Festivais, circuitos, movimentos, estrelas, prêmios: o que está acontecendo com a gastronomia brasileira?

Festivais, circuitos, movimentos, estrelas, prêmios: o que está acontecendo com a gastronomia brasileira? (Raízes Germânicas foi o tema do Festival Gastronômico de Pomerode/SC (Foto: Thiago Paes @paespelomundo))

As empresas querem estar onde as pessoas estão. Foi com essa máxima que as marcas entraram firmemente com seus perfis nas redes sociais, afinal é nas redes que as pessoas estão interagindo, espiando o que o outro está fazendo, para onde está indo, o que está comendo. Essa curadoria espontânea dos amigos das redes tem feito surgir o nome de festivais, circuitos, movimentos, prêmios que revelam diferentes nomes da gastronomia local. Embora não seja uma novidade, parece que a era dos festivais gastronômicos (e regionais) está só começando.

É preciso um pouco de perspicácia e de foco no que busca para entender o que revela cada prêmio. Os 100 melhores do Brasil, melhor restaurante do sul, melhores sorveterias da cidade, chef revelação, trabalhos sustentáveis, circuito café com pão, pão com bolinho e por aí vai. Fato é que todo esse movimento de associações e empresas da área está mudando a cara da gastronomia brasileira, revelando nomes, espaços, modos de fazer.

Abrasel/PR lança circuito pelas cafeterias da cidade (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

Prêmios pelo Brasil

Em Curitiba, por exemplo, tem surgido uma infinidade de festivais, circuitos, prêmios. Desde “pão com bolinho” – uma tradição dos botecos da cidade, seguido por “circuito café com pão”, “festival do pastel”, “carne de onça”, até prêmios mais tradicionais como o Festival BomGourmet, com uma seleção diversa de categorias que vão da região metropolitana ao interior do estado, passando pelos melhores restaurantes da cidade, chefs, tem crescido. O sucesso no Paraná levou o Festival BomGourmet a Florianópolis, o que pretende agitar a gastronomia local.

Festival Bomgourmet vai de Curitiba a Florianópolis (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

Em Pomerode, Santa Catarina, o Festival Gastronômico da cidade completou mais de uma década e continua a atrair locais e turistas para uma das regiões mais interessantes do Vale Europeu. A cultura alemã enraizada na cidade destaca uma culinária de imigração interessante e a certeza de que o evento é sempre um sucesso de público e de empreendedorismo.

Há décadas festival gastronômico de Pomerode atrai turistas para o Vale europeu em SC (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

De Prazeres a Michelin

Em Tiradentes, o Festival Arte e Cultura pedia por mais turistas neste que é o ano da comida mineira. Chefs como Fernanda Fonseca, turismóloga e especialista em turismo gastronômico levaram um pouco da sua experiência para o evento que já entrou no calendário da cidade. É a democratização da gastronomia que vai contando novas histórias no turismo.

Em São Paulo, prêmios como o Prazeres da Mesa revelam nomes que se destacam nas cozinhas do Brasil. Sem falar nas estrelas Michelin espalhadas pela cidade, entre uma e duas estrelas são 15 restaurantes, atraindo curiosos, especialistas, turistas. E ainda, as listas alternativas como os melhores e piores sorvetes da região. E se tudo isso mexe com a gastronomia local, acredito que outra máxima serve aqui “falem mal, mas falem de mim”.

O Prêmio de melhor costela da região metropolitana de Curitiba, por exemplo, transformou o negócio da “Chácara das Vaquinhas”, de exclusivamente corporativo para aberto ao público (Foto: Thiago Paes @paespelomundo)

De Butiás à Tapioca

Fato é que há uma efervescência de curadorias gastronômicas pelo Brasil. De Alagoas a Porto Alegre, de Belém a São Paulo. E falar de gastronomia brasileira não é uma tarefa fácil. É preciso traçar uma linha entre os tucupis do norte com os pequis do cerrado; um encontro entre os butiás do sul com o dendê da Bahia. Os peixes, as ostras, as carnes, a forte influência da imigração.

O que os festivais têm feito é difundir, mostrar para todos nós, apaixonados pela cultura brasileira e por meio da gastronomia, o que já existe. Um Brasil repleto de cores, jeitos, influências e vontade de aparecer para si e para o mundo. Portanto, quando sua cidade fizer um festival seja você o primeiro a apoiar, a participar do circuito, a pedir aquele prato premiado do cardápio. Qual festival gastronômico sua cidade está promovendo? A pluralidade da gastronomia brasileira, esta que precisa ser revelada, agradece. Pense nisso!

Thiago Paes é colunista de viagem e gastronomia. Apresentador no canal de tv Travel Box Brazil. Está no instagram como @paespelomundo. Press contato@paespelomundo.com.br

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Pablo Marçal é a nova direita

Tivemos dois grandes “outsiders” eleitos presidentes da República: Fernando Collor de Mello (1989) e Jair Bolsonaro (2018). Podemos entender um “outsider” como um candidato de um partido pequeno, com discurso forte e “antiestablishment”. Em pouco tempo, se transformam em fenômenos.

Collor foi prefeito de Maceió (1979-82), deputado federal (1982-86) e governador de Alagoas (1987-89). Seu pai, Arnon Afonso de Mello, foi deputado federal, governador de Alagoas e senador por três mandatos consecutivos. Ao ser alçado à Presidência, Bolsonaro havia sido deputado federal sete vezes e um dos seus filhos, Flávio, acumulava quatro mandatos de deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

Collor e Bolsonaro eram “outsiders fakes”: seguiram o caminho da política para se posicionarem contra a política. Não eram estranhos no ninho. Já o tsunami Pablo Marçal, que disputa uma eleição para prefeito de São Paulo, é um corpo estranho ao mundo político-partidário. Nunca se elegeu a cargo algum. Sai do campo das novidades eleitorais para se inscrever na categoria das aberrações.

O empresário-coach domina com maestria o terreno das redes sociais. Sinceridade parece ser o seu forte. É um caleidoscópio temático: tecnologia, autocuidado, religião, teleférico, educação, crianças, família, empreendedorismo… Ataca os seus adversários com violência e palavras de efeito: “bananinha”, “aspirador de pó”, “Dapena”, “para-choque de comunista”. Exorcizou Guilherme Boulos com a carteira de trabalho.

Fala com desenvoltura atrocidades que inviabilizariam qualquer candidatura, vamos dizer, normal. Em um dos países mais desiguais do mundo, assume sem problemas que é ricaço e, paradoxalmente, ganha a simpatia dos pobres, pois Marçal diz que eles “podem chegar lá”, qualquer um pode vencer. Aeronaves? Tem quatro. Carros importados? “Uns” 20. Imposto de Renda com mais de R$ 200 milhões de patrimônio? “Isso é só na pessoa física, minhas empresas valem bilhões”.

Outra característica de Marçal é a coragem. Avisa que vão querer acabar com ele. Aí usa uma das suas frases favoritas: “Não vou arregar”. Respondeu a Bolsonaro, de quem precisaria apoio, que não irá retroceder: “Me perdoe”. Um voluntarismo algo messiânico dá as cartas quando insinua que recebeu um chamado para ajudar o povo. Autodefine-se como “o servo”, poderia estar vivendo na Suíça e é o único candidato que tem algo a perder sendo prefeito.

Mas o que está em jogo é algo mais profundo, que mexe com as placas tectônicas da política brasileira: a possibilidade de a bandeira da direita estar mudando de mãos. A última pesquisa Datafolha já aponta empate técnico entre o número de eleitores de Marçal (21%) e de simpatizantes de Bolsonaro (20%).

