente às empresas o que procuram em alguém que esteja buscando o primeiro emprego. Baseado nessas respostas, é produzido um curso que oriente os melhores passos para os alunos seguirem, trabalhando competências como autoconhecimento, noções de carreiras, projetos profissionais, comunicação e raciocínio lógico.

Ao término do curso, de três meses, o instituto encaminha os jovens a uma experiência profissional monitorada de seis meses. Alini afirma que, no DF, há uma taxa de empregabilidade de 70% entre alunos recém-formados no PROA, em até meio ano. Dessa maneira, o programa segue acompanhando os jovens após sua conclusão para garantir que tenham melhores chances de conquistar seu espaço no mercado.

* Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho

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Meu negócio itinerante: conheça as histórias de empreendedores nômades

Do escambo às vendas on-line, a forma como os produtos são comercializados já passou por diversas fases. Mesmo com o avanço da internet, que permite ao empreendedor vender de qualquer lugar, no Distrito Federal há quem tenha optado pelo modelo dos antigos mascates, profissionais que saíam às ruas oferecendo seus produtos a quem cruzasse o seu caminho. O Correio conheceu histórias de “negócios nômades”, em que empreendedores, sem um ponto fixo, levam seus produtos até os clientes. Comunicação, o acolhimento do contato físico e público plural são as vantagens, segundo eles.

Com duas bolsas abarrotadas de acessórios em prata, Daniela Brito, 40 anos, proprietária da Brito Joias percorre, há três anos, diversas ruas do Distrito Federal. Em bares das Asas Norte e Sul, no Eixão do Lazer, na Torre de TV, entre outros, ela vai ao encontro dos clientes. Seu escritório é ao ar livre.

“Muitas mulheres começam a empreender por causa da necessidade e a história da Brito Joias não é diferente. Eu me mudei de Goiás para Brasília há cinco anos e, em 2021, com R$100, comprei 40 pares de brincos e fundei o meu empreendimento”, contou orgulhosa.

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A necessidade também foi responsável pelo formato que cativou a proprietária. Sem tempo para muitos planejamentos, entendeu que as vendas itinerantes seriam o melhor formato para iniciar no empreendedorismo — e deu certo. “O contato com o público proporcionado pelas vendas nas ruas é maravilhoso. Por mais que hoje existam as vendas on-line, o que a gente sente nas ruas é diferente. Quando se aborda o cliente, há contato físico, olho no olho e eles se sentem acolhidos”, explicou.

Daniela mora em Planaltina- DF e, por lá, todos conhecem seu trabalho. Os primeiros clientes foram alcançados nas ruas, feiras e bares. Ela colocava os brincos em uma cesta e os abordava um por um. Há cerca de um mês, um grande passo foi dado, Daniela inaugurou seu primeiro ponto fixo na cidade em que vive.

Apesar disso, assegurou que o negócio itinerante jamais será deixado de lado. “É uma forma de fazer amigos, conversar com pessoas e conhecer diferentes histórias. Há uma pessoa para ficar na loja e eu continuo nas vendas de rua com um outro funcionário. Jamais deixaria isso de lado porque o que traz dinheiro para a empresa é o comércio pelas ruas. Cerca de 98% da receita é prospecção de clientes, a gente indo atrás e alcançado essas pessoas”, relatou.

A Gabriigadeiros, de Gabryela Lustosa, 24 anos, também funciona no estilo “pés nas ruas”. Para a proprietária, que enfatiza em suas redes, com muito orgulho, que é “vendedora de rua”, não há modelo melhor que esse. “Eu gosto muito da adrenalina de sair de casa sem saber o que vai acontecer e, no fim, perceber que sempre dá certo”, expôs.

A empreendedora ressaltou que o planejamento é essencial para que as vendas externas tenham êxito. Mãe de duas crianças, desabafou que é difícil seguir à risca a rotina, mas explicou que se organiza para que a higienização e produção dos doces aconteçam no início da semana e as vendas posteriormente. “O cansativo é produzir. Sair pelas ruas é a melhor parte.” Com os brigadeiros expostos em uma bandeja acrílica pendurada ao pescoço, Gabryela explora a capital, do Norte ao Sul do Quadradinho.

Ela destacou, porém, que a formalização do negócio é tão importante quanto aos empreendedores de estabelecimentos fixos. Expôs que, infelizmente, a discriminação não é incomum e por isso registrou-se como Microempreendedora Individual (MEI). “Não dá para somente endeusar a situação, eu amo muito isso, mas não tratam-se só flores”, disse.

O negócio faz sucesso. Para as fotos da reportagem, a empreendedora preparou 50 docinhos, no entanto, vendeu várias unidades antes mesmo do início da entrevista. “Ainda que eu conquistasse um ponto fixo, eu continuaria na rua, jamais largaria. Eu não acredito que ter um local seja tão vantajoso para o brasileiro. São muitas taxas e penso que o que realmente move a economia é o microempreendedor; na rua é só alegria”, finalizou.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) indica que o melhor caminho é sempre a formalização do negócio, seja como Microempreendedor Individual (MEI), micro, ou seja pequena empresa. A capacitação também é essencial.

Brechós que se movem

Imagine que interessante seria haver uma feira de brechós que passeia por diversos pontos do Quadradinho… é exatamente assim que o Varanda BSB, idealizado pela Sarah de Magalhães, 36 anos, funciona. A proprietária fundou o modelo em 2018, após deixar o emprego de atendente de telemarketing para se dedicar ao segundo filho que acabara de nascer.

Anteriormente, jamais havia pensado em empreender, mas, por meio do conselho de uma amiga, viu-se atraída pelo cenário. O formato? Longe do tradicional. A feira é móvel e permanece apenas alguns dias no espaço selecionado. A cada dois meses, reúne expositores e instala-se em um local diferente. “A primeira edição foi em um restaurante da Asa Sul, deu super certo e, então, continuei. Depois, tive a ideia de não fazer somente lá, mas em vários locais, porque no fim das contas as pessoas querem novidades. Fizemos edições em hotéis, na Piscina com Ondas do Parque da Cidade, no Museu de Arte de Brasília (MAB) no Museu Nacional da República, entre outros”, lembrou.

Segundo a proprietária, são infinitas as vantagens do negócio nômade. “É sobre explorar lugares novos, vivenciar novidades e há também o fato de não se ter custos fixos mensais, porque os valores para sustentar uma loja colaborativa, por exemplo, são muito altos. Definitivamente, sai muito mais caro.” Sarah também destacou que o público de cada espaço é diferente, o que contribui para a pluralidade de quem consome o negócio.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) indica que o melhor caminho é sempre a formalização do negócio, seja como Microempreendedor Individual (MEI), micro ou pequena empresa. A capacitação também é essencial.

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Luziânia: Lista de propostas para os eleitores da cidade goiana

A quarta sabatina com os candidatos a prefeito das cidades do Entorno do Distrito Federal, que ocorreu durante o Jornal Local, entrevistou os primeiros postulantes de Luziânia, município que fica a 60km da capital do país. Os jornalistas Lucas Móbille e Samanta Sallum conversaram, ontem, com a Diretora Ana Lúcia (PSDB) e Lee Almeida (PSol), que destacaram suas principais propostas para as demandas da cidade. A sabatina é uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília.

Quem é, de onde veio e qual a sua relação com a política de Luziânia?

Sou professora e fui, durante oito anos, diretora de escola. Sou mãe, tenho três filhos, e sou avó. Moro no distrito de Jardim Ingá desde 1993. Fui vereadora por dois mandatos e, hoje, estou vice-prefeita da cidade. Estamos pleiteando ser prefeita de Luziânia e com muita fé de que vai dar tudo certo.

Luziânia é a 10ª cidade, em todo país, com mais estupros. Qual a sua proposta para tentar mudar essa realidade?