Pablo Marçal é entretimento, transmite uma raiva suave. Tem vida própria. Origem humilde (filho de faxineira), empatia, espontaneidade, firmeza, assertividade, experiência de quem deu certo na vida, criatividade, família estruturada, juventude, bom humor, respostas na ponta da língua… Não são poucos seus atributos. E nunca, nunca um “outsider” raiz chegou tão longe em tão pouco tempo.

TENDÊNCIAS / DEBATES

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Governo banca mais de 50 viagens a Fortaleza para secretário e diz que é por ter muitos convites

O governo pagou 53 viagens ao Ceará para o ex-senador Inácio Arruda, hoje secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social no MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação).

Arruda é natural de Fortaleza e exerceu os cargos de deputado estadual, deputado federal e senador —sempre pelo Ceará. Ele é filiado ao PC do B, mesmo partido da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

A maioria das viagens a serviço de Arruda ao Ceará tem o trecho de ida numa quinta-feira, e o de volta, numa segunda.

O ex-senador também cumpriu agendas em outros estados, mas o Ceará concentra 2 de cada 3 deslocamentos. No total, ele realizou 77 viagens desde o início do governo Lula (PT). Segundo o MCTI, todas foram a trabalho.

Dos 23 deslocamentos iniciados em uma quinta-feira identificados pela Folha no Painel de Viagens, 20 tiveram como destino Fortaleza. Outro foi para Juazeiro do Norte, também no Ceará. Em todos os casos o retorno foi depois do fim de semana.

Em uma viagem realizada em 2024, Arruda voou na quinta-feira antes do Carnaval (8) e só retornou para Brasília no domingo (18), depois do feriado.

Na sua agenda pública para esse período, há apenas um compromisso. Trata-se de uma reunião de 30 minutos, em 15 de fevereiro, com a pró-reitora adjunta de Pesquisa e Pós-graduação da UFC (Universidade Federal do Ceará), Cláudia do Ó Pessoa.

Nas suas redes sociais, Arruda destacou outro evento no período, uma visita ao Instituto de Ciências do Mar da UFC, em 9 de fevereiro.

No total, as viagens levaram Arruda a receber 156 diárias no ano passado, o que equivale a R$ 79,3 mil. O gasto incluindo as passagens foram de R$ 491,7 mil.

Procurado, o MCTI afirmou que “os deslocamentos foram realizados, estritamente, para o cumprimento de agendas relacionadas às atividades e aos compromissos decorrentes do seu cargo”.

O grande número de viagens para o Ceará aconteceu, explicou a pasta, porque, por Arruda ser do estado, “ele recebe muitos convites de universidades, centros de pesquisa, secretarias de estado, governo local, etc. com pautas inerentes à sua atuação no MCTI”

.

“Outro fator é que o secretário representa a ministra em muitos compromissos em todo o Nordeste, não apenas no estado do Ceará”, acrescentou o órgão.

A Folha procurou Arruda, mas ele não quis se pronunciar.

Almirante é quem mais fez viagens pagas pelo governo

A reportagem pesquisou todas as viagens pagas com dinheiro público desde o início do governo.

Arruda ficou em segundo lugar na lista dos que mais usaram esse expediente. O primeiro é o almirante Flávio Rocha, com 149 passagens pagas. Ao todo, foram R$ 430,6 mil em bilhetes aéreos.

Rocha era assessor do gabinete do comandante da Marinha para assuntos de segurança nuclear e proteção radiológica até ir para a reserva. Na prática, ele desempenhava a função de secretário de Segurança Nuclear e Qualidade.

Na reserva desde maio, ele era o último almirante diretamente vinculado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos quadros da ativa da Marinha. Rocha seria escolhido para comandar a Secretaria de Segurança Nuclear e Qualidade da Marinha pela Força quando sofreu pressão do Ministério de Relações Exteriores para não assumir o cargo.

Os pedidos da diplomacia tinham como pano de fundo a atuação do almirante como uma espécie de chanceler paralelo durante o mandato de Bolsonaro, passando a influenciar decisões no Itamaraty tanto na gestão de Ernesto Araújo como na de Carlos França.

Para atender aos apelos, a Marinha deixou o almirante na função de assessor do comandante.

Três oficiais-generais contaram à Folha que, na prática, Flávio Rocha ocupava o cargo que lhe havia sido negado. Ele despachava da sede da secretaria, no Rio de Janeiro, e dividia seu tempo entre a capital federal e a cidade fluminense.

Como forma de driblar a pressão do Itamaraty, a Marinha nem sequer nomeou um secretário de Segurança Nuclear e Qualidade, para não criar dificuldades para as funções de Rocha.

Procurado, Flávio Rocha preferiu não se manifestar.

Do total de 149 passagens, 64 foram idas ou voltas de Brasília para o Rio de Janeiro. Em seguida estão 17 idas de Brasília para São Paulo e 15 retornos no mesmo itinerário. De São Paulo para o Rio de Janeiro, são outras nove passagens. Ao todo foram 49 viagens, sendo quatro internacionais.

O militar recebeu R$ 43,7 mil em diárias no ano passado, o equivalente a 129 dias úteis longe de Brasília, local onde estava lotado. Isso dá mais da metade dos 248 dias úteis de 2023.

“O Almirante de Esquadra Flávio Augusto Viana Rocha foi designado para assessorar o Comando da Marinha […]. Assim sendo, entre outras atribuições profissionais, coube-lhe o acompanhamento das análises reguladoras técnicas, relacionadas às fases de licenciamento do projeto de engenharia e de construção do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado”, disse a assessoria de imprensa da Marinha.

Artigo: Hortas urbanas: oportunidades ou desafios?

Wilson Tivelli*; Warley Nascimento**

A atividade agrícola realizada dentro de regiões metropolitanas e seus subúrbios, seja para a produção de alimentos para o próprio consumo seja para comercialização, é denominada de agricultura urbana e periurbana. Nesses espaços, o incentivo institucional e privado à criação de hortas alternativas, voltadas para a educação ambiental, à terapia ocupacional e aos cultivos não alimentares, tem sido de suma importância. Nesse contexto, também se enquadra o incentivo ao empreendedorismo em horticultura e culinária, a criação de oportunidades de contato entre as pessoas, inserção social, desenvolvimento de cidadania e manuseio sustentável dos bens disponíveis nas cidades, e, claro, a ocupação racional, articulada com autoridades públicas, de espaços urbanos ociosos ou subutilizados.

Recentemente, o Brasil passou a ter uma Política Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana (Pnaup), regida pela Lei nº 14.935, de 26 de julho de 2024. Ao instituir a Pnaup, o governo federal se alinha a um movimento que vem ocorrendo nos estados e municípios brasileiros há décadas, mas que, a cada dia, ganha maior importância no cenário mundial. A Pnaup surge para consolidar as experiências municipais e estaduais e compartilhar objetivos nobres e ambiciosos sobre o tema que incluem: 1) ampliar a segurança alimentar e nutricional das populações urbanas vulneráveis; 2) propiciar a ocupação de espaços urbanos e periurbanos livres, ociosos e subutilizados; 3) ofertar alternativa de renda e de atividade ocupacional à população urbana e periurbana; 4) articular a produção de alimentos nas cidades com os programas de abastecimento e compras públicas para alimentação em escolas, creches, hospitais, asilos, equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional, estabelecimentos penais e outros; 5) estimular o trabalho familiar, de cooperativas, de associações e de organizações da economia popular e solidária voltado para a agricultura urbana e periurbana; 6) promover a educação ambiental e a produção agroecológica e orgânica de alimentos nas cidades; e 7) difundir a reciclagem e o uso de resíduos orgânicos, de águas residuais e de águas pluviais na agricultura urbana e periurbana.

O sétimo objetivo da Pnaup toca em um ponto crucial em tempos de mudanças climáticas que é o manejo adequado da água utilizada para a irrigação das hortas. De fato, diversas comunidades não estão suportando mais o uso compartilhado da água potável da rede pública de abastecimento para irrigação de hortas urbanas. Águas residuais e ou águas da chuva coletadas e armazenadas podem (e devem) ser utilizadas na irrigação das hortas urbanas e periurbanas.

Invariavelmente, as hortas urbanas que buscam mitigar a insegurança alimentar e gerar renda plantam hortaliças folhosas, como alface, couve, rúcula, salsinha etc. Essas espécies são exigentes em água e, por isso, necessitam ser irrigadas diariamente. Portanto, repensar o tipo de hortaliça que podemos e devemos cultivar é fundamental para otimizar qualquer programa público. Nesse sentido, as hortaliças Plantas Alimentícias não Convencionais (PANC) aparecem com uma opção atrativa, pois exigem menos água, são mais rústicas, de fácil cultivo e mais resilientes aos estresses bióticos e abióticos. Esse grupo de hortaliças, tais como beldroega, ora-pro-nóbis, caruru e taioba, tradicionalmente consumido pelos nossos antepassados, apresentam como vantagem adicional o elevado valor nutritivo. (https://www.embrapa.br/inteligencia-estrategica-para-pequenos-negocios/plantas-alimenticias-nao-convencionais-pancs).

Os gestores públicos precisam também estar atentos a possíveis contaminações do solo e do ar ocasionados pela agricultura urbana. Por exemplo, uma área com restos de construção pode representar um risco para a produção de alimentos, uma vez que há possibilidade de haver metais pesados além dos limites aceitos. Além disso, em municípios industrializados ou com uma alta população, a poluição atmosférica precisa ser também considerada. Ainda, uma horta próxima à população deve ser implementada seguindo preceitos mais sustentáveis, com um mínimo de utilização de produtos químicos (agrotóxicos etc.), minimizando, assim, possíveis contaminações, não somente nas pessoas envolvidas, mas também na vizinhança e, claro, nos consumidores das hortaliças.

O cenário contemporâneo da agricultura urbana e periurbana é extremamente positivo. Já são inúmeras as experiências com estas hortas, sendo difundidas por centenas de municípios brasileiros. Apesar dos percalços, muitas dessas experiências são exitosas, alcançando os benefícios preconizados na Pnaup. Espera-se que a regulamentação dessa importante política pública ajude a garantir segurança alimentar, econômica e social das pessoas envolvidas, valorizando a formação de hábitos e costumes saudáveis, e contribuindo ainda mais para a sustentabilidade ambiental e a coesão social nas cidades.

* Pesquisador científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)

** Presidente da Associação Brasileira de Horticultura e chefe-geral da Embrapa Hortaliças

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Conheça as principais propostas e promessas de Pablo Marçal para a Prefeitura de SP

O candidato Pablo Marçal (PRTB) apresentou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) seu plano de governo para a Prefeitura de São Paulo.

O documento oficializou propostas que ele já defendia desde o início de sua pré-campanha, como a criação de uma rede de teleféricos que interligue comunidades periféricas na capital.

Especialistas criticaram o programa por ser muito vago e não explicar as implicações orçamentárias das propostas. Em entrevistas, Marçal tem afirmado que há espaço no orçamento da Prefeitura e que parcerias com o setor privado norteariam a execução do plano de governo.

O influenciador mantém pontos de seu discurso como coach nas suas propostas para prefeito, como quando fala de “foco no âmbito emocional” para deixar a pobreza para trás e também na promoção de uma “mentalidade empreendedora” nas escolas.

GESTÃO PÚBLICA

Prefeitura Digital – Marçal propõe a criação de um aplicativo que concentre todos os serviços prestados pela Prefeitura. O plano também fala em melhoria do sistema de dados do município, com ramificações em propostas como prontuário único da saúde e central de inteligência policial.

Subprefeituras – O candidato quer triplicar o número de subprefeituras da capital, que passariam de 32 para 96, uma para cada distrito. Além disso, também propõe a ampliação do horário de atendimento das subprefeituras, que passariam a funcionar também aos finais de semana e feriados.

SEGURANÇA

Guarda no Bairro – Segundo o plano, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) teria “funções fora do seu escopo” retiradas e atuaria mais nos bairros. O documento não menciona quais seriam essas funções e quem substituiria a GCM nelas. Além disso, o candidato prevê triplicar o efetivo da Guarda, que passaria a ter 21 mil oficiais.

ECONOMIA

Polos Econômicos – A proposta é que a prefeitura utilize um banco de dados municipal para conectar pessoas em busca de trabalho a polos econômicos regionais, que são áreas que receberiam regularização fundiária e crédito para investimentos.

Crédito Popular – Marçal defende a criação de um fundo com recursos públicos e privados que permitiria acesso fácil a crédito para micro e pequenas empresas.

EDUCAÇÃO

Salário dos professores – No plano, o candidato propõe um sistema de remuneração por resultado para os professores da rede municipal, com premiação baseada na frequência e cumprimento de metas de aprendizagem. Ele também fala em avaliações bimestrais para identificar onde estão as defasagens do ensino.

Mente empreendedora – Marçal propõe a promoção de uma “mentalidade empreendedora”, além da inclusão de matérias de empreendedorismo e finanças nas escolas. Junto a isso, ocorreria a criação de um programa de capacitação e ocupação técnica para jovens a partir dos 14 anos.

Escolas Olímpicas – Propõe criar escolas que ofereçam esportes olímpicos para formar atletas de alto rendimento.

SAÚDE

Calçadas adequadas – Marçal em mais de uma ocasião mencionou o número de pessoas que se acidentam nas calçadas da capital. Ele propõe a reforma do calçamento e manutenção.

Atividade física – Prevê integração entre os Centros Esportivos, as Unidades Básicas de Saúde e as Unidades de Saúde da Família para prática de atividades físicas por idosos.

Hospitais – Criar áreas verdes e espaços para atividades físicas e esportivas no ambiente hospitalar.

Prontuário Único – Ele propõe a integração de dados dos pacientes em um prontuário digital, com uso de inteligência artificial para encaminhamento de resultado de exames, por exemplo. Também fala em expandir o número de consultas à distância na rede pública.

HABITAÇÃO

Construção – O plano prevê o “maior programa habitacional da história”, com construção de casas nas periferias com mutirões comunitários e transformação de imóveis vazios em habitações populares. Ele também fala na criação de um fundo imobiliário com os imóveis ociosos da prefeitura que geraria empregos, atacaria o déficit habitacional e diminuiria os gastos com aluguel.

Cheque Moradia – Forneceria em parceria com instituições financeiras e construtoras subsídios para famílias de baixa renda comprarem ou reformarem suas casas.

TRANSPORTE

Bolsões de estacionamento – O candidato fala em criar bolsões de estacionamento em lugares-chave da cidade, como nos acessos a rodovias e próximos a estações e terminais, com o objetivo de estimular o uso do transporte público e diminuir o volume de carros. Também fala em incentivar a carona solidária, com a liberação da faixa direita das vias para veículos com mais de um ocupante em horários de pico.

Teleféricos – Uma das propostas mais conhecidas de Marçal, a rede de teleféricos seria baseada no sistema existente em locais como Rio de Janeiro e La Paz, na Bolívia. A proposta é instalar o sistema em áreas de difícil acesso e com alta densidade populacional.

Arranha-céu – Outra proposta do ex-coach é a criação de um prédio de um quilômetro de altura na capital. Segundo ele, o edifício seria um símbolo de inovação e atrairia turistas para a cidade.