Temos a Guarda Municipal que, hoje, está sem a estrutura necessária para estar, junto à Polícia Militar, fazendo a segurança da nossa cidade. No nosso governo, vamos correr atrás de todos os trâmites possíveis, para que a gente possa dar condições e as habilidades necessárias para serem devidamente armados.

Os professores da rede municipal entraram em greve em abril, pedindo reajuste e falando sobre a defasagem. O que eles podem esperar do seu governo?

Em primeiro lugar, a valorização da titularidade desses professores, que está esquecida. Graduados, mestres e doutores estão no mesmo nível, atualmente. Temos que corrigir isso. Daremos o auxílio alimentação e estaremos corrigindo sempre o piso (salarial), tomando o cuidado para que esses professores não tenham prejuízo financeiro. Vamos reformar as escolas, para que eles tenham melhor estrutura para trabalhar.

A senhora é vice-prefeita, mas está concorrendo contra o atual prefeito. O que aconteceu?

Infelizmente, houve divergência de pensamentos. Planejei um governo em que o prefeito e o vice poderiam trabalhar de mãos dadas, sanando todos os problemas possíveis da cidade. Tínhamos uma amizade muito boa e achei que fosse dar certo. Só que, depois da eleição, as divergências foram aparecendo. Por isso, cada um acabou seguindo o seu caminho. Na política, estou para trazer benefícios para o povo.

Então, fazendo parte da gestão, a senhora não conseguiu implementar aquilo que está prometendo agora?

Quando me candidatei a vice-prefeita, tinha projetos maravilhosos, que foram colocados no programa da época. Só que, infelizmente, quando ganhamos, cada um foi para o seu caminho e o meu projeto foi deixado de lado.

Luziânia tem tarifa zero. Como está a integração com o GDF e ANTT, em relação ao transporte público?

O tarifa zero não era para acontecer da forma que está, atualmente. Os ônibus estão sucateados e as pessoas não precisavam utilizar um cartão. O projeto veio de uma forma aleatória, sem uma programação. Ele está funcionando, mas tem muito a melhorar, como entrar em todos os bairros. Se eleita, vamos aprimorar o tarifa zero.

Como é possível administrar Luziânia e Jardim Ingá ao mesmo tempo?

Luziânia é uma cidade histórica e tradicional, ‘mãe’ do Jardim Ingá e temos que respeitar isso. Mas temos que ter a consciência de que a cidade cresceu bastante e teve uma miscigenação muito forte. Atualmente, 70% das pessoas que moram em Luziânia, vieram de fora. Por isso, hoje, não dá para dizer que Luziânia é tradicionalista, é um município com um povo que veio de todos os lados.

O que os alunos podem esperar das escolas públicas municipais?

Vamos criar o cartão escolar, em que o aluno terá direito de ir em uma papelaria para comprar seu material, por meio de convênios com todas as lojas interessadas. Além disso, vamos disponibilizar uniforme e tênis para todas as crianças.

Quais suas propostas para a saúde, principalmente a da mulher?

A primeira coisa que vamos fazer, é colocar o Hospital do Jardim Ingá para funcionar. Hoje, ele funciona das 8h às 17h e não atende emergência. Vamos fazer com que ele passe a funcionar 24h, com todos os tipos de emergências. Também vamos transformar o Cais (Centro de Atendimento Integral à Saúde) de Luziânia em Hospital Cais, atendendo todos os tipos de ocorrências, para desafogar as UPAs. Para a mulher, vamos abrir a maternidade de Luziânia. Hoje, não existe um lugar para realizar os partos, temos que recorrer ao DF.

Considerações finais

Nunca fui de me vender, ficar contra o povo e a favor do sistema, pelo contrário. São 12 anos de política e, hoje, ao falar em um carro de som, disse que se eu não ganhar, quem vai perder é o povo, pois a população vai perder uma mulher que sempre lutou pela cidade de Luziânia.

Quem é, de onde veio e qual a sua relação com a política de Luziânia?