Informalidade e geração de empregos são desafios para candidatos no Recife

“Ganhar pouco, trabalhar muito e sobreviver.” É assim que o entregador Fábio Luiz, 38, define a sua rotina de trabalho com o transporte de passageiros e a entrega de alimentos e medicamentos por aplicativos no Recife. A informalidade é um desafio para diversas capitais brasileiras, como a pernambucana, em meio à tentativa de amenizar o desemprego.

Fábio Luiz atua há um ano e dois meses como entregador utilizando uma moto alugada. Ele paga R$ 250 por semana —R$ 1.000 mensais— ao proprietário do veículo, que funciona como um meio de vida para muitos profissionais do ramo.

O entregador reside no bairro de Boa Viagem, na zona sul do Recife. Fábio atua com transporte de passageiros e entrega de alimentos e itens de farmácia. “Quando não dá corrida, dá entrega. Aí você fica sobrando e vou juntar o útil ao agradável. Tive que ter uma adaptação [na profissão]”, explica.

Ele diz que não está no horizonte comprar uma moto própria, já que tem outros gastos e que também pretende virar a chave e tomar novos rumos no âmbito profissional no futuro.

Fábio Luiz paga pensão alimentícia todo mês à filha de nove anos e afirma que os custos para atuar como entregador também são elevados.

“Primeiro eu rodava com um carro, mas dava trabalho porque era antigo e tinha que ter muita manutenção. Assim que começou o transporte por moto, entrei. Tem corrida que você anda 12 quilômetros e, quando tira [o custo com] combustível, óleo, pneu no chão, você ganha R$ 3 ou R$ 4.”

‘Desafios nas capitais’

Série com foco nas eleições debate principais gargalos nas maiores capitais do país

Curitiba: Fila em creches é pauta eleitoral, e cidade enfrenta judicialização por falta de vaga

Fortaleza: Saúde em crise acirra eleição e mistura falta de recursos com insegurança

Rio: Habitar o centro e reduzir pressão sobre zona oeste desafiam candidatos

Análise: Levar emprego à periferia é melhor do que ocupar o centro

Salvador: Violência divide comunidades, afeta serviços públicos e vira tema central na eleição

São Paulo: Crise habitacional tensiona disputa pela prefeitura

Análise: Não se resolve a carência de moradia apenas construindo casas

Folha lança série ‘Desafios nas capitais’, sobre gargalos das cidades em ano de eleição

Fábio trabalha de 10 a 12 horas por dia e ainda faz faculdade online do curso de gestão de pessoas e assiste a aulas online de um curso de terapia, também pagos com a renda obtida no trabalho.

“Alguns dias cheguei a 16 horas trabalhando”, diz. Aos sábados e domingos, o trabalho como entregador prossegue: “Não lembro quando foi o último dia que tirei folga”.

Para fechar as contas, a ajuda da mãe de Fábio, que era empregada doméstica e é aposentada, é determinante. “Tem dias que choro em cima dessa moto, porque a matemática não bate. Você está ali sobrevivendo abaixo do limite e começa a se questionar.”

A atuação como entregador começou meses após deixar de atuar como caixa em farmácia. Ele foi demitido do emprego no final de 2022. Depois, atuou como biscate, com ocupações eventuais.

O avanço da informalidade no país e no Recife se deu em um contexto de tentativa de retomada econômica com a redução dos índices de desemprego. Em 2022, o número foi recorde no Brasil, segundo o IBGE: 38,8 milhões de trabalhadores.

No primeiro trimestre de 2024, a taxa de informalidade no Recife era de 41,4%, acima do índice nacional (38,9%), de acordo com o IBGE. A cidade é a quinta com o maior número dentre as capitais brasileiras. Ao todo, a estimativa é de que 319 mil pessoas atuem na informalidade na capital pernambucana.

O assunto está em debate nas eleições municipais do Recife. Nos últimos anos, as políticas de fomento à geração de empregos no Recife se concentraram em programas de qualificação profissional, desburocratização e redução de cargas tributárias para setores específicos da economia, como a rede hoteleira e áreas específicas do centro do Recife.

Na área dos licenciamentos, uma lei em vigor, aprovada pela Câmara Municipal, estabeleceu um prazo máximo de 90 dias para que a prefeitura possa se manifestar sobre licenças de operação. Se não houver o parecer nesse período, a aprovação é automática dos alvarás para negócios de pequeno porte. Os licenciamentos são emitidos em até 24 horas.

Para o economista Brenno Almeida, as políticas de incentivos fiscais precisam ser aprimoradas com a cobrança sobre as contrapartidas dos negócios para a cidade.

“A cidade também vive da arrecadação. A contrapartida gerada pelas empresas também precisa ser observada. É necessária também uma cobrança pelo Parlamento municipal sobre as contrapartidas, porque talvez isso gere o aprimoramento necessário para a cidade”, diz.

O economista acredita que a ampliação de programas de qualificação técnica e a expansão de políticas de crédito são alternativas para a população que está ocupada na informalidade.

“A saída da cidade para o pequeno empreendedor ou para quem está na informalidade é crédito para que essa pessoa possa ter condições de criar de ter um capital de giro. O fomento da gestão pública é fundamental, já que uma instituição financeira [banco] só dá dinheiro se a pessoa tiver faturamento e, para isso, demora um certo tempo.”

Ele diz que também é fundamental qualificação técnica, o que cria condições melhores para os trabalhadores e “conjunturas estruturantes para que as empresas também tenham uma receita interessante”.

“Precisamos melhorar a atividade econômica e, ao mesmo tempo, empregos com salários melhores, porque existem casos de pessoas que são submetidas a jornadas de trabalho muito ruins e isso pode afetar até a saúde delas.”

No caso do entregador Fábio Luiz, ele se queixa da ausência de fornecimento de capacetes, jaquetas para atuação em dias de frio e camisas UV de proteção a raios solares por parte das plataformas de aplicativo.

“A gente também tem que comprar a bolsa de entregas. No meu caso, uso uma bolsa que meu sobrinho deu”, diz Fábio, que também paga um seguro mensal de R$ 15 por conta própria para prevenção de eventuais acidentes. “Por mais que tenha o DPVAT, pago um particular para proteção maior.”

A distribuição ocupacional das atividades econômicas também é outro elemento-chave na geração de empregos. Atualmente, o centro da cidade tenta se recuperar de um cenário de fechamento de lojas e redução visível da movimentação nas ruas.

Em março de 2023, a taxa de desocupação era de 15% no Recife, a segunda maior dentre as capitais, atrás apenas de Salvador. O número caiu e chegou a 11% no mesmo mês de 2024, saindo de segundo para o quinto lugar, a maior redução em pontos percentuais dentre todas as capitais. Mesmo assim, ficou como a terceira em número de desempregados entre as capitais do Nordeste.

Por outro lado, o rendimento médio mensal dos trabalhadores estava em R$ 2.751 em março de 2024, segundo dados do IBGE, ante R$ 2.882 em março de 2023.

De março de 2023 a março de 2024, o Recife foi de 749 mil para 771 mil pessoas ocupadas, ante uma queda de 133 mil para 96 mil pessoas desempregadas.

Para o secretário-executivo da Frente Nacional dos Prefeitos, Gilberto Perre, o tema é também um desafio para os gestores municipais, apesar da conjuntura nacional influenciar no cenário econômico.

“Em um mundo que muda as relações de trabalho tão rapidamente, o emprego é uma atividade que tem diminuído de intensidade. Prefeitas e prefeitos têm se preocupado com estratégias de capacitação profissional na economia informatizada e na verde e circular. Ao mesmo tempo, o incentivo ao empreendedorismo, em alguns cargos com parcerias com os Sebraes locais”, afirma.

O representante da Frente Nacional dos Prefeitos acredita que uma eventual redução da taxa de juros —atualmente, a Selic está em 10,5% por decisão do Banco Central— pode ajudar na geração de postos de trabalho nas cidades brasileiras atraindo investimentos.

PROPOSTAS SOBRE O TEMA DOS CANDIDATOS

João Campos (PSB): O atual prefeito e candidato à reeleição frisou que “o Recite tem se destacado na geração de empregos na atual gestão, sendo líder do Nordeste em empregos formais per capita, com 5.800 postos de trabalho por 100 mil habitantes de janeiro de 2021 a maio de 2024”. Em nota, disse que as ações da atual gestão se concentraram em três principais eixos: qualificação profissional, desburocratização do ambiente de negócios, e geração de emprego e renda. “Propostas para um eventual segundo mandato estão em fase de finalização e discussão.”

Daniel Coelho (PSD): O candidato disse que, se eleito, vai lançar o Programa Municipal de Geração de Trabalho e Renda, o Pró-Trabalho, com foco nos investimentos, promoção do turismo, construção civil e qualificação profissional “voltada aos setores mais fortes da nossa economia, a exemplo do setor de serviços de saúde e economia criativa”. “Nossa proposta para a geração de empregos passa por qualificação, por parcerias com instituições de ensino, do terceiro setor além do setor produtivo”, diz. O candidato prometeu também readequar o orçamento da Secretaria do Trabalho.

Gilson Machado (PL): O candidato afirmou que pretende fomentar o empreendedorismo e realizar ofertas de qualificação e capacitação para trabalhadores que atuam no mercado informal. Gilson prometeu criar o Centro de Fomento ao Micro e Pequeno Empreendedor, que contará com “um fundo especial com recursos da própria prefeitura, além de buscar parceria com os bancos públicos e o governo federal” e atrair linhas de crédito para negócios. Ele também quer converter lojas fechadas no centro em espaços de treinamento para a Escola de Sargentos que será implantada em Araçoiaba (PE).

‘Slow living’: por que ‘não fazer nada’ é bom para a saúde

Que tal não fazer nada por um ano inteiro? Ficar sem trabalhar, sem receber e-mails, sem progresso na carreira, sem esforços, sem conquistas, nem produtividade.

Para muitos de nós, este pensamento, por si só, já pode causar um ataque de ansiedade. Afinal, trabalhar é status, ganhar dinheiro é uma conquista e ficar ocupado é motivo de orgulho, certo?

Mas, atualmente, um ano sem fazer nada parece cada vez mais ser um sonho, até uma aspiração – e passou a ser, como dizem as pessoas, uma mudança de vibe.

Os millennials (as pessoas nascidas entre 1981 e 1995) estão adotando o conceito de #SlowLiving (“viver lentamente”).

Esta hashtag já foi usada mais de seis milhões de vezes no Instagram — embora postar conteúdo nas redes sociais seja uma contradição dos princípios de um estilo de vida consciente e sustentável, que reduz sensivelmente o nosso tempo em frente às telas.

Já a Geração Z (os nascidos entre 1995 e 2010) é pioneira na demissão silenciosa e nos “empregos de meninas preguiçosas”.

Nestes casos, as pessoas fazem o mínimo possível no trabalho, preservando sua energia para os setores mais significativos da vida, como seus hobbies, relacionamentos ou o autocuidado.

Pessoas de todas as gerações estão se unindo em torno do desejo de trabalhar menos. No Reino Unido, por exemplo, vem ganhando muita força o conceito da semana de trabalho de quatro dias.

Podemos definir a questão de forma engraçada como uma substituição: sai o alvoroço, entra o descanso.

Emma Gannon conhece bem este assunto. Escritora prolífica, podcaster e ativa na plataforma Substack, ela publicou no meio do ano ‘A Year of Nothing’ (“Um ano de nada”, em tradução livre), que é o seu relato de 12 meses completos de descanso.

A obra esgotou rapidamente após a publicação, no primeiro semestre deste ano. Sua popularidade foi tão grande que ela irá receber uma nova impressão, para venda em novembro.

Inicialmente, o período de descanso de Gannon não foi uma escolha de vida. Um burnout extremamente forte não deixou a ela outra escolha senão parar de trabalhar.

Seu relato do ano de repouso e recuperação preenche dois pequenos volumes de leitura agradável, publicados pela editora independente The Pound Project.

‘A Year of Nothing’ acompanha sua jornada em busca de retomar a saúde por meio de atividades tranquilas, como escrever um diário, assistir a programas infantis na TV, observar pássaros e, inevitavelmente, nadar na água fria.

Gannon reconhece que este é um clichê de “escritores millennials, com suas sacolas cheias de pequenas coisas”, mas que ela acabou adorando, mesmo assim.

Após se envolver totalmente na cultura da mulher empreendedora dos anos 2010, Gannon já havia abandonado esta ideia com seu último livro, ‘The Success Myth: Letting Go of Having It All’ (“O mito do sucesso: desistindo de ter tudo”, em tradução livre). A autora demonstra como a luta implacável pelo sucesso raramente traz a verdadeira felicidade.

Mas foi a experiência do completo burnout que a forçou a realmente confrontar a importância do repouso.

“Olhando para trás, surgiram muitos alertas”, relembra ela. “Eu me sentia muito confusa, tinha dores de cabeça pulsantes, não conseguia me concentrar nas coisas na sala, sinais muito assustadores. Mas eu ignorava, [pensando]: ‘estou ocupada, preciso continuar’.”

Até que, em 2022, seu corpo entrou em modo de desligamento forçado.

“Eu não conseguia olhar para o telefone, não conseguia olhar para a tela, não conseguia andar pela rua sem me sentir fraca”, ela conta. “Era a sensação de que ‘oh, você não consegue fazer tudo isso — você precisa parar’.”

“Muitas pessoas com burnout crônico precisam chegar a esse ponto para se desligarem [do trabalho], pois estamos muito condicionados a avançar a todo custo nesta sociedade.”

Mas, na verdade, “somos projetados para tirar cochilos e [caminhar no] parque”, prossegue Gannon. “Ir nadar, olhar para o céu. Isso é muito importante.”

Hoje, ela está decidida a transformar as lições do seu burnout e sua recuperação em uma vida mais lenta e confortável. “Nada compensa a sua saúde.”

Desacelerar está na moda

Gannon certamente não está sozinha. Uma rápida busca nas prateleiras de autoajuda ou filosofia popular da sua livraria local, ou mesmo uma olhada nas recomendações de leitura no final de ‘A Year of Nothing’, revela uma safra florescente de livros incentivando as pessoas a desacelerar.

Um exemplo é o livro ‘Resista: Não Faça Nada: A Batalha pela Economia da Atenção’ (Ed. Latitude, 2021), de Jenny Odell, uma das sensações de 2019.

Ele mostra aos nossos cérebros esgotados como a tecnologia sedenta por lucros e as redes sociais consomem nossa atenção e nos distraem. A autora defende reconfigurar a nossa consciência sobre o mundo natural à nossa volta e sobre o nosso próprio interior.

Odell também faz parte dessa onda de escritores que incentivam a resistência ativa à implacável expectativa “orientada a objetivos” de que, “em um mundo em que o nosso valor é determinado pela nossa produtividade”, cada hora e cada minuto do nosso tempo devem ser aproveitados — se não no trabalho, em automelhoramento.

Essa resistência à pressão pela otimização permanente também se encontra no surpreendente e reconfortante livro de Oliver Burkeman ‘Quatro Mil Semanas: Gestão de Tempo para Mortais’ (Ed. Objetiva, 2022).

Publicado originalmente em 2021, ele nos relembra que a vida é breve e nunca conseguiremos cumprir todos os itens da nossa lista de afazeres.

E, em vez de procurarmos ser cada vez mais eficientes, o autor defende que devemos nos concentrar no que realmente importa (e provavelmente não é limpar a caixa de mensagens), rejeitando o perfeccionismo e o completismo, para vivermos mais plenamente no presente.