Sou paraense e cheguei em Luziânia há pouco tempo, após conseguir minha casa própria na cidade. Hoje sou servidor público em Cristalina (GO), como agente de combate a endemias, e estou acompanhando a política, tendo essa oportunidade de sair candidato a prefeito. Agradeço a Deus, a minha família e ao executivo estadual do partido, que me deu a oportunidade.

Luziânia é a 10ª cidade, em todo país, com mais estupros. Qual a sua proposta para tentar mudar essa realidade?

Vamos dar um reforço na Guarda Municipal, que é ostensiva, mas precisa de um foco mais específico. Além disso, é preciso criar um lugar onde as mulheres que passam por esse tipo de violência possam ser acolhidas, recebendo a segurança que elas precisam, e não passem por uma gravidez vinda de um estupro. Infelizmente, Luziânia está nesse ranking e temos que ter políticas públicas para mulheres.

Os professores da rede municipal entraram em greve em abril, pedindo reajuste e falando sobre a defasagem. O que eles podem esperar do seu governo?

A realidade, não só dos professores mas de todos os servidores públicos, é complicada. Existe sim essa dificuldade sobre a questão salarial, sempre com a justificativa de que não há recursos. Só que todos afirmam que existe a verba, falta apenas gestão. Vamos buscar isso, trabalhando o orçamento para que possamos atender as demandas da categoria.

O senhor é do PSol. Acredita que existe espaço para esquerda em Luziânia?

Há espaço para todos, o que não podemos é polarizar. Fazendo isso, vamos perder grandes nomes na política, pois vão ficar apenas dois grandes blocos. Eu passo por isso, por exemplo. Temos candidato com padrinho X, outro com padrinho Y e, quem não tem padrinho, fica sem vitrine.

Quais são suas propostas para o transporte público, tanto interno quanto para quem precisa vir até o DF?

Existe um projeto do VLT, que não foi viabilizado. Por quê? Se faltam parcerias, temos que dialogar para viabilizá-las. Geralmente, o político tem uma vida boa, com bons salários e não precisa do serviço público. Eu estive dentro de um ônibus. Quando se vem até o DF, é preciso acordar às 4h30, para chegar no Plano Piloto. Temos que ter essa mobilização para que as coisas aconteçam mais rapidamente.

Em relação à inclusão e desigualdade social, como a prefeitura pode ser mais atuante nesses setores?

Temos que criar projetos. A área do estádio é enorme, no meio de Luziânia, que poderia ser aproveitada para eventos, como feiras gastronômicas, de empreendedorismo, reforçando o contato entre as pessoas. O sonho é que, um dia, Luziânia deixe de ser uma cidade dormitório para muita gente.

É possível manter o tarifa zero em Luziânia? Quais projetos são os mais viáveis para o transporte público?

O tarifa zero é muito bom, mas é preciso saber quanto ele custa para o município. Podemos criar um bilhete para aquela pessoa que não tem condições, sem generalizar. Às vezes, tem gente que usa o tarifa zero, ocupando o lugar de alguém que realmente necessita. Também é possível ampliar o programa para locais mais distantes. Temos que trabalhar para que o projeto seja mais democrático.

Quais suas propostas para a saúde, caso seja eleito?

Não vamos somente contratar mais médicos. Temos que ser específicos com qual é o déficit de especialidades em Luziânia. Além disso, temos um hospital e UPAs que não funcionam de maneira adequada.

Como será a integração com o Jardim Ingá, caso seja eleito?

É um distrito com áreas muito afastadas, onde o serviço público precisa chegar. Por que muita gente quer a separação do Jardim Ingá, pois não há um orçamento participativo para toda a região. A gente tem que trabalhar para trazer, de fato, o saneamento para o local. Só asfaltar a rua, não é saneamento. Luziânia, de forma geral, está somente com 50% de saneamento e vamos trabalhar para melhorar isso.

Considerações finais

Convido os eleitores a ver minhas propostas, meu plano de governo e verificar se está sendo a mais propositiva para a cidade. Meu compromisso é fazer com que a população seja mais participativa com as políticas públicas de Luziânia, pois é como eu digo na minha propaganda: “temos que fazer mais e melhor”.

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