Parece que a ideia de não fazer nada está se espalhando. Talvez você já tenha observado a recente proliferação de livros sobre niksen, termo holandês que significa “não fazer nada, intencionalmente”.

O livro ‘Niksen: Abraçando a Arte Holandesa de Não Fazer Nada’, de Olga Mecking (Ed. Rocco, 2021), certamente despertou a identificação dos leitores quando foi publicado, durante a pandemia. Ele foi seguido por inúmeros outros, muitos deles na linha de ‘Hygge: O Segredo Dinamarquês para Viver Bem’ (Ed. Sextante, 2023), que conta como os dinamarqueses conseguem ter uma vida feliz.

Parece que nós adoramos receber conselhos práticos sobre o estilo de vida dos países do norte da Europa.

A própria palavra “descanso” agora está na moda. Publicado em 2022, o livro ‘Pause, Rest, Be’ (“Pare, descanse, seja”, em tradução livre), da professora de ioga Octavia Raheem, ajuda os leitores a atravessar grandes mudanças ou períodos de incerteza, desacelerando e se voltando para o seu interior.

Em vez de usar ioga para suar até conseguir o abdômen firme e postar no Instagram, a autora destaca o que a prática pode nos contar sobre autoconhecimento, paz e serenidade.

‘The Art of Rest’ (“A arte do descanso”), de Claudia Hammond, também traz um lado prático. Seus capítulos descrevem as 10 atividades mais relaxantes identificadas em pesquisas globais.

O livro também defende a importância da desaceleração intencional, seja relaxando na banheira, lendo um livro ou passando algum tempo junto à natureza. Para a autora, “o descanso não é um luxo; é uma necessidade”.

Já ‘Inverno da Alma’, de Katherine May (Ed. Darkside, 2023), conta de forma lírica como a autora aprendeu a aceitar a sazonalidade da vida — que existem períodos de ociosidade, nos quais, em vez de nos esforçarmos, precisamos dar um passo atrás e cuidar de nós mesmos.

“Desacelerar, aumentar seu tempo livre, dormir o suficiente… descansar, agora, [é considerado] um ato radical, mas é essencial”, escreve a autora.

É verdade que algumas pessoas simplesmente defendem não fazer nada como um meio para atingir um objetivo.

O livro ‘Rest: Why You Get More Done When You Work Less’ (“Descanso: por que você consegue fazer mais quando trabalha menos”, em tradução livre), de Alex Soojung-Kim Pang, define o excesso de trabalho como um problema de produtividade, não como uma questão existencial.

Mas talvez o que mais chame a atenção é que este livro foi publicado em 2016, quando o valor do repouso ainda precisava ser promovido como forma de aumentar a produtividade. Hoje, estamos mais dispostos a defender o tempo de descanso para benefício da nossa saúde mental, nosso bem-estar espiritual, do senso de equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho e até, simplesmente, para nos divertirmos.

Estes livros não são todos iguais. Na verdade, existe um mundo de distância entre as teorias radicais, mas muitas vezes acadêmicas de Odell — explícitas no seu anticapitalismo e liberais no uso de termos como “fenomenologia” — e os agradáveis livros em tons pastéis que nos incentivam a relaxar na banheira ou brincar com lápis de cor.

Mas isso também é surpreendentemente. Com certeza, algo deve estar acontecendo, para virar tendência no TikTok e gerar ensaios de alto nível e livros de autoajuda de leitura mais simples.

Descanso radical

A escritora Jenny Odell defende que nós precisamos reconfigurar nossa consciência sobre o mundo natural e o nosso eu interior

O que levou a esta reviravolta no mundo ocidental, da cultura do alvoroço, da perseverança e do empreendedorismo feminino, para a demissão silenciosa, o repouso radical e a desaceleração?

O motivo é simples: todos nós estamos apenas muito cansados.

Esta é a teoria de Gannon: “Todos estão extremamente cansados. Estamos todos lutando de alguma forma para não deixar a peteca cair”, conta ela à BBC. “Temos um corpo e uma mente que precisam de cuidados e acho que, na verdade, não estamos fazendo [isso].”

A tecnologia é um fator importante. O fato é que poder responder e-mails no nosso celular não nos torna mais eficientes — apenas nos faz trabalhar mais.

A onipresença das redes sociais nos incentiva a documentar cada centímetro das nossas vidas, buscar conteúdo nelas e trabalhar continuamente para fortalecer nossa própria marca individual.

E o crescimento dos aplicativos de monitoramento também transforma as atividades de lazer, os exercícios e até as necessidades mais básicas da vida, como comer e dormir, em dados que podem ser comparados e aprimorados. Você pode monitorar seu sono, registrar seu café da manhã, cronometrar sua corrida, catalogar o filme a que você assistiu e acompanhar seu ciclo menstrual, por exemplo.

Para as muitas pessoas que começavam a se voltar contra a cultura do trabalho implacável, a pandemia foi uma revolução.

É claro que foi uma época terrível, sem oportunidade de descanso para muitas pessoas. Mas, para outras, o trabalho teve uma pausa ou, pela primeira vez, foi levado para casa.

Para alguns, os deslocamentos desapareceram, junto com as distrações habituais. Muitos não tiveram outra escolha senão desacelerar ou não fazer nada. E algumas pessoas perceberam que não queriam mais voltar ao ritmo de antes.

Pode também ser uma mudança geracional. Os millennials ficaram conhecidos como a geração do burnout. Eles foram criados para trabalhar duro para serem bem sucedidos e se formaram com uma montanha de dívidas, em um mundo instável após a crise financeira de 2007-2008. Esta combinação, como é bem documentado, representou um sério desafio para muitas pessoas.

Os livros que abordam explicitamente o burnout também se tornaram um grande negócio nos últimos anos. Eles incluem, por exemplo, obras que diagnosticam as suas razões sociopolíticas, como Não Aguento Mais Não Aguentar Mais: Como os Millennials se Tornaram a Geração do Burnout , de Anne Helen Petersen (Ed. HarperCollins, 2021). O livro mostra como o capitalismo e a busca pelo lucro e a produtividade levaram aquela geração à exaustão.

Os lançamentos também incluem guias práticos para superar a situação com repouso e reavaliação — como Burnout: O Segredo para Romper com o Ciclo de Estresse, de Emily e Amelia Nagoski (Ed. BestSeller, 2020), ou Burnt Out: The Exhausted Person’s Six-Step Guide to Thriving in a Fast-Paced World (“Esgotado: o guia da pessoa exausta em seis etapas para ter sucesso em um mundo acelerado”, sem edição em português), de Selina Barker.

Detalhe: todos estes livros foram publicados em 2020.

Gannon culpa os pais por este fenômeno geracional.

“Os baby boomers [nascidos entre cerca de 1946 e 1964] são muito consumistas”, destaca ela. “Estatisticamente, eles compram a maior parte da tecnologia, detêm a maior parte dos imóveis e adoram coisas como dinheiro e sucesso, enquanto geração.”

“Acho que os filhos dos baby boomers, os millennials, quiseram basicamente impressioná-los. Eles ouviram: ‘vá, conquiste, tenha sucesso e [seus pais] poderão então ter orgulho de você’. É muito difícil nos livrarmos disso.”

O burnout crônico, em sua origem, é o resultado de viver no capitalismo global. E decidir viver em ritmo mais lento é uma reação contra a mentalidade aquisitiva, que nunca está satisfeita, promovida pelo capitalismo.

Gannon espera que o movimento atual que nos faz deixar de sempre buscar mais coisas ou status, em favor de termos mais tempo, possa ser um sinal saudável para a nossa sociedade.

“As pessoas realmente estão começando a entender que, se você tiver um teto sobre a cabeça e puder pagar suas contas, do que mais você precisa?”, destaca ela.

É claro que esta questão traz um ponto importante. Todas as pessoas que escrevem sobre passar menos tempo trabalhando e mais tempo descansando parecem ser — como direi? — muito privilegiadas.

Emma Gannon publicou diversos livros que se tornaram best-sellers. Ela escreveu sobre como ganhar centenas de milhares de dólares anuais, apenas com a sua newsletter The Hyphen — que, na verdade, ela desenvolveu no ano que passou “sem fazer nada”.

Jenny Odell era professora na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, quando escreveu em favor de não fazer nada. E Katherine May, de alguma forma, conseguiu simplesmente sair do emprego e educar sua filha em casa, enquanto “invernava”.

Por outro lado, o slow living foi acusado de se concentrar muito em uma estética de estilo de vida inatingível. Por alguma razão, no Instagram, a hashtag conduz você para inúmeras fotos de casas de fazenda, lindas mulheres brancas arrumando flores e muitas roupas de cama em tons neutros e quentes.

Será que reduzir as atividades corre o risco de se tornar apenas mais uma forma de contar vantagem sobre seu estilo de vida? Afinal, muitas das atividades de cura descritas por Gannon custam dinheiro: retiros, reflexologia, coachers de vida, inúmeros feriados, viagens e estadias.

Por isso, eu perguntei a ela o que fazer se você tem burnout porque está trabalhando em dois empregos apenas para pagar as contas e não consegue tirar um tempo para descansar.

Gannon reconhece rapidamente como ela teve sorte por poder parar de trabalhar. Mas ela sugere que se trata de uma mentalidade, da mesma forma que qualquer outra coisa. E que simplesmente se permitir tirar um dia ou uma semana de descanso pode ajudar.

Ela insiste que vale a pena relembrar o velho ditado: as melhores coisas da vida são de graça.

Gannon relembra um dia em que enfrentou muitas dificuldades com o burnout. Tudo o que ela conseguiu foi caminhar e comprar um buquê de narcisos por uma libra (cerca de R$ 7). O simples ato de esticar as pernas e colocar as belas flores amarelas em um vaso foi suficiente para que ela conseguisse vencer o dia.

“Realmente, não é questão de aonde você vai ou o que você vê”, orienta ela. “É simplesmente [dizer] ‘eu quero fazer algo que irá levantar meu ânimo’. E todos nós sabemos que isso não custa dinheiro.”

“A Year of Nothing” foi publicado pela editora The Pound Project e estará à venda em novembro. “What Time is Love?”, de Holly Williams (autora desta reportagem), foi publicado pela editora Orion.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture.

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Thiaguinho

Thiaguinho participou do “Fama bis” — Foto: Fotos de reprodução

O paulista foi o quarto eliminado do programa “Fama Bis”, de 2002. Ainda assim, seu talento chamou atenção e ele se tornou o famosíssimo Thiaguinho, primeiro assumindo os vocais do Exaltasamba e, a partir de 2012, também em carreira solo.

Lauana Prado

Lauana Prado participou do ‘The Voice Brasil’ — Foto: Reprodução/Instagram e Globo

A cantora apareceu na TV no quadro “Jovens talentos”, do “Programa Raul Gil”, em 2010. No ano seguinte, participou da primeira temporada do “The Voice Brasil”, no time de Carlinhos Brown. Na época, ela ainda usava Mayara Prado como nome artístico. A mudança foi por um conselho de Fernando Zor, dupla de Sorocaba, já que o nome da artista é composto.

Lucy Alves

Lucy Alves participou do ‘The Voice Brasil’ — Foto: Reprodução/Instagram e Globo

Em 2013, foi a vez de Lucy Alves integrar o elenco do programa “The Voice Brasil”, também no time de Carlinhos Brown na época. A cantora terminou a competição em segundo lugar e logo muitas portas se abriram, como convites para participação em grandes festivais e o desenvolvimento de carreira como atriz.

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Carol Biazin

Carol Biazin participou do ‘The Voice Brasil’ — Foto: Reprodução/Instagram e Globo

Como Lucy Alves, Carol Biazin também conquistou o vice-campeonato do “The Voice Brasil”, mas em 2017 e no time de Ivete Sangalo. Um ano antes, a cantora foi uma das participantes da primeira edição do reality musical X-Factor Brasil, exibido pela Band.

Fabio Nestares

Fábio Nestares, atualmente vocalista do Roupa Nova, participou do “Fama bis” — Foto: Fotos de reprodução

O novo vocalista do Roupa Nova ficou em quarto lugar no “Fama bis”, em 2002. Após o programa, passou a tocar em barzinhos e eventos. Dois anos depois, foi convidado para participar da trilha sonora da novela “Chocolate com pimenta”. Nestares também já foi vocalista da banda Rádio Táxi.

Roberta Sá

A cantora Roberta Sá foi revelada nacionalmente no “Fama bis” — Foto: Fotos de reprodução

O “Fama bis” também foi onde Roberta Sá mostrou desenvoltura e boa voz. Depois do programa, ela gravou a música “A vizinha do lado”, de Dorival Caymmi, como tema da novela “Celebridade” (2003). A cantora segue como uma das maiores vozes da nova geração do samba, atualmente.

Juliette

Juliette participou do ‘BBB’ — Foto: Reprodução/Instagram e Globo

A paraibana não surgiu em um reality musical, mas sim no “Big Brother Brasil”. Juliette antes atuava como advogada e maquiadora, mas os momentos em que soltava a voz no programa chamaram a atenção. Depois de ter vencido a edição de 2021, ela investiu na carreira e hoje segue lançando seus trabalhos e fazendo shows.

Trio Melim

Rodrigo, Gabi e Diogo Melim participaram do ‘SuperStar’ — Foto: Reprodução/Instagram e YouTube

Rodrigo, Gabi e Diogo Melim formavam um grupo musical que se desfez este ano, para que cada um seguisse suas próprias carreiras. Em 2016, realizaram audição na terceira temporada do programa “SuperStar”, com aceitação dos jurados e 93,47% do público. O trio foi eliminado na semifinal, mas seguiram fazendo sucesso e angariando muitos fãs.

Marvvila

Marvvila participou do ‘The Voice Brasil’ — Foto: Reprodução/Instagram e Globo

Antes de entrar como camarote no “BBB”, a cantora apareceu no “The Voice Brasil” em 2016, quando tinha 17 anos. Na época, ela usava o nome de batismo na carreira, Kassia Marvila, e fez parte do time de Claudia Leitte. A cantora foi eliminada na fase da batalha dos técnicos, mas segue fazendo sucesso atualmente.

Rouge

Aline Wirley, Fantine Thó, Lu Andrade, Karin Hils e Li Martins, do Rouge, participaram do ‘Popstars’ — Foto: Divulgação

O grupo que foi sucesso no início dos anos 2000 surgiu no programa “Popstars”, em 2002, do SBT. No reality, cinco cantoras seriam selecionadas para formarem uma banda. Aline Wirley, Fantine Thó, Lu Andrade, Karin Hils e Li Martins foram as selecionadas.

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Roberta Sá

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Juliette

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Rouge

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Fim de semana tem shows de Forrozão Tropykália, Arnaldo Antunes e Don L; confira dicas culturais

Forrozão Tropykália, Arnaldo Antunes e Don L são alguns dos nomes que devem se apresentar em Fortaleza neste fim de semana. A cidade recebe diversas atividades de lazer, tanto públicas quanto privadas, incluindo festival de música, espetáculo infantil, cinema e show de pagode com Sorriso Maroto.

👇🏽😀 Confira abaixo as dicas do g1 Ceará.

Cine Miau

A 6ª edição do Cine Miau – Mostra Internacional Infantil de Audiovisual começa neste sábado, dia 10 de agosto. A abertura será às 18h, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em sessão ao ar livre e aberta ao público.

A mostra conta com 12 curtas-metragens, dos quais, dez produções nacionais e duas internacionais. São filmes que estão fora do circuito da cultura de massa, diversificando as referências artísticas e culturais das crianças.

Com acesso gratuito, o evento segue até o dia 19 de outubro com programação em diversos espaços de Fortaleza, Sobral e Maracanaú. Toda a programação pode ser conferida no site cinemiau.com.br.

Cine Ceará

Seguem abertas até o dia 31 de agosto, as inscrições para as mostras Competitiva Ibero-americana de Longa-metragem, Brasileira de Curta-metragem e Mostra Olhar do Ceará da 34ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá de 9 a 15 de novembro de 2024 em Fortaleza. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do site.

Espetáculo infantil “NÓS”

O Espetáculo infantil “NÓS” percorre o Brasil e realiza apresentações gratuitas em Fortaleza e mais quatro cidades cearenses. Baseado no Livro homônimo de Eva Furnari, a peça conta a trajetória de Mel, uma garota que nasceu em um repolho mofado, na pequena cidade de Pamongas, onde vivia feliz e rodeada por borboletas.

No Ceará, a peça vai acontecer em Fortaleza, Pacajus, Guaramiranga, Quixeramobim e Jaguaribara, sempre em espaços públicos ou escolas da comunidade, entre os dias 10 e 19 de agosto.

“A narrativa propõe uma reflexão sobre temas como intolerância, respeito e alteridade. A relação que se estabelece entre as características peculiares de Mel e o ambiente onde ela vive gera nós em seu corpo e a obriga a realizar uma jornada de autodescoberta para desatá-los”, resumiu Eloisa Elena, atriz e diretora de produção do projeto.

“A narrativa propõe uma reflexão sobre temas como intolerância, respeito e alteridade. A relação que se estabelece entre as características peculiares de Mel e o ambiente onde ela vive gera nós em seu corpo e a obriga a realizar uma jornada de autodescoberta para desatá-los”, resumiu Eloisa Elena, atriz e diretora de produção do projeto.

➡ Confira:

Cidade: Fortaleza

Data: 10/08/2024

Horário: 15:00 h

Local: Complexo Cultural Vila das Artes

Endereço: Rua 24 de maio 1221 – Centro – Fortaleza

Cidade: Fortaleza

Data: 12/08/2024

Horário: 15h

Local: IRL – Instituto Dr. Rocha Lima

Endereço: Rua Eretides Martins, 977, Fortaleza

Roupa Nova

A banda Roupa Nova traz uma apresentação especial para o Centro de Eventos do Ceará, nesta sexta feira (9), em Fortaleza.

O show promete ser uma celebração dos mais de 40 anos de carreira da banda. Canções como “Whisky a Go-Go”, “Dona”, “Volta pra Mim” e “Coração Pirata” estarão presentes no repertório.

Os ingressos estão à venda, com preços a partir de R$ 150,00 (Meia entrada). Eles podem ser adquiridos online através do site ou nos pontos de venda físicos localizados nas Óticas Diniz Iguatemi e North Shopping.

Sorriso Maroto

O grupo Sorriso Maroto segue na estrada com seu show. A banda se apresenta dia 10 de agosto, no Samba Brasil, que acontece no Marina Park, em Fortaleza. Péricles, Ferrugem, Turma do Pagode, Kamisa 10, Salgadinho, Chrigor e Davizão também se apresentam na mesma data.

Sorriso Maroto, formado por Bruno Cardoso (voz), Cris Oliveira (percussão e vocal), Sergio Jr (violão e vocal), Vinícius Augusto (teclado e vocal) e Fred (percussão), surgiu em 1997 em Grajaú, bairro tradicional da Zona Norte do Rio de Janeiro. Em comemoração aos 25 anos de carreira, o grupo carrega um legado de produzir novos conteúdos e entregar lançamentos sem perder as referências.

Festival Agosto da Juventude

O Ceará celebra o Agosto da Juventude com um festival de três dias no Centro Dragão do Mar. Shows com Forrozão Tropykália, Mateus Fazeno Rock, Don L e Arnaldo Antunes, além de oficinas, palestras, exposições e atividades culturais, compõem a programação gratuita nos dias 8, 9 e 10 de agosto.

Com uma programação diversificada, o festival abrange diversas áreas de interesse da juventude, como cultura, arte, tecnologia, empreendedorismo e cidadania. A abertura aconteceu no dia 8 de agosto, com o Festival AoGosto do Aluno e Aulão ENEM.

Cinema

O Cinema do Dragão inicia nova grade de programação nesta quinta-feira (8), com as estreias de ‘Mais Pesado É o Céu’, dirigido por Petrus Cariry, e ‘O Mal Não Existe’, de Ryûsuke Hamaguchi.

De quarta a domingo, as sessões regulares custam R$ 8,00 (meia) e R$ 16,00 (inteira). Já as exibições da Sessão Vitrine Petrobrás têm ingressos nos valores de R$ 6,00 (meia) e R$ 12,00 (inteira).

Espetáculo de Silvero Pereira

Nos dias 23 e 24 de agosto, o ator e diretor cearense Silvero Pereira retorna ao palco do Cineteatro São Luiz. O espetáculo “Pequeno Monstro”, dirigido pela conterrânea Andreia Pires, marca a volta do artista às artes cênicas após um longo período dedicados à música e ao audiovisual.

“Pequeno Monstro” reflete sobre a realidade brasileira no que diz respeito à violência contra as populações LGBTQIA+. “Uso a minha história como fio condutor e ponta de um iceberg, e me coloco como escudo para outras histórias aqui relatadas”, disse Silvero, cuja performance incluirá números musicais como a canção ‘Fera Ferida’, de Roberto e Erasmo Carlos.

Competição de Brega Funk

A noite de sábado (11) promete muito swing na Gare da Estação das Artes com a festa Palo$a Baile, a partir das 18h. Com objetivo de propagar a cultura funkeira e suas vertentes experimentais, em ampla disseminação na capital cearense, o projeto combina a cultura periférica de outras cidades brasileiras com a originalidade nordestina.

Comandando pelos produtores culturais e DJs Negona, Nandi e DDZin, o baile funk chega a sua nona edição propondo a valorização sonora de cantores negros, periféricos e LGBTQIAP+.

Já no sábado é a vez da Brega Battle 085, um festival competitivo que difunde e fortalece o brega funk nas periferias de Fortaleza. A partir das 17h, a Praça da Estação das Artes recebe dançarinos do ritmo criado a partir da fusão do funk carioca com as batidas do eletrobrega de Pernambuco.

No Dia do Pais (11), o Domingo na Estação promete diversão para toda a família. De 10h às 13h acontece a Oficina Infantil “Pinturas, Aldeias e Florestas Eternizando Memórias”, mediada pelos arte-educadores Moisés Tremembé e Iuri Tavares.

Exposição “Museu da Mão”

Neste domingo (11), o Museu da Cultura Cearense (MCC) se despede da exposição “Museu da Mão”. A exposição foi concebida pelo artista paulistano Rubens Matuck.

“Museu da Mão” reúne mais de 400 itens, entre ferramentas usadas no processo de construção das obras, esculturas em madeira, pinturas, desenhos, gravuras, cadernos de viagens, HQs no formato de livros e peças em geral feitas à mão.

Tudo em exposição vem de trocas, reciclagens e compras feitas por Rubens Matuck em viagens pelo Brasil e pelo exterior nos últimos 40 anos, muitas delas compartilhadas com o artista visual cearense Aldemir Martins.

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